Capítulo 11

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Despertam com alguém a bater na porta. Julie abre um olho, enquanto James levanta a cabeça.

- Sim? - James responde ensonado.

- O almoço está pronto, Jamie. - Soa a voz de Margot.

- Já descemos, avó.

James passa o polegar pela bochecha rosada de Julie.

- Temos de descer.

- Hum... - Resmunga. - Não... - Tapa a cabeça com a almofada. - Agora não. Tem mesmo de ser?

James ri do tom preguiçoso dela.

- Sim, estou faminto!

- Está bem... Bora lá. - Julie começa a erguer-se, mas fica estática, fazendo uma careta estranha.

- O que foi? - Fica em frente dela. - Aconteceu alguma coisa?

- Jamie, eu não estou a tomar nenhum contracetivo. - Constata, arregalando os olhos.

- Há possibilidade de ficares grávida? - Aproxima-se dela. - É isso? Um bebé?

Julie deixa-se cair sentada na cama, sem conseguir falar naquele momento. Parece em transe.

- Eu passo numa farmácia, compro a pílula do dia seguinte e... - murmura.

- Julie, se existe essa possibilidade, a possibilidade de termos um filho... - Ele aproxima-se. - Pode vir um Silverdale a caminho? Mesmo? - Puxa-a contra o seu corpo e abraça-a, porque era uma coisa que ele adorava fazer. - Isso tornar-me-ia o homem mais feliz ao cimo da Terra.

Julie não consegue expressar-se perante a afirmação, só olha para ele.
Depois do aborto, ela e Michael tentaram ter filhos, sem sucesso. Agora com aquela declaração, Julie ficou apreensiva e questiona-se internamente se algum dia poderá dar os filhos que James parece querer ter.

- Também há uma enorme probabilidade de isso não acontecer, Jamie. - Diz baixinho.
Depois, conta-lhe enquanto ele a abraça apertado.

- E que tal não pensarmos nisso agora? - Beija-lhe a testa. - Vamos tomar um duche rápido, que já estão à nossa espera.

Estão todos sentados, quando eles entram na sala de refeições.

Kevin e Daisy saltam das suas cadeiras correndo em direção a eles, cumprimentando-os com o entusiasmo característico das crianças.

Depois de vários beijinhos e abraços, Julie e James sentam-se à mesa, ao lado um do outro.
Como estiveram preocupados com eles, a família pediu para lhes contarem sobre a queda de árvore.

A um dado momento, James segura a mão de Julie e leva-a de encontro aos seus lábios.

- Tio, a Julie é tua namorada? - Pergunta Kevin, admirado, depois de ter visto a demonstração de afecto.

Daisy desce da sua cadeira e pede colo a Julie, abraçando-a.

- O que achas disso, pestinha?

- Então, ela agora é nossa tia? - James afirma com um aceno de cabeça. - Eu gostei da ideia. - Sorri. - Eu gosto da Julie.

- Eu também gosto da Julie, tio James! - Murmura Daisy. - Ela parece uma princesa, como a mamã.

- Eu também gosto muito de vocês. - Diz Julie, sorrindo com doçura.

Todos sorriem e voltam a conversar animadamente.

James dá um olhar cúmplice a Julie, sorrindo.

Mais do que nunca, agora Julie quer arriscar e tentar ser feliz. O amor vem numa carta fechada, mas se não tentar pode arrepender-se e a sua felicidade escapar-lhe entre os dedos.

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