18 (Óbvios)

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O líquido quente na caneca com "melhor tio do mundo" escrito em sua cerâmica aqueceu as mãos de Jimin, que sorriu ao usar pela primeira vez o presente ganho pelo sobrinho de seis anos. Sua felicidade não durou muito tempo, pois minutos depois foi chamado para uma reunião com Donghae e os outros funcionários. Foi até a sala de reuniões com certa inquietação, não era a reunião para revisão de pauta do dia e sim algo que Lee não anunciou.
Sentou-se na cadeira e esperou junto a seus colegas por Donghae, que chegou um pouco depois com um sorriso cínico nos lábios. Havia algo tão errado com aquele homem e isso dava dor de cabeça a Jimin.

- Obrigado por comparecerem.- sentou-se na cadeira localizada na ponta da mesa. - Como bem sabem, o jornal está passando por momentos difíceis financeiramente falando.
- Isso não é possível. - Jimin questionou.
- Editor Park, eu sou o chefe e sei como estão as finanças do Daily Moon. - riu sarcástico.
- Vendemos mais do que o normal esse mês por causa do escândalo envolvendo o banco Han. - franziu a testa. - Os acessos ao nosso site apenas sobem, mesmo você tentando nos comprometer com artigos sensacionalistas que nem ao menos tem cliques em comparação a reportagens sérias.
- Mais respeito comigo, Park Jimin. - levantou e encarou o mais novo. - Sei o que faço.
- O jornal exibido na televisão tem os picos de audiência da emissora há meses. - ignorou-o. - É impossível estarmos com problemas financeiros.
- Continuando o que eu dizia, precisamos aumentar os cliques em nossos sites pois estamos com um déficit nas finanças. - disse a ultima sentença encarando Jimin.- Espero que consigam mais furos de reportagem, envolvam celebridades, descubram namoros de idols, vejam se algum membro de boygroup usa drogas, qualquer coisa que chame atenção.
- O Daily Moon não é uma revista de fofocas! - se opôs. - O que está tentando fazer?
- Salvar o jornal. - respirou fundo.
- Parece que quer afundar o jornal. - levantou-se e foi em direção da saída.
- Aonde vai? - Lee questionou.
- Meu expediente acabou há 10 minutos.

Saiu da sede do jornal sem rumo, até receber uma ligação inesperada.

💼

Observou os empresários a sua volta, todos estavam sedentos para receber um gordo patrocínio da companhia Sun para uma nova marca de cerveja. Após algumas horas, resolveu não fechar o negócio, aquela era sua palavra final, as propostas eram até boas, mas a ideia da marca não tinha futuro naquele momento. Despediu-se dos homens de terno com uma curta reverência e voltou para sua sala, sendo seguido por Nayeon, ela estranhamente estava em silêncio.
A morena colocou o café preto em duas xícaras e leu alguns papeis que estavam em cima da mesa.

- Negou a parceria com aquela marca de roupas sem nem ao menos ter uma reunião? - perguntou enquanto tomava o café.
- As roupas são feitas por trabalho semi escravo na Tailândia. - deu de ombros.
- Como sabe disso? - apoiou os ombros na mesa.
- Tenho meus contatos. - bebericou o líquido quente.
- Já sei. - sorriu de canto. - A pessoa com quem está namorando é jornalista!
- Não estou namorando com ninguém, Naeyon. - balançou a cabeça.
- Então o que está acontecendo? Te pergunto isso como sua amiga! - suspirou.
- Direi as coisas na hora certa.
- Tudo bem. - levantou-se. - Você tem uma ultima reunião antes de ir embora.
- Com quem? - questionou.
- A dona de uma marca de roupas e produtos de beleza. - foi até a porta e olhou pela janela da sala. - Acho que ela está aqui, vou manda-la entrar.

Após ser chamada por Nayeon, uma mulher relativamente baixa passou pela porta. Ela mantinha um sorriso leve em seu rosto, parecia determinada e pronta para fechar um negócio. Sentou-se de frente para Jungkook e fez uma curta reverência antes de colocar uma pequena caixa em cima da mesa.

- Boa tarde, senhor Jeon. - o cumprimentou. - Sou Kim Dahyun.
- Boa tarde. - apoiou-se na mesa e fitou a caixa, levemente curioso. - Não é muito comum as pessoas exigirem vir falar diretamente comigo, ainda mais sem uma equipe de milhões de engravatados junto.
- Então hoje é seu dia de sorte. - ela tirou a tampa da caixa e retirou de lá uma camiseta bege com um bordado do planeta terra na região do coração. - Sou a dona da marca Twice, vendo roupas sustentáveis, feitas de material reciclado e eco amigável, produzidas inteiramente na Coreia do Sul e sem o mínimo trabalho escravo envolvido na produção.
- Por que Twice? - perguntou sobre o nome, interessado na proposta.
- Porque ao comprar você vai fazer a diferença duas vezes, uma no planeta e outro no seu visual porque nossos produtos são incríveis. - guardou a camiseta e pegou um batom. - Também temos nossa linha se maquiagem, obviamente sustentável, vegana e não testada em animais. Pode me estender sua mão? - pediu e Jeon logo o fez, Dahyun tirou a tampa do batom e fez um risco na pele do empresário, revelando um vermelho vibrante. - Conseguimos essa cor sem carmim e nenhum outro tipo de componente danoso a saúde.
- É uma proposta incrível. - observou a cor do produto. - Há quanto tempo está no mercado?
- Dois anos mais ou menos, é difícil produzir com pouco orçamento em um mundo de fast fashion em que a moda muda a cada dia. - suspirou. - Por isso que preciso do seu investimento, senhor Jeon, mais do que isso, preciso da sua parceria.
- Por que eu? - ainda estava encantado com toda a ideia da marca.
- Vi seus depoimentos na televisão e jornais, apenas soube que é a pessoa certa para trabalhar. Eu confio nos meus instintos.
- Pode vir aqui amanhã? - sorriu. - Porque iremos fechar um negócio.

Soulmates - namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora