[DEGUSTAÇÃO] Carter - Trilogia Irmãos Sanders - Livro 1

Capítulo 5 - Surpresa!

Carter

Entro de fininho em casa, pontinha de pé, sigo para escada, meus pés descalços, meu carro está do lado de fora, o que é um alívio.

Fugi, tá! Qual o problema? Quem nunca transou e saiu fora de mansinho? Nunca fiquei com o cara a noite inteira, sempre foi sexo, pá e pow, pegava meu carro e saia fora.

Mas com ele. Dan. Nossa, só o nome já me causa arrepios. Eu não ia ser capaz de sair numa boa, eu ia ficando, quanto mais ele me tocasse, mais eu ia querer, então fiz o que qualquer mulher sensata faria. Cai fora.

Abro a porta do meu quarto, tiro meu vestido e entro no banho. Meu corpo tem algumas marcas de mãos e dentes. Sexo selvagem é uma droga, vicia. Não quero mais pensar nisso, mas não sei como vai ser agora, depois de ter transado com esse cara.

Todos os outros ficaram no chinelo, nem se comparam. Ferraz então, Dan passa longe disparado, melhor sexo da minha vida.

— Finalmente! — Pulo dentro do box ao ouvir a voz de Bonnie, minha mão em meu peito.

— Que susto garota! — Desligo a água e pego a toalha.

— Ficou maluca Carter, eu tive que mentir pra mamãe! — Pego outra toalha e começo a secar meu cabelo.

— Era só dizer a verdade, não precisava mentir. — Vou até minha mala, me segue.

— Que verdade? Que saímos para uma festa e você saiu me deixando sozinha sem saber se estava viva ou morta? — Começo a rir.

— Foi mal, eu meio que, não lembro o que aconteceu ontem a noite. — Arregala os olhos.

— Sua devassa. _Começo a me vestir.

— O que você falou pra mamãe? — Pergunto vestindo uma calcinha e logo depois o sutiã.

— Que você saiu bem cedo para resolver umas coisas, ela desconfiou por causa do carro. — Suspiro, nem mentir Bonnie sabe.

— Tudo bem, ela não vai pensar nisso, hoje é seu aniversário. — Pego a caixa em minha mala e estendo pra ela. Arranca da minha mão e rasga o pacote. Visto um vestido soltinho, cato uma escova da minha bolsa e passo por meu cabelo.

— Não acredito! — Grita e pula. — Me deu um carro, é mesmo um carro?

— Sim. — A alegria dela me contagia, fica pulando sem parar. Maluquinha. — Ele chega hoje. — Pula em meus braços e beija meu rosto.

— Eu te amo, você é a melhor irmã do mundo. — Beijo-a no rosto também.

— Você merece. — Se afasta e fica encarando a chave nas mãos. — Jason vai vim hoje? _Sento na cama e continuo penteando meu cabelo, está todo embolado.

— Não, disse que não ia conseguir, está meio estranho, acho que tem um segredo. — Confidencia.

— Jason? É da mesma pessoa que estamos falando? — Ela ri.

— Ja tem quase um ano que ele não vem em casa. — Nossa, isso me lembra que tem muito tempo que não vejo meu irmão mais velho. — Sempre arruma uma desculpa para não falar com a gente ao telefone.

— Mas ele está bem? _Balança a cabeça.

— Sim, mamãe disse que ia atrás dele se não vier pro natal. — Ferrou. Dona Margarida não faz ameaças vans.

— Então ele não tem alternativa. — Largo o pente, meu estômago ronca.

Pego meu celular e respondo as mensagens. Bonnie me acompanha até a cozinha, falando da festa sem parar, não consigo absorver nada do que diz, minha atenção voltada para os negócios.

A cozinha grande está em polvorosa, várias pessoas conversando ao mesmo tempo, organizando as comidas do jantar, colocando as bebidas na geladeira.

— Ruth, estou morrendo de fome. — Dou um beijo na cozinheira.

— Senta ali, vou te servir. — Aponta o único lugar disponível na mesa da cozinha. Ligo para Fabíola.

— Ferraz mandou o novo contrato? — Pergunto assim que ela atende.

— Sim, senhora. — Responde, parece estar fazendo alguma coisa. Droga! Esqueci que hoje é domingo.

— Tudo bem, amanhã eu vejo isso. — Desligo.

Ruth coloca um prato de salada colorida em minha frente, como enquanto analiso outros contratos e possíveis investimentos.

— Menina Carter, acho melhor você ir se aprontar. — Merda, perdi a noção do tempo, isso sempre acontece. Tenho um dez minutos antes da casa virar uma zona de guerra.

Tomo um banho rápido, visto um lingerie qualquer que pego dentro da mala e faço a maquiagem realçando meus olhos, finalizando com um baton vermelho bem forte. Divido meu cabelo ao meio e deixo ele solto.

Arrumo as coisas na mala, preciso sair amanhã bem cedo, então sempre deixo a mala pronta.

É o aniversário de Bonnie, mas ela nem liga, pediu uma viagem de presente, não fez questão de festa, mas a nossa mãe não gosta de deixar nada passar, qualquer oportunidade que tem faz festa.

Desço e encontro Bonnie junto com a amiga de ontem. Qual o nome dela mesmo? Não lembro. Aceno para elas, vou até papai, que já está rodeado com alguns amigos e investidores.

— Carter! Rapazes, lembram da minha filha? — Ele me dá um beijo na testa, sinto seu cheiro peculiar de charuto.

— Sim, atualmente temos ouvido falar muito. — São cinco senhores, todos de terno com bebidas na mão. Um garçom passa servindo uísque e champanhe, pego um copo com uisque. Não quero ver champanhe na minha frente tão cedo. — Soube que comprou a empresa de Charles semana passada.

— Sim, por um bom preço. — Tomo o uísque num único gole. Saboroso. Herdei de papai o gosto por bebidas fortes. — Acho que ele ficou bem satisfeito.

— Sim, é um grande amigo, infelizmente a empresa não estava no seu melhor ano. — Coloco o copo vazio na bandeja de outro garçom, logo todos somos servidos com mais algumas doses.

— Estou analisando os potenciais dela, mas não vai demorar, logo vai voltar a ser como era antes, senhor? — Meu pai olha pra mim com orgulho, me abraça com uma mão e me solta.

— Rogério Alcantra, muito prazer. — Estende a mão, aperto antes que ele queria beija-la. Esse homem me parece familiar.

— Não lembra do Rogério filha? _Estreito meus olhos. — Ele é o pai da Cristy e do Danilo. — Ah, não, não lembro.

_Sim. — Minto e sorrio. — Quanto tempo.

— Meu filho está ali. — Acena para alguém atrás de mim. — Ele não se interessa por negócios, prefere arte. — Fala isso, mas não parece estar chateado. — Danilo, deixa te apresentar a Carter, filha do Sanders. — Meu copo cai no chão, bem aos meus pés.

— Prazer, Carter, sou o Dan.