20 (Hina Kudo)

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        Assim que viu Minho saindo do museu Na Hye-Sok, caminhou em sua direção e sorriu ao chama-lo. Abraçaram-se e disseram um "oi" rápido antes de entrarem no carro de Taehyung. Ao acomodar-se no banco do passageiro, Choi selou rapidamente seu lábios aos de Tae, antes que esse ligasse o veículo, e voltou ao seu assento com um sorriso travesso nos lábios.

     — Sentiu saudade? — perguntou ao colocar o cinto.
    — Sim. — Taehyung respondeu enquanto sorria após o beijo roubado. — Quero te levar a um lugar.
    — Onde? — conectou o celular ao bluetooth do carro.
   — Surpresa. — balançou a cabeça assim que ouviu a música tocar. — Não conhecia essa, qual o nome?
   — Wave, Tom Jobim. — batucava os dedos no joelho.

     Sentiam-se bem na companhia um do outro, era engraçado como Taehyung e Minho compartilhavam um com o outro o amor pela arte. O mais velho ensinava a Kim seus conhecimentos sobre coisas mais técnicas, enquanto Kim contava sobre suas breves pesquisas feitas nos tempos livres. A música calma ecoava no carro, deixando o quase casal em silêncio, aproveitando o ritmo da bossa nova. 
      Quando o carro foi estacionado, Minho suspirou ao ver o Glory Hotel, era uma bela construção, misturando elementos mais tradicionais e modernos em sua arquitetura.

  — Então, finalmente me trouxe ao seu amado Glory. — riu enquanto entravam.
  — Sim. — mordeu o lábio. — Pela sua cara, deve ter achado bonito.
  — Com toda a certeza. — suspirou. — Você teve dedo na arquitetura?
  — Sim, mas Jung Hoseok, o arquiteto e engenheiro, teve as melhores ideias. — segurou a mão de Choi. — Mas não era bem a estrutura que estava querendo mostrar. — O puxou para o elevador.

    Não soltaram as mãos durante o percurso, atraindo alguns olhares vindos dos hóspedes, mas os dois ignoraram-os e concentraram em sentir a boa sensação de agirem como um casal. Taehyung apenas largou a mão do outro para abrir a porta do quarto, revelando a cama king size aparentemente confortável e, o que mais chamava atenção no ambiente, as telas, cavalete e outros materiais de pintura espalhados por ali. 

   — Tae... — foi até o cavalete e analisou a tela colorida. — Foi você?
   — Sim. — deu de ombros. — De vez em quando eu pinto.
   — Isso é incrível. — observou as pinceladas leves. — Isto é uma casa?
   — É um hotel, sonhei com ele e o pintei quando tive um tempinho livre. — apontou para a placa na pintura. — Não escrevi o nome, mas no sonho, havia Glory Hotel escrito nessa placa.
   — Por isso colocou esse nome aqui? — sentou-se na cama.
   — Não, foi depois de o Glory estar concluído. — acomodou-se ao lado de Minho. — Provavelmente estava pensando demais na inauguração e sonhei com isso.
   — Me conta mais desse sonho. — beijou o maxilar de Taehyung e o deitou no colchão.
   — Eu só entrei no hotel e comecei a andar pelos corredores, pelos quartos... — sorriu ao sentir a boca de Choi. — Não consigo falar com você fazendo isso. — riu.
   — Isso o quê? — perguntou sarcasticamente e continuou espalhando beijinhos pelo pescoço de Kim.
  — Isso... — respirou fundo ao se deixar levar pelo outro. — Droga. — falou baixo enquanto ouvia o toque do celular os interromper.
  — Deixa tocar. — apertou de leve a cintura de Taehyung.
  — Pode ser importante. — arfou e olhou o identificador de chamadas. — É o Hoseok, ele nunca liga... — franziu a testa e atendeu. — Alô? — levantou. — Está tudo bem? Nunca liga. — tinha uma expressão confusa no rosto. — Ah, precisa ser agora? — olhou para Minho. — Tudo bem, estou indo.
  — O que era? — pendeu a cabeça para o lado.
  — Disse que realmente precisava me entregar uma coisa agora. — calçou os pés. — Vamos.

💼

      Chegaram na Tudo Que Você Quiser e foram recebidos por Hoseok, que estava sorrindo e com as mãos para trás. O cumprimentaram com a cabeça e observaram Min-Jung curiosos sobre o que motivou-o a chama-los, pois na ligação apenas havia dito "Preciso te entregar algo importante, vai gostar."

    — Então, o que era a coisa importante, Hoseok-ssi? — Taehyung franziu a testa.
    — Isto! — estendeu a mão e lhe entregou o objeto.
    — Uma espada de esgrima? — perguntou confuso. — Não entendi.
    — Sabe a dona original do Glory? — foi até a mesinha de centro e apoiou-se nela. — Isso era dela, alguns pertences dela ficaram aqui na loja e quando encontrei me lembrei de você.
    — Como sabe disso? — sua expressão era de choque, se interessava muito em saber sobre o passado da mulher, mas não conseguira nem descobrir seu nome.
     — Se Hoseok houvesse me esperado, teria entendido melhor. — disse Yoongi ao sair dos fundos com uma caixa na mão. — O nome dela era Hina Kudo.
     — Desculpe, não consegui esperar. — suspirou. — Vou lá dentro pegar alguma coisa para tomarmos. Pode ser chá? Ou preferem café? — perguntou já na porta.
    — Pra mim chá. — Kim respondeu.
    — Prefiro café. — disse Minho enquanto tentava ver o que havia na caixa segurada por Yoongi.
    — Já volto, então. — saiu, deixando-os com o marido.
    — Namjoon me ajudou em catalogar essas coisas. — colocou a caixa sobre a mesa. — Mas tivemos certeza que tudo era dela quando vimos isto. — o entregou uma foto de uma mulher sorrindo fraco juntamente de um jornal antigo. — É um artigo sobre o Glory Hotel, feito por um jornal local da época.
    — Hina... Ela era japonesa? — questionou ao observar o rosto da moça.
    — Coreana, mas casou com um japonês, misteriosamente morto depois do casamento. — sorriu de canto. — Foi um casamento forçado.
    — Oh. — respirou fundo ao ouvir a história. — Casar forçado não é algo legal. 
   — Não mesmo. — Min-Jung respondeu e balançou a cabeça em negação. — Essa foto foi tirada por Kim HuiSeong, um jornalista da época, mas não o mesmo que fez a matéria. Eles eram amigos.
   — Ela era bonita. — analisou a foto. — Sabe seu nome verdadeiro?
   — Lee YangHwa. — afirmou. — Era tão bonita quanto uma flor. — brincou com a segunda sílaba de seu nome, Hwa, um dos significados para flor. — Enfim, ai tem um diário pertencente a ela e alguns desenhos, descobrimos que foram feitos para serem colados por Joseon, é o rosto de sua mãe, estava desaparecida e Yanghwa fez de tudo para acha-la. 
   — E achou? — pegou a caixa que lhe estava sendo estendida e colocou a fotografia, juntamente do jornal.
   — Apenas depois de sua morte. — comprimiu os lábios. — Mas tudo está no diário, bem explicado.
   — Obrigado, Yoongi-ssi. — fez uma curta reverência. — Acho melhor irmos, preciso ver essas coisas logo! 
   — Mas eu acabei de chegar com as coisas. — Hoseok apareceu e fez um bico ao olhar para a bandeja.
   — Acho que podemos ficar mais uns minutinhos. — Minho sorriu.

💼

    Já era noite quando foram para o apartamento de Minho, como haviam combinado no início do dia. Taehyung tentou ler um pouco do diário e se surpreendeu com algo ao ler a frase em voz alta.

   " Meu hotel é aberto para pró japoneses, pró estadunidenses, patriotas e até mesmo pessoas sem teto, mas nunca abrirei essas portas para meu pai. "

  — Nossa. — Choi reagiu. — Deve ter sido pelo casamento forçado.
  — Provavelmente. — fechou o diário. — Amanhã tentarei ler mais, entender mais sobre ela também. — foi até Minho e segurou sua mão. — Vamos continuar o que estávamos fazendo antes. — sorriu de canto.

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    Beijou de leve o ombro do mais velho ao ver que esse havia adormecido ao seu lado e fez o mesmo alguns minutos depois, enquanto tentava pensar um pouco mais na vida da dona do hotel, a qual achou melhor se referir como Yanghwa, tinha a sensação de que ela deveria preferir ser chamada dessa forma.

     Corria para fora do hotel após avisar aos funcionários que saíssem dali imediatamente, mas seu cabelo foi puxado e, ao tentar identificar quem o fez, viu um soldado japonês gritar consigo, mas não durou muito tempo, um tiro o havia atingido. A atiradora foi até Taehyung e disse apressada:

     — Acendi o estopim. Precisamos nos apressar. — puxou seu braço, começando a correr para longe da propriedade

    A última coisa que sentiu foi o calor das chamas ao ter seu corpo lançado pela explosão.


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Desculpa pela demora, mas espero que tenham gostado!

Soulmates - namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora