Saga Eternamente: Promessas (LIVRO 2)

Inimigo em comum

Aquela parte estranha da floresta, perto da cachoeira, trouxe memórias para Bree logo quando colocou os pés na terra fofa e úmida. Jason caminhava na frente, como se soubesse exatamente onde Alana e Leo estavam, mas Bree não deu importância.

Em sua mente veio o cheiro especifico de Glicínias, rosas e azuis, e logo depois, veio a imagem das flores. Um lindo jardim com um caminho de pedras, a grama verde e molhada, e o vento frio. Lá na frente havia uma casa enorme, Bree não sabia de quem era, por que estava ali ou por que conseguia sentir aquele lugar tão presente. Ela não podia se ver totalmente, mas podia ver a barra do vestido antigo que tapava seus pés. Era branco com um tom de rosa bem claro, com renda e rodado, nos braços era afofado e necessitava do espartilho, também branco com rosa. Usava um anel da pedra da lua branco e não possuía pulseiras, mas usava um colar... O seu colar em forma de cruz!

Escutou uma voz, olhou para seu lado direito e viu Damian. Os cabelos bagunçados estavam maiores do que de costume, sua pele estava rosada, em vez de pálida, seu sorriso era mais feliz e Dam parecia outra pessoa... Estava com roupas de uma época distante. Mas a voz que escutou não era dele, era de outra pessoa atrás dela, por isso se virou para ver quem era. Assustou-se com aquela imagem, era como se olhasse para seu próprio reflexo no espelho. Porém, os cabelos eram mais claros, os olhos mais escuros e a altura também diferenciava um pouco as duas.

A essa altura, Bree não sabia se ela estava no sonho ou se aquelas duas eram diferentes, não sabia se estava no corpo de alguém ou se estava flutuando sob as cabeças deles, como num sonho.

Mas de repente, tudo se apagou, como se alguém tivesse assoprado o fogo da vela. Bree sentiu calafrios e em seguida, gritos de socorro. Seu coração começou a acelerar e sentiu vontade de sair correndo para uma luz que via bem longe, mas seu corpo não se movia. E nesse instante, alguém a sacode e de uma hora para outra, está de volta a sua real vida.

Era Jason, estava com os olhos arregalados, a olhando como se ela fosse um fantasma...

- O que há com você?

Ele disse aquilo como se estivesse preocupado, como se fosse Dam. Mas ele não era. Bree estava suando muito e seus olhos, turvos. Sua cabeça não doeu como na outra vez, mas seu corpo parecia que havia sido espremido por um buraco pequeno.

Bree engoliu em seco.

- É como se...

Ela não sabia explicar o que estava acontecendo. Se aquelas memórias não eram dela, por que Damian estava lá?

- O quê, Bree?

Ela piscou para poder enxergar melhor, respirou fundo e disse:

- Tem alguma coisa errada comigo.

- Por que diz isso?

- Não sei, às vezes tenho sonhos de um passado no qual eu nunca estive. É impossível sonhar acordada desta forma, como se eu voltasse...

Jason franziu a testa.

- Como assim, sonhar e voltar no passado?

- Não sei, Jason. Eu não sei explicar.

Bree respirou fundo mais uma vez e se lembrou de Alana.

- Vamos, estamos perdendo tempo. - Ela disse, passando na frente de Jason.

Ele ficou com aquilo na cabeça, seria possível que ela se lembrasse de alguma coisa sobre o passado? Sobre as mortes? Ele não sabia o que era isso, mas sabia que precisava descobrir para onde as memórias de Breezy pretendiam a levar, e se poderia tirar proveito disso.

Quando Bree avistou Alana, se assustou com Leo todo ensanguentado em seus braços. Parecia morto imóvel daquela forma. Ela correu até eles, com cuidado para não tropeçar nas raízes das árvores e nos troncos caídos ao redor dali.