Capítulo 27

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-Volto já.- Luan diz soltando minha mão.

Olhei na direção em sua direção e vi Luan caminhar até sua mãe. O observei de longe até ele mancar furioso por nós indo para dentro de casa. Olhei para Bruna e ela pareceu não notar.

- Lis, sua vez.- Ela fala chamando a minha atenção.
-Oi?- Pergunto sem entender.
-Um animal com P.- Ela fala com expectativa.
-Pato.- Falo sem pensar muito.
-Ja falei esse.- A moça ao meu lado fala, Bry alguma coisa, eu acho.
-Ah...pinguim então.-Falo negando com a  cabeça.

Olho para Jonny que conversava animado com o pai de Luan e outros homens que ali estavam presentes. Olhei para dentro de casa e nada de Luan, o que tinha acontecido?

Já havia se passado longos minutos e Luan não tinha aparecido deixando-me preocupada. Escutei a tal Bry alguma coisa perguntar dele para Bruna e ela responder que não sabia.

Seu Amarildo me chamou de lado e perguntou do filho, respondi que não sabia, que ele havia entrado logo depois de eu ter chegado o que fez com que ele entortasse a cabeça para mim.

-Vê lá no quarto dele, você sabe aonde é né?- Ele fala bebericando sua bebida.
-Acho que sim.- Franzoas sobrancelhas.

Caminhei para dentro de casa e subi as escadas, parei em frente ao quarto e bati na porta. Esperei alguns segundos e tornei a bater. Dei as costas voltando a caminhar em direção a escada e escutei ele me chamar.

- Lis?!
- Eu não queria incomodar, seu pai pediu para que eu viesse aqui, eu não...- Digo envergonhada.
-Entra.- Ele fala saindo do quarto.

Atravessei a porta do quarto e notei que havia vidro no piso, ele quebrou de propósito? Seus olhos estavam vermelhos, suas mãos machucadas. Ele estava se machucando, havia sangue na parede.

Levantei a cabeça olhando em seus olhos e o mesmo desviou o olhar. Me aproximei lentamente dele e peguei em sua mão fazendo com que Luan puxasse a mesma. Envolvi meus braços ao redor de seu corpo o abraçando, encostei minha cabeça em seu peito escutando seus batimentos cardíacos que não estavam nem um pouco normais.

Sinto Luan soltar o ar que estava prendendo e me envolver em seus braços, me apertando mais contra seu corpo. Era disso que ele precisava, um abraço amigo, uma companhia que não estivesse ali para lhe questionar e muito menos para lhe julgar.

O pouco que conhecia de Luan fez com que eu percebesse que ele não queria falar, ele não queria escutar, e nem ver nada. Ele queria isso, um simples abraço que lhe dissesse que estava tudo bem agora.

Sinto ele depositar um beijo no topo da minha cabeça e o aperto mais em meus braços tomando cuidado com a sua costela. Levantei a cabeça e o olhei, seus olhos estavam fechados e ele respirava fundo a todo momento.

Ele me soltou e se afastou sentando na cama, passou as mãos no rosto olhou para mim. Seus olhos cheios d'água fizeram meu coração se partir em pedacinhos. O que tinha lhe deixado assim?

-No banheiro tem um kit de primeiros socorros.- Ele aponta para a porta em seu quarto.

Concordo com a cabeça e pego a maletinha branca no banheiro. Abro a mesma pegando um algodão com soro fisiológico para limpar seus machucados. Ele nada fez, apenas olhou cada movimento que eu fazia com atenção.

- Eu vou limpar isso aqui...-Falo levantando para pegar os grandes pedaços de vidro que havia no chão.
- Não, Lis. Eu vou limpar.- Ele fala levantando com dificuldade.
-Senta aí.- Falo apontando o dedo para a cama.

Meu tom soou um tanto quanto autoritário fazendo-me pedir desculpas para ele que levantou as mãos e sentou -se na cama.

Limpei todos os caquinhos de vidro que havia ali e sentei ao seu lado. Ele ainda me observava, detalhe por detalhe, sem falar uma palavra. Respirei fundo e depositei minha mão em seu rosto, fazendo carinho em sua barba.

-Não vai me perguntar o que aconteceu?- Ele fala baixo.

Nego com a cabeça e sorrio de lado.

-Não quero que você se sinta forçado a falar, se quiser contar, tudo bem, mas se não, tudo bem, também. Eu estou aqui, com você.- Digo no mesmo tom.
- Você é incrível, Lis.- Ele diz com um sorriso fraco.
- Eu sei.- Digo fazendo ele rir.
- Vem mais pra cá.- Ele me puxa fazendo com que eu sente bem próximo a ele.- Obrigado.-Ele olha em meus olhos.

Sorrio de lado e abaixo o olhar. Luan pegou em meu queixo, levantando o mesmo para que eu o olhasse e se aproximou colando nossos lábios. Menos de 24 horas e eu já estava com saudades, era real, eu não conseguia mais ficar longe dele.

Me virei de frente pra ele e segurei em sua nuca aprofundando o beijo, sua língua travava uma luta gostosa com a minha causando-me arrepios. Ele pôs a mão em minha cintura e me deitou na cama ficando por cima de mim.

E nesse momento eu não me importava mais se a família dele estava lá em baixo, se a irmãzinha dele pudesse subir e nos encontrar assim. Eu não me importava com nada. Eu queria, eu estava disposta a me entregar para ele ali, naquele momento.

Luan se encaixou em meio as minhas pernas e apoiou uma de suas mãos próximo a minha cabeça. Soltei um gemido baixo ao senti-lo mordiscar meu lábio inferior. O quarto todo pareceu esquentar, era evidente o desejo que tínhamos de sentir um ao outro.

Suspirei ao sentir Luan descendo beijos em meu pescoço, minha mão estava em suas costas e descia conforme Luan descia seus beijos. Ele chupou uma parte de meu pescoço fazendo-me fechar os olhos. Minha boca estava seca e minha pele arrepiada, a sensação que eu sentia a cada toque seu era surreal.

Escutamos uma batisa na porta e em um pulo Luan se manteve sentado na cama, passou as mãos no rosto e negou com a cabeça. Levantei-me devagar, meu rosto todo queimava e eu tinha certeza que estava vermelho. Sentei na cama e olhei para o chão.

-Quem é?- Luan perguntou ainda ao meu lado.
-Bryana, sua mãe pediu pra que eu viesse te chamar.- Ela fala do outro lado fazendo Luan bufar.

-Já vou descer.- Ele fala para ela.
-Acho melhor eu...- Digo baixo.
-Me espera, vou só tomar um banho.- Ele fala me dando um selinho e se levantando.
-Ta bom.- Sussurro envergonhada.

Por Um Acaso | Luan Santana Onde histórias criam vida. Descubra agora