Capítulo 6

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Ano 61, Colmeia, Enfermaria dois, 30º andar.

Joanna

A primeira coisa que passa pela minha cabeça, ao levantar é: "Ei, quem foi que apagou as luzes?", mas não há nenhuma luz que possa ser acesa. Demoro um pouco para perceber onde estou, mas assim que percebo, percorro o túnel, em direção ao prisioneiro. Chegando ao fim do túnel, finalmente vejo a área iluminada, e em seguida a criatura, pendurada por correntes. Eu me aproximo, e a criatura levanta a cabeça.

– Você veio – ela diz, embora pareça um tanto quanto óbvio. – Tenho algo para você.

Antes que eu possa dizer qualquer outra coisa, o tudo ao meu redor desaparece, e eu me encontro em outro lugar. Pelo que posso perceber ao meu redor, é uma velha cidade, com prédios arruinados. À minha esquerda, há uma espécie de árvore morta, vinda de dentro de uma forma circular no chão, por onde posso ver terra. À minha direita há um monte de entulhos, composto por concreto, carros queimados e o que parece uma estrutura de vidro. Alguma coisa me empurra lateralmente, e penso que seja o que chamam de vento. Nunca experimentei algo tão delicioso. Mas o que mais chama a atenção é uma espécie de estátua que há em frente á mim. Por algum motivo, a estátua em si está borrada, com formas que não podem ser identificadas. Aproximo-me mais, e percebo que no pedestal da estátua está escrito alguma coisa. Aperto os olhos para poder ler o que está escrito. Assim que leio a primeira palavra, algo cai em mim. Algo parecido com água. E em seguida novamente, e muitas vezes mais. É chuva. Volto minha atenção para o pedestal. Está escrito:

"À memória daqueles que utaram pela humanidade." E logo em baixo.

"O Último Guardião, exemplo dos exemplos."

Ao ler estas palavras, o cenário muda novamente. Estou na mesma cidade, porém não há nenhuma estátua, e também nenhum pedestal. O céu tem um tom avermelhado, e não há nenhum sinal de vida ao redor. Um som ao longe indica uma explosão enorme.

Olho na direção da qual vem a explosão, e vejo uma nuvem de fogo se expandindo para cima. Tem a forma de um cogumelo, igual ao que plantamos nas estufas, e no meio, tem um circulo se expandindo horizontalmente. Do nada, todo o cogumelo começa a encolher, como se estivesse sendo sugado por alguma coisa. Vindo da direção da explosão, uma figura encapuzada caminha lentamente. Eu estranho ao perceber que a figura encapuzada deve ter uns três metros de altura. Percebo, espantada, que é o mesmo alienígena da caverna. Ele parece não me perceber. Ouço algo semelhante a passos se movendo rapidamente atrás de mim, e vejo que é um esquadrão de soldados, provavelmente humanos, fortemente armados. Eles formam um semicírculo, bloqueando o caminho do alien. Um deles grita para levantar as mãos, e eu o faço, assim como o alien, mas eles me ignoram. Eles se aproximam do aliem, e algemam as mãos dele. Simplesmente continuo ali, enquanto um caminhão em estilo militar chega, e o alien é carregado nele.

Só então compreendo o que é isso. Não é uma visão. É uma imagem do passado, de quando o alien foi aprisionado. O porquê de ele estar me mostrando isso ainda não ficou muito claro, mas isso eu vou descobrir.

Assim que as portas traseiras do caminhão voltam a se fechar, eu me vejo de volta à caverna escura. O alien parado em minha frente, cabisbaixo. Abro a boca para perguntar sobre o acontecimento que ele acabou de me mostrar, mas ele me interrompe.

– Lhe mostrei isso somente para que soubesse que não resisti ao aprisionamento por parte da sua espécie. – ele levanta a cabeça, e vejo que seus olhos estão cheios de tristeza. – de que me adiantaria resistir? Eu já havia perdido tudo. Mas não é com isso que você deveria se preocupar.

– Como assim? – pergunto confusa.

– Eu lhe mostrei o futuro, e é com o passado, que não pode ser mudado, que você se preocupa. – ele suspira o que parece estranho.

Vingadora da Galáxia - A guerra dos DronesOnde histórias criam vida. Descubra agora