Velhos Inimigos

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Pam Powell e Angie Jones caminharam pela antiga trilha da Unknown que levava até a praia, e no porto, entraram à bordo no barco que levava até a ilha isolada de Cloudiness.

Pam nunca havia visto as sereias que habitavam aquela parte do mar, ficou surpresa ao perceber que elas não eram tão curiosas ou assustadoras quanto ouviu dizer, mas Angie disse que era por que as sereias não estavam com fome ou irritadas com a presença delas ali.

Quando Angie colocou os pés na terra lamacenta, logo sentiu o mal-estar que a ilha passava. Seus nervos se agitaram. Fazia tempo que não entrava na Cloudiness, e antigamente, esse mal-estar causava muito mais do que agitação. Seus poderes se aguçavam demais, se elevavam e podia atacar a qualquer um sem se machucar.

Por incrível que possa parecer, havia um caminho de madeira ainda bem conservado, suspenso a poucos centímetros do chão por causa do matagal intenso, parecia que alguém o pintava de vez em quando, mas se descuidava do resto do jardim.

As árvores ali ainda estavam sadias, mas depois de dez a quinze passos, o ar começava a ficar pesado, o céu ia se escondendo atrás das árvores mortas e das que ainda estavam morrendo, e aquela maldita fumaça branca, conhecida como nevoeiro, começava a surgir de lugar nenhum, como se brotasse do chão úmido e frio da Cloudiness.

O vento começava a ficar mais frio e mais pesado, nenhum animal, nada de pássaros, nenhuma alma viva. Os galhos se mexiam, assustando Powell, que sentia calafrios desde que colocou os pés ali. O matagal sumiu, assim como a visão delas.

Tudo estava branco, como Angie já sabia que aconteceria. O silêncio atormentava os ouvidos de Powell. Até que tudo pareceu silencioso demais para Angie, que segurou o braço de Powell, fazendo-a parar.

–  O que foi?

– Shiii... – Angie sussurrou. – Escute... Silêncio.

Pam deu uma risada bem baixinho e disse em seguida:

– O que você tem contra o silêncio?

Angie tentou localizar em sua mente algo que fizesse o nevoeiro se dispersar, mas não conseguiu pensar em nada, seus nervos estavam à flor da pele de tão agitados.

– Silêncio é sinal de perigo, já disse.

E Angie sentiu esse perigo vindo, estava longe, mas pela velocidade em que vinha, ela sabia, estava perto o suficiente para atacá-las.

– Algo está vindo.

– Tipo o quê? – Disse Pam, se preparando.

– O que você acha que a Cloudiness é? – Disse Angie, também se preparando.

O barulho dos pés de alguém estava mais perto, mas de repente parou.

– Não sei ao certo. Uma prisão?

– É, uma prisão para vampiros.

As duas estavam prontas para atacar seja lá o que fosse ou quem fosse. Alguém riu em meio ao nevoeiro, era difícil saber de onde vinha o som.

– Não acredito no que estou vendo! – A voz na neblina falou, debochada.

Angie sentiu sua mente se contorcer ao escutar aquela voz debochada e irônica. Viajou no tempo, procurou nas memórias e enfim achou a dona da voz...

– Por que está se escondendo? – Angie disse.

– Quem é, Angie? – Sussurrou Pam.

A voz na neblina sorriu novamente, parecia estar mais perto. Logo, Angie sentiu que não era apenas uma pessoa, era um grupo inteiro as cercando silenciosamente.

Saga Eternamente: Promessas (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora