Mundos Secretos ⚠️ HIATO por tempo indeterminado ⚠️

2. Benjamin Jacob

O ATAQUE dos guardiões e a confusão que causaram na Academia Vida & Saúde o fez convocar um encontro com a Irmandade dos Nove, naquela quarta-feira à noite, no esconderijo, situado no subsolo da academia. A Irmandade era formada por desertores, como ele, a quem era capaz de confiar à própria vida. Inicialmente, brincavam ao dizer que formavam a irmandade e o nome do grupo se firmou ao longo do tempo.

O esconderijo era um espaço amplo, com uma pequena área de treinamento, guardava armas humanas e sirianas, munições, remédios, roupas, camas de acampamento ensacadas, cadeiras e mesas dobráveis e suprimento, caso precisassem ficar escondidos por dias a fio. A estrutura integrava três banheiros, cozinha equipada e dois depósitos. Era uma bagunça organizada onde conseguia encontrar tudo que precisasse e que foi acumulando ao longo do tempo. Quando a academia esvaziava, passava horas refletindo no local, da janela blindada e camuflada.

Sentado em frente à mesa touch a mente viajava para terras longínquas. Juntos com os irmãos, abandonara o modo de vida de mentes interconectadas denominada de Grande Teia, em que precisavam manter o padrão de pensamentos e frequência vibracional, na quarta dimensão. As interligações mentais eram impostas como código máximo, punia-se cidadãos que fossem capturados com pensamentos ou ideias divergentes.

Os princípios sirianos estavam ligados a fé no Grande Criador, na manutenção de pensamentos positivos e semelhantes, no amor incondicional, no poder das atitudes, no total abandono das paixões e desejos e na noção de que cada siriano compunha um só corpo, aflorando uma só permanência. Acreditavam que, com o passar do tempo, a Grande Teia iria conduzi-los a se agregar tão fortemente, que os corpos individuais deixariam de existir.

Os desertores não queriam saber daquilo. Logo que chegaram a esse mundo, apegaram-se a individualidade. Livres daquele entrelaçamento mental, cada um tinha o direito de fazer as escolhas que bem entendessem. Existiam poucos guardiões desertores. Era um deles, além de Beto Lopez, seu sócio na Vida & Saúde, que era o veículo humano do siriano Askon Lerik, e Klaus Mendes, veículo de Jygk Othion, que também já fora um guardião e tinha mantido uma relação muito próxima a Kan Othion, um dos principais anciões de Sorya e respeitado como general do Primeiro Comando.

Dentre os membros da Irmandade, estavam dois dos primeiros exploradores de Sorya que ficaram no planeta desde o fim da Primeira Guerra Mundial, formavam o casal de cientistas-médicos Theo Sarno, originalmente, Plyhx Milovsz, e Laura Sarno, a desertora Lyv Rother. Quando ambos descobriram os experimentos possíveis através dos veículos deles, vivendo na mesma casa e dividindo a cama, ao modo dos humanos da Terra, apaixonaram-se e nunca voltaram à base Sorya. Havia os gêmeos Paulo e Fernando Lyra, veículos sirianos de Ikaky Lerik e Lakin Feyn, respectivamente, Bruno Costa, veículo de Klazs Fanon, e Lisbeth Jensen, a siriana Gya Broxz.

O povo siriano pertencia a linhagem de sete famílias antigas, os primeiros grupos celestiais a atingir a quarta dimensão, assim contavam os anciões. Ou se era Broxz, Feyn, Lerik, Milovsz, Fanon, Rother ou Othion. Corria a história de que Jygk Othion, Klaus, estaria sendo preparado para liderar os guardiões do Primeiro Comando, que cuidavam da defesa e estratégias de Sorya, quando desertou, há cerca de 80 anos do tempo da Terra. Jygk nunca comentara claramente sobre o que o motivou a abandonar Sorya. Porém, a deserção dele, uma das primeiras registradas entre guardiões, enfurecera o general Kan Othion que então entregara a liderança a Mikah Rother e o formara com linhas duras para ser o líder. Enredava-se que Jygk e Mikah fossem filhos do próprio Kan. Mas não havia como confirmar, pois as crianças sirianas cresciam nos lares das Mães Criadoras e não se devia revelar quem eram os pais verdadeiros.