Prólogo: Antes de tudo...

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1916

Floresta de Westzone

Quando a floresta silencia, há um predador!

O eco de seus gritos batia nas pedras das cachoeiras, nas árvores, nos paredões rochosos, e voltavam para ele. Enquanto tentava não se matar diante da desgraça que se tornara desde o dia em que descobriu que todos os seus medos estavam indo direta e especialmente atrás dele.

– Pelo amor de Deus, faça isso parar!

O cheiro não parava de vir, aquele doce cheiro que estava acabando com tudo nele, o deixava enfurecido, com medo e, sobretudo com anseio. Se não voltasse para casa, ela jamais o perdoaria.

– Vença a dor, irmão!

Ele apertou os olhos e cerrou os punhos. A dor vai passar. Mas e a culpa?

– Vai ter que vencer a culpa, Damian.

Parecia fácil quando falava, mas fazer era pior, se entregar ao seu lado obscuro não era uma boa opção e Damian quem escolheria de que lado permanecer. Enquanto a dor ia e voltava, Dam ouvia os passos apressados, a respiração acelerada e, muito além disso, as batidas do coração da segunda vítima batendo em compasso com seu medo... Tum tum, Tum Tum... Ele não podia mais ignorar ou fingir que não escutava. Estava ali, tentando controlar seus desejos, mas tudo aumentava e tudo piorava.

– Me escute, faça um esforço maior. Se pretende se livrar da culpa, Dam... - Dizia Jason, se agachando ao lado do irmão. - Não mate!

Os gritos cessaram. A floresta silenciou-se. O sol já se punha e o inverno se intensificava, era a época perfeita. Ele se movia rapidamente por entre as árvores, caçando sua presa vorazmente.

– Dam, não faça isso. - Jason gritou, em vão. - Droga!

Jason correu até a cabana, onde estavam as estacas, verbena, armas com balas de madeira, suprimentos, e além de tudo, uma Hunter.

– Powell!

Ele praticamente arrombou a porta e gritou seu nome ao mesmo tempo. Ela estava sentada na poltrona da sala, em frente à janela. Deu um sobressalto quando Jason gritou, o olhando em seguida.

– Powell, perdi o controle.

Ela suspirou, descruzando as pernas e se levantando.

– Vocês são novos e destreinados. Não sabem onde estão se metendo.

– Mas foi você que...

– Eu sei disso e eu errei. - Powell pegava sua mochila. - Não deveria fazer isso, para começo de conversa, mas... - Ela suspirou. - Acho que devo um favor a alguém.

Jason podia escutar os passos de Dam e a cada segundo perdido, temia por ele e por todos os seres que ficassem em seu caminho.

– Você vive dizendo que deve esse favor a alguém... Quem é?

Eles caminhavam rapidamente, rastreando os passos de Dam.

– Não sei se é uma boa ideia te contar.

– Por quê?

Ela parou de repente.

– O que foi?

– Shiii - Powell fez sinal para que ele ficasse quieto.

A floresta se silencia novamente. Os dois ficaram alertas, até um arbusto se mexer.

Saga Eternamente: Promessas (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora