O sol não apareceu naquela manhã, havia um denso nevoeiro e fazia frio. Bree abriu os olhos e não viu Jason, o carro estava parado no acostamento e mal dava para enxergar a estrada. Do lado direito havia uma floresta e ela pode ver um vulto. Ela saiu do carro depois de vestir o casaco e seguiu pela trilha, curiosa para saber aonde Jason ia. E ele já sabia que Bree estava ali...
- A curiosidade matou o gato...
Ela parou a alguns passos dele.
- O que faz aqui?
- Preciso fazer uma coisa importante antes de continuarmos a viajem.
Bree se empertigou, cruzando os braços para tentar conter o vento frio.
- Não pode deixar para depois? Estamos em perigo.
Ele continuou a caminhar até um pinheiro enorme e parou. Agachou-se e quando o fez, Bree se aproximou, se admirando com o que via.
- Aqui é um cemitério?
- Apenas membros da família.
Ela observou quando ele colocou uma rosa sob o túmulo e o silêncio que se seguiu por alguns instantes apertou seu coração. Bree tentou entender o que ele sentia e de quem seria aquela lápide, que de tão velha, nem as letras existiam mais.
- Sinto muito, Jason.
Ele se levantou e deu dois passos até outra lápide, ao lado da primeira, se agachou e colocou outra rosa, e outra vez, o silêncio vagou pela floresta. Bree sentiu um aperto no peito...
- Quem são?
Jason se levantou e suspirou, dizendo:
- Meus pais.
Afinal, ele não parecia tão desligado de sentimentos humanos quanto se mostrava ser. Podia até fingir ser frio e calculista, mas aquela imagem mostrou a Bree que Jason não era o que se mostrava ser. Ele se escondia atrás dessa máscara de vilão da história, e quem sabe, escondia suas dores também.
Jason voltou para o carro e Bree ficou para trás, olhando aquelas lápides, pensando o que aconteceria caso ela encostasse nelas... E se conseguisse saber o passado de Jason? Sua curiosidade estava a torturando, mas então, escutou um barulho atrás de si. Se virou rapidamente, mas não viu nada. Quando se virou de frente para as lápides, se assustou. Havia mais alguém ali.
Bree caminhou por entre as árvores, seguindo um vulto estranho e nem pensou que poderia se perder no meio da floresta densa. Chegou a um ponto baixo, onde a neblina se intensificava, e então, decidiu voltar, mas perdeu-se da trilha. Não conseguia enxergar nada além da copa das árvores. Bree sentiu-se desesperada.
De repente, alguém toca-lhe o ombro e ela se vira bruscamente. Seu coração para por um segundo e volta batendo violentamente contra seu tórax. Piscou várias vezes, pensou que estava tendo uma visão, mas não... Estava acontecendo de verdade.
Era uma garota, parecia mais nova que Bree, mas a semelhança era incrível. Tanto que Bree não conseguia respirar, não podia acreditar no que via. Aquela garota era seu próprio reflexo, como se estivesse olhando num espelho. Estava chocada e ainda pensava ser um sonho, até que a moça sorriu, dizendo:
- Olá!
Bree sentiu suas pernas bambas.
- Eu sei que vai ser difícil de entender... Mas não fique assustada. Tudo vai se esclarecer em breve.
- Você... está em minhas visões... - Bree gaguejou, com os olhos marejados, se lembrando do que Candice lhe disse.
Ela sorriu novamente.
- Sabia que mais cedo ou mais tarde você se desenvolveria.
A moça caminhou em direção a Bree, mas ela não teve medo. Era como se sua alma soubesse quem era aquela moça, ela lhe passava paz e um aconchego estranho no coração.
- Como se chama?
- Pode me chamar de Nana. Posso te dar um abraço?
Bree respirou fundo, piscando várias vezes para espantar as lágrimas que estavam ali sem motivo algum.
- Sim...
Nana a abraçou e Bree soube que não era um sonho ou visão.
- Quanta saudade de você, irmã! - Disse Nana.
Bree fechou os olhos e sentiu as lembranças passarem de Nana para ela, como se estivessem conectadas profundamente. Não podia distinguir imagens ou sons, pois a quantidade era gigantesca. Mas sentia um imenso carinho, como sentia por Corey.
Nana Jones era sua irmã gêmea!
- Isso é... estranho e confuso.
- Eu sei, mas você vai ficar bem. Logo vai entender tudo.
Bree e Nana se afastaram, Nana segurava as mãos da irmã com carinho e queria ficar mais para lhe contar tudo e saber mais sobre sua vida, mas escutou Jason e se apressou a cochichar:
- Escute, Breezy, não posso ficar mais, tenho que ir.
- Mas por quê? Quero que fique.
- Sei disso, quero ficar também, mas...
Como explicar isso a irmã? Tudo era complexo demais.
- Jason está vindo.
Bree escutou os gritos dele a chamando.
- Como conhece Jason?
- Não diga a ele que me viu. Sei que não pode ser hipnotizada, e peço que, por favor, não conte nada disso a ele.
Bree franziu a testa.
- Mas...
- Por favor, prometa!
- Tudo bem. Mas prometa que voltará, por favor?
- É claro. Sempre estarei com você.
Nana sorriu e desapareceu, deixando Bree confusa. E logo depois, Jason aparece, dizendo:
- Breezy! Por que sumiu? Pensei que estivesse em apuros!
Ele praticamente gritou e ela fez uma careta.
- Eu me perdi! Não tenho visão de vampiro, se não percebeu.
Jason revirou os olhos.
- Vamos embora, temos muita estrada pela frente.
- Não me deixa para trás desta vez, seu chato.
Ele riu.
- Segure minha mão e veja a mágica.
- Eu não vou segurar em sua mão, você ainda não comeu.
Jason gargalhou.
- Anda logo, Bree. Para de frescura, não vou morder você.
- Ah, tá...
- Estamos perdendo tempo com isso. Já disse que não vou morder você, Dam e eu...
Ele parou de falar, se esqueceu que ela não sabia da trégua deles.
- O que tem você e Dam?
- Nada.
- Jason!
Ele suspirou.
- Pergunte a ele. Agora, vamos!
Em um segundo, ele agarrou sua mão e no segundo seguinte, estavam no carro. Bree ficou nervosa por ele fazer tudo repentinamente e sem aviso, Jason começou a ditar as regras novamente, a irritando mais. Parecia que os dois nunca se dariam bem e as coisas entre eles estavam diferentes.
Mas como Jason disse, seria uma longa jornada...
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Saga Eternamente: Promessas (LIVRO 2)
VampirePaixões destruidoras. Vidas em jogo. Promessas a cumprir. Uma guerra para lutar. E escolhas a tomar. É apenas uma parte ruim da vida. O que pode ser pior do que estar entre a vida e a morte? Quer correr o risco? - Não morrer completamente é pior...