Hope 09

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A noite foi mais longa do que imaginei, acabei percebendo assim que levantei da cama cansada devido as inúmeras imagens que insistiam em se formar em minha mente, impossibilitando que eu adormecesse mais do que três horas. Minha mente parecia estar cheia de imagens de Alexander me tocando e me beijando incontáveis vezes. Parecia um sonho sem fim.

Devia estar carente, apenas isso poderia responder ao meu comportamento estranho, a forma como eu insistia em encará-lo, como o agarrei e principalmente em como meus pensamentos eram repletos de imagens dele.

― Eu preciso parar. Ele deve ter me beijado por impulso, apenas isso – Falei ao me levantar da cama, me arrumar e sair em direção a cafeteria. Fui pelo caminho mais demorado, pois desejava que quando finalmente chegasse, meus pensamentos já estivessem normais e sem tantas imagens sedutoras de Alexander. Meu plano era realmente perfeito, mas parecia que o universo não estava ao meu favor, pois assim que passei pela porta da cafeteria fui surpreendida ao ver Alexander molhado sem camisa. Não me importei com Paul ao seu lado segurando uma garrafa de agua vazia e nem em suas gargalhadas como se estivessem brincando, também não me importei com o chão molhado que eu – provavelmente – iria ter que limpar depois, mas o que realmente me importava naquele momento era o abdômen sarado dele – quando ele malhava por sinal? – seus cabelos levemente molhados e seu sorriso. Ele parecia se divertir com o que quer que tenha acontecido ali. Fiquei tentada a observar tudo silenciosamente, mas Paul não parecia compactuar com minha ideia, já que logo acenou em minha direção, gritando o meu nome e minha resposta automática foi revirar os olhos.

Eu realmente precisava me controlar.

Acabei sorrindo antes que Alexander se virasse, o que aconteceu instantes depois. Talvez meu olhar pareceu de uma tarada porque não demorou para que ele cobrisse o seu corpo com sua blusa molhada, a qual infelizmente ele segurava em sua mão. Tentei não ficar constrangida.

Tentei não abaixar a cabeça envergonhada.

Tentei muitas coisas, mas nenhuma deu certo. Eu estava com vergonha do meu próprio comportamento.

Disse que iria trocar de roupa antes de acenar discretamente para os dois homens e seguir para a sala dos funcionários. Acreditei que não precisava trancar a porta, já que os dois sabiam que eu estaria ali me trocando, mas o universo parecia querer me sacanear naquele dia. Assim que retirei a minha blusa, a porta abriu fazendo com que eu grunhisse em resposta antes de olhar para a porta, encarando Alexander. Ele não pareceu constrangido como da primeira vez, o que realmente atraiu a minha atenção. Seu olhar parecia fixo em meu rosto, esperando que eu gritasse ou que o mandasse embora, pelo menos era isso que eu queria acreditar.

Escutei a porta sendo fechada. Okay. Continuei parada o encarando esperando alguma reação ou escutar a sua voz, mas ele não disse nada.

― Estou me trocando – Falei desistindo de esperar alguma coisa quando o vi se virar e trancar a porta. Isso era realmente surpreendente e ligeiramente tentador, mas ainda era uma funcionária dele. – Trancou a porta? – Perguntei assim que ele se virou e me encarou. Ele simplesmente assentiu como se não fosse nada. – Algum motivo em especial? – Eu estava tentando não me preocupar com o fato de estar apenas usando a minha calça jeans e sutiã. Tentei agir como uma mulher adulta e experiente, novamente. Parecia que Alexander tinha algum radar que informava quando eu estava constrangida.

― Vim trocar de blusa – Sua voz me agraciou novamente e como resposta sorri, assentindo. O que eu poderia fazer depois de escutar a sua voz? Nada. Continuei o olhando esperando que ele falasse mais alguma coisa, o que não aconteceu. Passou por mim ao abrir um armário retirar sua blusa branca, a vestiu e saiu da sala sem ao menos olhar para mim novamente.

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