Sem controle

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Enquanto esperava que Bell se desemburrasse, Alana não parou de pensar na "irmã gêmea" de Bree. Desde o dia em que Bree disse para ela ficar calada, não conseguiu pensar em outra coisa. E repensando na moça com mais cuidado, Alana extraiu algumas diferenças: a moça tinha cabelos vermelhos e curtos, se vestia diferente de Bree e sua pele era pálida.

Mas essa moça de perfil era quase idêntica, se não fosse esses pequenos detalhes. E mesmo olhando tão rapidamente, Alana podia jurar que era mesmo a Breezy. E só por isso, já achava que havia algo de muito errado.

Quando Bell finalmente saiu do banheiro, Alana empurrou-a até a sala de aula.

- Vai ficar bem? - Disse Alana.

- Nunca estou bem.

Alana se acostumou nos últimos meses com o mau humor de Bell, que entrou de cara amarrada na sala de aula. Quando se virou, trombou sem querer em Leo.

- Desculpe.

- Não, a culpa foi minha. - Ele disse, educadamente.

Ela sorriu de leve, sem o olhar.

- Você tá bem?

- Não sei. Às vezes, só quero sumir daqui. - Ela disse.

Leo franziu a testa.

- Sério?

Alana suspirou.

- A vida não é fácil, Leo.

- É, mas não temos opção...

Ela o olhou.

- Não deixe de me contar, caso Bell arrume encrenca com Bree, tá?

- Tudo bem.

- Obrigada. - Disse Alana, timidamente.

Se despediram e quando ela saiu...

- Bate papo amigável?

- Nada demais, baixinha.

Ele riu, olhando para Mabel, que estava séria.

- Que foi?

- Temos que conversar, Leo.

É, ela estava séria demais para brincadeiras.

- O que foi?

Ela o puxou para um canto do corredor.

- Muitas mortes estão ocorrendo nas redondezas, Leo. Mortes sangrentas, pessoas despedaçadas, corpos desaparecidos... - Ela falou baixo. - Há algo que eu deva saber?

Ele suspirou.

- Mabel, não tem como eu saber de nada.

- Está precisando de ajuda?

- Ajuda?

- Você está em uma transição importante, Leo. Além disso, precisa aprender a se controlar e para isso você precisa de ajuda.

Leo não queria ajuda, queria não ter que se transformar toda lua cheia.

- Não me lembro se matei alguém.

- Mas tem alguém que sabe. Deam.

Leo engoliu em seco.

- Não quero problemas...

- Eu sei, sou sua amiga e quero te ajudar, esqueceu?

Leo suspirou.

- Escuta, precisamos da sua ajuda. E para nos ajudar, você precisa controlar quando se transforma. Eu sei que existe uma forma controlar suas transformações, mas não há como fazer sozinho.

- Quer que eu faça isso por quê?

- Não só para nos ajudar, mas para sua própria salvação. Ainda tem que escolher se vai lutar mesmo com Deam.

Leo se empertigou.

- E como sabe que não é ele quem está caçando?

- Por que não sou eu! - Disse Deam, atrás de Mabel.

Leo engoliu em seco.

- Não quero lutar contigo, Leo.

- Ninguém quer que vocês lutem. - Mabel falou.

- O que faz aqui, irmão?

- Deam é nosso aliado também, Leo. - Mabel respondeu antes de Deam.

Leo suspirou.

- Eu realmente estou fora de controle, não é?

Deam apertou o ombro de Leo de leve.

- É, mas tem uma solução. Procure alguém para te ajudar a se controlar e eu dou um jeito de ficar livre de lutar comigo.

- Deam, é sério?

- Sim, não quero lutar contra meu irmão.

Leo sorriu, abraçando o irmão.

- Sinto muito ter que ser assim. - Disse Leo.

- Há uma saída. - Disse Deam.

- Vai dar tudo certo, Leo. - Disse Mabel.

E tudo o que precisavam era de alguém para trancar Leo em uma masmorra e cuidar dele quando voltasse ao normal. Alguém que o conhecesse e aceitasse correr riscos. Quem poderia fazer isso por Leonardo?

Saga Eternamente: Promessas (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora