Nana e Jason: Um amor esquecido

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Nana marcou de se encontrar com Bree novamente na volta para casa. A guerra era iminente e Jason convenceu Dam de que Bree estava apta a se defender sozinha e que seus poderes estavam evoluindo rapidamente por conta do treinamento que deu a ela por uma semana, durante suas paradas para "comer alguém".

Mas Bree ainda pensava na história de Nana e Jason. Então, quando foi se encontrar com a irmã, levou Jason. No local marcado, Bree a procurou com os olhos, mas não a via. Porém sabia que ela a observava. Provavelmente ficaria nervosa, mas Bree precisava fazer isso.

- Por que me trouxe aqui? Temos que ir embora.

- Jason... Confie em mim.

Ele revirou os olhos, tirando o boné da cabeça dela e colocando em si mesmo, com a aba voltada para trás.

Nesse instante, Nana aparece, mas Jason estava distraído. Bree a chama com um gesto de mão e ela se aproxima em um segundo, com cara de nervosa, mas Bree franze a testa e gesticula um "faça o que é certo".

- Jason, não se assuste.

Nana apertou a mão de Bree, que disse:

- Seja paciente e sincera, Nana.

Jason se virou, curioso, mas a advertência de Bree não serviu para nada. Ele se assustou com a imagem duplicada de Breezy e em um segundo, todo seu passado lhe tomou a mente.

- Jason, é complicado, mas... Essa é minha irmã. A que Candice se referiu.

Ele escutou Bree dizer, mas não tirava os olhos dos de Nana. Ele conhecia aqueles olhos cuja expressão não tinha nada a ver com os de Bree. Era como se ele soubesse quem ela era e sentia algo tão forte e estranho dentro de si, como se sua humanidade tivesse voltado de repente, como se fosse humano e pode até sentir seu coração bater rapidamente. Ele a conhecia, não como conhecia Bree, mas sabia exatamente, no fundo de sua consciência, que aquela cópia de Breezy era alguém tão importante, que o fez sentir novamente, depois de tantos anos...

Jason sentia-se vivo novamente.

- Nana... - Bree a empurrou de leve para que se aproximasse de Jason.

Ele sentiu sua garganta travar, não conseguia contestar Breezy e nem dizer uma só palavra para a moça a sua frente. Nana se aproximava devagar, com medo de assustá-lo ainda mais, afinal, ele nunca chegou a vê-las de uma vez só...

- Oi, Jason. Faz tempo que não te vejo...

Jason franziu a testa, seus olhos azuis estavam mais claros que o normal.

- Como... como isso é possível? - Foi o que conseguiu dizer.

Nana sorriu e foi isso que desencadeou as memórias mais profundas que Jason tentava arrancar de si... Mas elas voltaram. Ele pode sentir sua humanidade voltar com aquele sorriso.

Bree não queria interromper, mas teve que dizer:

- Somos gêmeas, Jason.

Ele a ouviu, mas não ligou os pontos no mesmo instante. Então, Bree se afastou um pouco, emocionada pela irmã.

- Não sei seu nome... Mas te conheço.

Ela sorriu de leve.

- Nos conhecemos há muitos anos, Jason.

Jason franziu a testa, inconformado com a situação. Estava confuso.

- Como? Como nos conhecemos?

Foi ai que se lembrou do que Bree disse: gêmeas. Ele arregalou os olhos de susto e logo ligou toda a história rapidamente. Olhou para Bree como se sentisse culpado por tê-la perseguido meio que à toa por tanto tempo... Mas ainda estava confuso.

- Você se lembra de quando nos conhecemos? - Nana disse.

Jason se lembrava muito bem, podia ver claramente em sua memória. Se lembrava que ela não havia lhe dito seu nome e que havia sumido de sua vida, se lembrava que havia conseguido a achar, mas ela parecia não ser a mesma garota meiga e simples, parecia ser arrogante e atrevida, se lembra de como foi usado e deixado de lado por ela, mas também se lembra de como a amava tanto a ponto de procura-la novamente e pedir sua mão em casamento. E se lembrou de quando descobriu sua traição com seu irmão... E foi ai que nada se encaixou ao que via agora.

- Era você mesmo? Ou será que vocês duas trocaram de lugar?

- Não foi isso que aconteceu. Na verdade, é mais complexo do que parece.

- Espere, estou confuso. Quer dizer que conheci mesmo duas pessoas iguais e ao mesmo tempo diferentes?

- Sim. Mas não era Breezy. - Nana engoliu em seco. - Somos, na verdade, trigêmeas.

Jason olhou rapidamente para Bree, agora consternado, como se pedisse rápidas desculpas por tudo que lhe havia feito... E sentiu um peso no peito ao pensar em Damian. Era remorso, culpa, arrependimento. Sua humanidade, definitivamente, havia voltado de repente.

- Era eu na primeira vez, mas na segunda foi minha irmã que queria me fazer mal... Ela te confundiu bastante, queria que nós dois não ficássemos juntos e quando você foi me procurar na minha casa, encontrou... Minha irmã mais nova, a Bree.

Jason engoliu todo o rancor que sentia antes disso tudo. Ainda estava confuso, mas agora entendia o que havia acontecido.

- Jason, você... Não tem culpa. Não sabia que somos três e nem nossos nomes.

Ele respirou fundo e sentiu algo diferente em seu peito. A olhou e percebeu que era a mesma garota que conheceu há anos, e aquilo pareceu o reencontro que esperou durante aquele tempo. Parecia que ainda esperava reencontrá-la, e percebeu que não via em Breezy o que via em Nana. Foi ai que sua culpa lhe caiu por terra, como não percebeu a diferença?

Seu primeiro impulso foi dizer:

- Estive te esperando... por muito tempo...

Sua garganta travou quando viu que Nana deixou escapar uma lágrima. Bree observava emocionada e percebia o quanto Jason estava arrependido de tê-las confundido e por tê-la matado por tantas vezes.

- Desculpe. É tudo culpa minha. Deveria ter feito alguma coisa para resolver toda essa confusão, mas tive medo.

Observando atentamente, percebeu que Nana tinha os cabelos mais curtos que os de Bree, mais escuros em um tom ruivo mais intenso, seus olhos um pouco menores que os da irmã, mas o verde brilhante era mais intenso e expressavam o que Jason sentia.

- Por que resolveu aparecer só agora?

- Senti medo. Minha irmã corre perigo e preciso a proteger, por que sei o quão poderoso é o que ela carrega. E cheguei a pensar que você havia me esquecido, que estaria desligado e nem se lembraria mais de nós. Pensei que estaria apaixonado pela minha irmã , Nina.

Jason sentiu um calafrio. Sabia quem era Nina Young, mas nunca havia a visto.

- Mas não estou. Nunca estive. Nem a conheço...

Nana suspirou, mais aliviada do que imaginaria por escutar isso dele.

- Desliguei minha humanidade, mas... ela voltou agora. Do nada.

Jason se aproximou dela para tocar-lhe a face, e foi a melhor coisa que fez durante toda sua vida imortal. Bree e Nana não tinham nada a ver uma com a outra, eram totalmente diferentes em tudo...

- Como pude não perceber?

- Não tem mais importância, Jason... Está tudo bem agora.

Bree sorriu quando eles se abraçaram. Finalmente, o destino resolveu as coisas pela primeira vez depois de anos sofrendo. Agora eles poderiam ser felizes juntos eternamente... Será?

Será que Nina poderia atrapalhar outra vez? Será que Jason conseguiria lidar com a culpa e com o fato de Nana ter se mantido afastada por tanto tempo? Será que Jason conseguiria entender os motivos pelos quais Nana não contou a verdade antes de toda essa confusão acontecer?

Saga Eternamente: Promessas (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora