Capítulo 15

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Ano 62; Colmeia, 1º andar, quarto 3.

Karen.

Joanna e eu corremos até não podermos mais, mas chegamos ao quarto dela. Esse é um dos problemas de se morar no primeiro andar. Assim que chegamos, percebemos na hora que há algo muito errado. A porta do quarto está entreaberta. Anna para em frente à porta, observando a maçaneta caída no chão, arrancada da porta à força. Ela estende a mão para a porta, mas em seguida a retrai.

– O que está esperando? – eu sussurro. – Pode ter alguém aí dentro ainda.

– Exatamente – ela responde – não seria mais sensato pedir ajuda para as autoridades competentes?

– Nós não temos tempo. – eu digo, empurrando para o lado e passando. Escancaro a porta quebrada, e me deparo com uma cena aterradora. Móveis estão revirados por todos os lados, alguns quebrados, armários e escrivaninhas com as gavetas escancaradas e papéis espalhados por todos os lados. Eu me volto para Anna assim que ela entra e pergunto – Onde está o mapa?

– Na escrivaninha do meu quarto – ela diz, o olhar perdido, sem se focar em nada.

– Então vamos! – eu grito e a puxo pelo braço, em direção ao quarto. Assim que chego à porta, ou ao que resta dela, já que está destruída em pedacinhos, estaco. Antes mesmo de ver, eu posso ouvir algo ali dentro. É um som metálico, definitivamente não humano. Eu empurro os restos da porta e boto lentamente a cabeça para dentro, mas assim que faço isso me arrependo.

O grito fica entalado na minha garganta. Jamais vi alguma coisa do jeito do que está dentro do quarto. Mesmo sem saber ao certo o que é, sei de imediato que é uma espécie de drone. Todo metálico, de cor escura, o drone tem o corpo parecido com o de um enorme felino, e de diversos pontos do corpo saem tiras de metal, semelhantes a tentáculos, que ficam se movendo como larvas em carne decomposta. Em alguns pontos, elas reentram o corpo do drone, ao mesmo tempo em que outras tantas saem de outros pontos. Parece algum tipo de pelagem viva.

Prendo a respiração. Aquela coisa não pode saber de nossa presença. Observo enquanto os diversos tentáculos mexem por tudo, averiguando e procurando por informação. Assim que ele se dirige para a escrivaninha, ouço Joanna suspirar atrás de mim, e sei que isso não foi nada bom. O monstro para de se mover imediatamente. Após alguns instantes, ele retoma o trabalho de procurar.

– Precisamos de armas – eu digo em voz baixa, após recuar alguns passos.

– Eu tenho algumas por aqui. – Joanna diz, voltando para a sala principal. Ela afasta o carpete, o que revela um pequeno compartimento secreto, fechado com um cadeado eletrônico. Ela digita a senha e o cofre faz um clique, indicando que está aberto. Ela levanta a porta do compartimento, e eu fico abismada com o que ela tem ali.

– Está brincando comigo! – eu digo para ela. Ela tem diversos tipos de armas, inclusive um rifle de choque, uma arma ilegal para se portar dentro da colmeia. – E porque você não guardou o mapa aqui?

– Por que eu não tive tempo – ela responde, jogando um rifle automático para mim, e pegando o rifle de choque para ela. Ela me alcança um pente de munição, e então fecha a porta. Assim que levanta, ela olha para mim e diz – É hora de mostrar que nenhum drone de merda vai invadir minha casa e escapar imune.

– Então vamos acabar com ele – eu digo, e não consigo evitar sorrir. Mas o meu sorriso não dura muito tempo. Assim que termino a frase, ouço um barulho atrás de mim, e me viro. O drone está lá, parado nos encarando. Eu levanto a arma, apontando-a diretamente para o que deve ser a cabeça dele. – Você não deveria ter vindo aqui hoje. – eu digo. Ele olha para os lados, evidentemente buscando uma saída, mas nós estamos entre ele e a porta.

Vingadora da Galáxia - A guerra dos DronesOnde histórias criam vida. Descubra agora