Capítulo 17

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Duas semanas depois.

James acorda e baixa o olhar para Julie, esparramada no seu peito e beija-a para a acordar.

- Bom dia. - Sussurra Julie.

- Bom dia.

De repente, Julie salta da cama e corre para a casa de banho. James vai atrás dela e encontra-a a vomitar. Ajoelha-se perto dela, lívida e suada, passa a mão na testa dela, desviando os fios de cabelo, trá-los para trás e junta ao resto do cabelo solto, prendendo-o com a mão.
Assim que termina, James auxilia-a a levantar-se e ela vai lavar os dentes. Sem a deixar por um minuto e, após ela terminar, acompanha-a até à cama.

- Bem-vindo, enjoo matinal... - Geme Julie. - Estava bom de mais para ser verdade.

- A doutora Madison disse que isso poderia ocorrer. Estás melhor?

- Hum, pois foi... Mas pensei que já me tinha safado a isso. O primeiro trimestre está a terminar. - Reclama. - Já me sinto um pouco melhor. Só que ainda tenho náuseas.

- Vou pedir algo a Mary, para te acalmar o estômago.

- Obrigada, Jamie.

James desce até à cozinha e encontra a avó, numa conversa bem animada, com Mary.

- Bom dia! - James abraça a avó e dá-lhe um beijo e faz o mesmo a Mary.

- Bom dia. - Respondem as duas.

- Mary, preciso de alguma coisa para Julie. Começaram os enjoos matinais.

- Oh, vou buscar um Ginger Ale e umas bolachinhas de água e sal. Foi um remédio santo para Alice.

- Obrigado, Mary.

- E eu a pensar que ela não iria passar por isso. Até agora não teve nenhum sintoma habitual. Nem parece que está grávida.

- Aqui está, menino James.

- Agradeço, Mary. Até já.

Ao chegar ao quarto ouve o som característico do vómito, coloca a bandeja em cima da cómoda e corre para a casa de banho, baixando-se ao lado dela e afagando as suas costas.

- Outra vez?

- Jamie, já me dói tudo de tanto vomitar. Desde que saíste já é a quarta vez... - Murmura. - Já não tenho nada para deitar e os espasmos continuam.

- Queres experimentar o que a Mary mandou?

- Primeiro, deixa-me lavar os dentes. - Diz, já se levantando. - O que é que ela me mandou?

- Um remédio santo, segundo ela. - James faz o gesto de aspas com os dedos no ar. - Ginger Ale e bolachinhas. Foi a sorte da Alice.

Julie senta-se na cama e mordisca uma bolacha devagar. Como não sentiu nada, continuou a comer e a beber muito devagar. Foram conversando sobre trabalho, à revelia de James, que insistia para ela deixar de trabalhar. Julie achava que era só implicância dele, uma superproteção desnecessária, e ela dizia-lhe que estava bem e que podia muito bem continuar a trabalhar, mas James vivia aterrorizado com a possibilidade de lhes acontecer alguma coisa.

Quando dá por isso, Julie já terminou as bolachas e a bebida.

- Realmente, é um remédio santo. - Ri-se.

- Achas que estás bem o suficiente para ir trabalhar?

- Vou experimentar. Prometo que, se me sentir mal, ligo-te a avisar e venho logo para casa.

- Mesmo assim, não deixo de ficar preocupado. - Ele estreita o olhar.

- Jamie, gravidez não é doença, tá?!

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