HOPE 18

1.5K 294 31
                                    

No instante em que entrei na cafeteria avistei Alexander molhando as plantas e um sorriso simplesmente estampou o meu rosto. A cada dia que ficava ao seu lado queria conhecer mais sobre ele. Queria que ele sorrisse ainda mais na minha frente e que ele fosse feliz. Isso seria pedir muito?

Eu realmente esperava que não.

Andei até onde ele estava parando ao seu lado, esperando paciente que ele percebesse a minha presença antes de poder abraça-lo. Eu queria ver a sua expressão quando me visse. E não demorou um minuto para que ele olhasse de soslaio e finalmente voltasse sua atenção para mim. Seus olhos pareciam brilhar de antecipação antes que largasse o regador no chão, molhando-o. Seus braços me envolveram rapidamente enquanto grudava sua boca na minha.

Como poderia existir alguém tão perfeito assim?

Era a única coisa em que eu pensava ao sentir seus braços me apertando contra o seu corpo, sua língua em minha boca e o seu cheiro adentrando pela minha narina. Ele cheirava a plantas e a perfume. Ele era irresistível.

Suas mãos começaram a acariciar minhas costas em uma caricia lenta e sedutora. Eu queria leva-lo para a sala dos funcionários ou até mesmo para o banheiro. Eu realmente tinha me tornado uma pervertida? Não queria pensar seriamente nessa opção quando empurrei Alexander suavemente em direção a uma parede próxima.

O beijo parou e uma expressão de atordoamento apareceu no belo rosto dele. Sorri como uma criança travessa – provavelmente – antes de piscar.

― O que acha que estou querendo? ― Perguntei ao manter minha voz baixa. O rosto dele ruborizou como se realmente estivesse com vergonha. Ele era tão tímido? Isso era lindo. Esperei paciente pela sua resposta com um sorriso no rosto. Eu queria que ele fosse o primeiro a falar alguma coisa ou a me agarrar.

Talvez eu estivesse sendo apressada ou louca por querer que ele me agarrasse mais, mas seria errado querer ter certeza de que o homem a minha frente era realmente meu?

― O mesmo que eu ― Sua voz rouca soou como um convite aos meus ouvidos. Apenas gargalhei ao passar minhas mãos pelo seu pescoço antes de ficar na ponta dos pés. Eu queria muito leva-lo para a minha casa, mas infelizmente precisávamos trabalhar. Eu ainda era uma pessoa responsável.

― Quando fechar a cafeteria venha para a minha casa ― Convidei sem um pingo de vergonha quando na verdade meu coração batia violentamente em meu peito. Aquela era a primeira vez que agia de tal forma. Não sabia o motivo, mas ter Alexander em minha frente fazia com que eu perdesse o pouco de razão que eu possuía.

Isso era algo bom, certo?

Sorri antes de me afastar dele, me refugiando na sala de funcionários e quando finalmente me olhei no espelho percebei meu rosto completamente vermelho e um brilho de felicidade em meu olhar.

Finalmente eu seria feliz.

Finalmente tinha encontrado o amor.

Sorri largamente ao trocar de roupa, pegar os materiais de limpeza e ir em direção ao banheiro. Meu olhar foi em direção a entrada da cafeteria de forma instintiva, me deparando com uma mulher parecida com Elma, porém ela tinha um ar mais maduro e um olhar fixo em Alexander, o qual estava de costas para ela.

Estreitei o olhar, prestes a ir até Alexander quando ela foi embora sem olhar para trás. Talvez tenha sido a minha imaginação.

Voltei a minha atenção para o banheiro e quando abri a porta, parei surpresa. O banheiro estava limpo. Não tinha nada para fazer ali. Franzi o cenho ao pensar no motivo de Alexander ou Paul ter limpado quando escutei a porta ser aberta atrás de mim. Me virei, sorrindo assim que avistei Alexander. Suas orelhas estavam avermelhadas quando foi em minha direção, segurando em minha cintura enquanto me empurrava contra a pia de mármore. Seu beijo fez com que eu perdesse a noção de onde estava.

Your VoiceOnde histórias criam vida. Descubra agora