Capítulo 13

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Ano 62; Colmeia, 1º andar, quarto 3.

Joanna

– Isso definitivamente é coisa dos aliens – diz Anjo, encostada à porta fechada, com o papel do resultado laboratorial em uma das mãos, o sacudindo freneticamente.

– E você ainda tinha alguma dúvida? – pergunta John. Nesse momento estamos somente John, eu e Anjo aqui. Karen está com Sam na enfermaria e eu acho que foi realmente o melhor a se fazer. Nós precisamos concentração para trabalhar nos mapas, e ela realmente não está em um bom momento. Além do mais, acho que a presença dela é importante para Sam. – A única coisa que me interessa é saber o que é isso. Por acaso é algum tipo de drone novo?

– Não, não – Anjo diz, e quase posso dizer que há um sorriso por trás da máscara dela – É algum tipo de organismo vivo. Quer dizer que é um parasita. E que foi criado em laboratório. A especialidade dos aliens.

– E o que a analise do DNA disse? – John parece muito interessado, pois seus olhos brilham. – É por acaso parecido com algo que já tenhamos visto antes?

– Aí é que está a parte mais interessante – diz Anjo, se desencostando da porta, e dando um passo à frente, para entregar o papel a John. – Leia.

– DNA indefinido – John lê em voz alta – O que quer dizer isso? – ele pergunta.

– Quer dizer que essa coisa não tem um DNA definido. Ou seja, as cadeias de proteína se alteram constantemente, como se procurando algo que as oriente a procurar uma posição definida. – Anjo responde e faz uma pausa para tomar ar. Em seguida, ela continua – E o mais interessante é que assim que encontra alguma forma de DNA, ela tente a utilizar o seu código genético maluco para infernizar o DNA da vítima, e isso acaba ocasionando mutações.

– Como no bode – John diz pensativo – e também aquelas listras negras que apareceram no braço de Sam. Isso quer dizer que ele corre perigo?

– Não – responde Anjo – por que assim que o parasita deixa o corpo da vítima, O DNA volta ao normal. Se vocês vissem o bode agora, não iriam acreditar. É obvio que ele ainda está sem pelo e com uma galhada, mas o restante... – ela deixa a frase pairando no ar, e fica evidente que o restante está normal.

– Então se removermos o parasita, a vítima volta ao normal? – pergunta John, levantando os olhos do papel.

– Nós ainda não temos certeza, afinal o bode somente ficou com o parasita por menos de um dia – responde Anjo. – mas pelo que me disseram, se o parasita ficar em contato com o hospedeiro por mais de vinte e quatro horas, o DNA não volta mais ao normal, e o hospedeiro continua sendo a coisa que virou.

O peso das últimas palavras faz com que a pressão dentro do quarto aumente. Os meus tímpanos começam a doer, como acontece quando se tenta segurar um espirro. Agora além dos habituais drones, dos novos drones, dos predadores, também temos uma espécie de verme sem DNA definido que faz com que o DNA da vítima fique totalmente maluco também. Perfeito.

– Essa não é minha preocupação no momento – eu digo, puxando o mapa de cima da cama, e o mostrando a Anjo. – nós demarcamos a área doze e a área seis no mapa. A área seis por ser a única floresta tropical, e a doze por ser a única savana. E acabamos percebendo algo muito ruim.

– O que? – pergunta Anjo, se aproximando mais para olhar melhor o mapa.

– As áreas do mapa são muito grandes. Se nós tivermos que procurar o meu irmão, principalmente sem saber qual dessas é a área cinco, estamos como cegos em um tiroteio. – eu exclamo.

– Até pode ser, mas provavelmente vamos encontrar um jeito. – diz John, se recostando na parede. – afinal, nós somos os melhores, não é?

– Somos os melhores – concorda Anjo, e então dá uma olhadinha rápida para a porta – mas ainda assim temos de fazer relatórios. Vocês vêm comigo?

Vingadora da Galáxia - A guerra dos DronesOnde histórias criam vida. Descubra agora