Capítulo 19

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Já passava das dez da manhã, quando Julie despertou e tenta rapidamente sair da cama para ir à casa de banho, com a bexiga a estourar, mas uns braços fortes dificultam a saída apressada.

- Jamie, larga-me, senão mijo-me toda! - Continua a tentar afrouxar o aperto.

Atordoado do sono, James afrouxa os braços e vê Julie correr, de uma maneira estranha, em direção à saída do quarto.

- Vou-te matar, Jamie Silverdale. Não cheguei a tempo!

- Foi sem querer.

- Sem querer?! Eu dou-te o sem querer! - Grita de uma divisão da casa.

James dá uma gargalhada e sai da cama para ir ao encontro de Julie.

Quando entra na casa de banho, já Julie está na cabine de duche e, sem conseguir evitar, aprecia o enorme volume dos seus seios, com as auréolas mais escuras e a saliência da barriga. Passeia os olhos pelo corpo todo dela.
A gravidez deixou Julie ainda mais bonita. Deveras excitado, adentra a cabine de duche e beija Julie, que geme com o contacto das suas mãos nos seus seios. As suas carícias tornam-se mais exigentes e o roçar da sua ereção na pele de Julie está a deixá-lo maluco.

- Apoia as mãos na parede, Julie.

Assim que obedece, James posiciona o pénis na sua entrada e penetra-a com cuidado.

- Hum... Pareces ainda mais apertada.

- Jamie, mexe-te, por favor...

- Como desejar, madame. - Começa a movimentar-se e aumenta gradualmente o ritmo das estocadas, ao mesmo tempo que passa a ponta dos dedos pelos mamilos.
Desce os dedos, acariciando a sua barriga e concentra-se no seu clitóris.

Julie atinge o orgasmo com uma rapidez soberba e ele acompanha-a, sem poder evitar.

- Jamie, segura-me. As minhas pernas estão um bocadinho bambas.

- Deixa lá... As minhas também estão.

Soltam uma risada e lavam-se mutuamente. James fala com a filha enquanto passa a esponja na barriga de Julie que, sem conseguir evitar, deixa escapar umas lágrimas de emoção.

Após o pequeno almoço, Julie liga para todos e consegue marcar um almoço em família, de última hora, num restaurante perto da sua casa e, claro, a malta aderiu logo.
A sua família adora uma boa reunião e estarem juntos é sempre uma benção.

Toda a sua família já se encontra no restaurante quando ela e James chegam.

A irmã de Julie aproxima-se deles, salta perto de James e prega um calduço em James, que a olha de uma forma bastante cómica.

- Isso foi por teres magoado a minha irmã, seu urso! - Depois dá-lhe um abraço em cumprimento. - Sou a Maggie, já agora. E espero bem que não voltes a fazer merda, ou eu corto-te o abono de família.

- OK, Julie já me tinha avisado disto. - James não consegue fazer uma expressão séria e ri. - Maggie, eu também te quero pedir desculpa. Sei que também sofreste com a dor dela e ninguém consegue imaginar o tamanho do meu arrependimento.

- Sabes, James? - Maggie olha para ele, estreitando os olhos e metendo as mãos na cintura. - Quero que me contes tudo o que te levou a fazer merda. Essa será a tua redenção para mais tarde. Já agora, sê bem-vindo à família.

- Obrigado, Maggie.

Julie abraça a sua irmã e inicia as apresentações. O almoço foi muito agradável e a família barulhenta dela acolheu James, tal como a sua família acolheu Julie.

- Então, tu é que és o pai da minha neta... - O pai de Julie, Emanuel, dirige-se a ele.

- Sim, senhor.

- Hum. - O homem avalia James com o olhar. - Vou ser curto e grosso. Apesar da minha filha não me ter contado o que se passou para ela ter regressado, eu não vou esconder-te o meu descontentamento pela dor que a situação lhe causou, porque também me doeu ver a minha filha chorar por dias. Não vou tolerar que a magoes novamente e, mesmo com esse tamanho todo, ainda sou capaz de encher-te de porrada.

- Sim, senhor. - Diz, engolindo em seco, não por medo do homem, mas por saber que Julie esteve assim por sua causa.

- Agora, quero saber quais são as tuas intenções para com a minha filha. - Emanuel sorri, demonstrando que, apesar da agressividade aparente, é um pai amoroso e só quer o bem da filha, como todos os bons Pais.

- Senhor, eu pretendo casar com ela. Tenho o anel comprado há meses, mas ainda não fiz o pedido, com medo de uma possível negativa. Ela já me tinha admitido que tinha tentado evitar relacionamentos, com o receio da perda. Garanto-lhe que não vou deixar Julie novamente. Nunca mais. - James olha o pai de Julie nos olhos. - Eu amo a Julie.

- Vou confiar em ti, filho. - Abraça-o e depois encaminha-o para a parte da esplanada, para uma conversa a sós. - Por favor, podes contar-me o que aconteceu? Julie recusa-se e eu quero entender o que se passou.

James acena em confirmação e embrenham-se na conversa. Conta-lhe tudo, desde que a conheceu até ela retornar Portugal. Quando terminam, voltam para o interior do restaurante e são convidados a participar nas conversas já existentes.

- O que o meu pai queria falar contigo?

- Falar? - James arregala os olhos e vira o rosto para ela. - O homem ameaçou-me! - E ri.

- A sério? O meu pai não...

- O teu pai, sim. Deixa de ser curiosa, está tudo bem connosco. Eu gostei muito dele e da nossa conversa.

- Quando é que estás a pensar em regressar?

- Só quando tu quiseres, Julie. Eu sei que vais ter saudades deles e não quero apressar-te. Deixei tudo orientado e, se for necessário, posso trabalhar à distância.

- Combinamos para daqui a uma semana? - James assente. - Assim dá tempo para tratar do voo, para resolver tudo e despedir-me do pessoal.

A semana passou como um relâmpago. Fizeram tudo o que havia a fazer e ainda aproveitaram para passear. Julie apresentou-o a familiares mais distantes e amigos.

James surpreendeu Julie, ao pedir para o acompanhar ao túmulo de Michael e ficar a sós.
Julie atendeu ao seu pedido e afastou-se, depois de passar a mão pela foto de Michael, com uma lágrima descendo pela face.

- Michael, infelizmente não nos pudemos conhecer pessoalmente, e provavelmente isso também não iria acontecer se estivesses vivo. Venho aqui prometer que vou cuidar da Julie por ti e pedir a tua permissão para me casar com ela, mesmo que não me possas responder... - E ali continuou algum tempo.

Ao terminar, foi ao encontro de Julie.

- Posso saber o que falaste com ele?

- Tudo ao seu tempo, Julie. - E sorri para ela.

Na véspera da viagem tiveram uma festa de despedida enorme. Não faltaram os abraços apertados e o choro das despedidas e as promessas de regresso. James convidou os sogros e a cunhada a irem visitá-los e o homem garantiu que o fariam, assim que fosse possível.

- Cuida bem delas, James.

- Com a minha própria vida.

O que Julie não esperava foi a revelação do pai ao seu ouvido, quando a abraçou na despedida no aeroporto.

- Filha, o James contou-me tudo o que aconteceu.

- Hã? Mas...

- Ah, pois, eu agora tenho um aliado. Acho que ele é um bom homem, e mesmo que a sua atitude não tenha sido a acertada, eu sei e vejo que ele te ama de verdade, filha. Eu estarei aqui sempre, se as coisas não correrem bem, sim? Estou aqui. E quando a Annie nascer, vamos ter convosco.

Credo...
Aquela família era chorona p'ra caramba.

Embarcam no avião privado e Julie comenta que já sente falta do barulho da família, mas que está ansiosa para rever os Silverdale, a Mary e o Carter.

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