17 (boneca russa)

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     Ainda era cedo quando os Kim foram despertados pelo alarme do celular e levantaram da cama relutantes. Não conversaram muito, apenas se arrumaram e foram em direção da cozinha para tomar café da manhã juntos. Seus olhos se cruzavam enquanto comiam, contudo, ninguém iniciava uma conversa. Era por volta das nove da manhã quando Seokjin enfim saiu do apartamento e despediu-se brevemente de Namjoon.

  — Até breve, Seokjin.  — o professor sorriu fraco e passou os dedos levemente pela mão do outro.
  — Até breve, Namjoon.  — segurou sua mão e a apertou uma última vez.

  O mais novo esperou-o ir até o elevador e esse chegar, então trocaram o último olhar enquanto a porta se fechava. Os distanciando por um bom tempo.

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    Passou no hotel, trocou de roupa e fez o check-out, mas saiu de lá rapidamente, ainda era cedo, planejava ver os pais uma última vez antes de ir embora, mesmo tendo se despedido no dia anterior.
     O trânsito estava fluído, o que o fez chegar até a porta da casa antiga com rapidez, era a mesma a qual morara quando jovem. Tocou a campainha e logo foi recebido pelo abraço da mãe.

   — Seokjinnie!  — Yunhee disse ao solta-lo.  — Achei que já estivesse no aeroporto.
   — Vou pela tarde, ainda é cedo.  — sorriu fraco e começou a andar para dentro da casa junto a ela.
   — Ainda bem, fiz bolo.  — entraram na cozinha.  — Parece que adivinha quando estou cozinhando.
   — É um dom.  — brincou e encostou-se à bancada. 
  — Meu filho?  — Jungyeon apareceu.
  — Ele veio dizer tchau uma última vez.  —  a esposa explicou enquanto servia o doce.
  — Oh...  — caminhou até Jin e deu tapinhas em seu ombro.  — Vamos sentir saudades.
  — Eu também, pai.  — suspirou.  — Posso fazer uma pergunta?
  — Claro.  — respondeu enquanto pegava água para si.
  — Aquela mala que minha avó deixou para mim... Sabe o porquê de ela ter guardado aquilo e esperado tanto para me dar?
  — Não faço ideia, quando era novo, sempre via nas coisas dela, mas nunca me deixava abrir.  — deu de ombros.  — Por que me pergunta isso? 
  — Acabei não contando, mas comecei a pesquisar sobre o que tinha na mala, um professor de história até me ajudou porque há muitos itens antigos lá.  — sorriu fraco ao pensar em Namjoon.  — Mas não tenho certeza se descobri muitas coisas, nenhum daqueles objetos era dela e sim de um tal de Eugene Choi.
   — Podem não ter sido muitas coisas.  — Sra.Kim disse enquanto comia do bolo. — Só que deve ter sido algo, talvez esse Eugene tenha sido importante.
   — Um enfeite antigo, uma fotografia tirada em Tóquio...  — suspirou.  — Ao que me parece, havia uma resistência contra o governo japonês na antiga Joseon. Não faço ideia de como juntar essas informações e o porquê delas.
  — Bem, talvez quando voltar encontre as respostas que precisa.  — Jungyeon respondeu com calma.
  — Não sei se voltarei tão cedo. — tomou um gole de água.
  — Mas eu sei. — a mãe disse com um sorriso no rosto. — Pela forma a qual falou sobre esse pesquisador, ele o fará voltar em breve.
  — Talvez tenha razão. — arqueou uma sobrancelha.

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   Mesmo estando um pouco para baixo, Namjoon foi até a Tudo Que Você Quiser para continuar seu trabalho. Cumprimentou o casal Min-Jung ao entrar e foi até a mesa sendo avisado de que deveria catalogar as coisas que haviam em uma caixa de papelão. Ficou por algumas horas olhando os livros dos anos 30, fotografias antigas e artigos de jornal enquanto passava suas informações para o computador, mas foi interrompido quando Hoseok sentou ao seu lado e lhe estendeu a boneca russa do dia anterior.

  — Isso é seu. — colocou o objeto sobre a mesa.
  — Por que está me dando? — questionou ao pegar a matriosca.
  — Está fazendo um bom trabalho na loja, queríamos agradecer. — deu de ombros.
  — Além disso, notamos que estava pra baixo, parecia ser uma boa hora para entregar. — Yoongi sorriu. — Abra e enfileire as bonequinhas, acho que ficariam bonitas como decoração. 
  — Obrigado. — agradeceu.  — É que o dono da mala a qua falei ontem, Seokjin, vai voltar para os Estados Unidos hoje. — explicou e abriu-as, porém percebeu que havia o papel na primeira camada a ser exposta. — O que é isto? 
  — Não sei.  — o mais alto o observou ler.

Soulmates - namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora