NOVE

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Thiago Gonçalves

— Você está realmente bem? - eu afirmo mesmo que minha mãe não possa me ver

— Estou mamãe, deu tempo pra eu absorver tudo que aconteceu. - e deu mesmo

Eu descobri que sou roubado a mais de cinco anos, setenta milhões ao todo. Não apenas pela minha melhor amiga, mas por uma organização que ela montou.

Empresários, ex funcionários, donos de galerias, ex colegas, todos juntos faturando às minhas custas. Eles se juntaram e dividiram tudo que me roubaram.

Arthur e mais alguns advogados de seu escritório tomaram a frente e estão me defendendo mas tudo em sigilo de justiça, o que me agrada muito.

— Seu pai ainda está aí? - eu olho para o lado e vejo meu pai mexendo no celular

— Tá aqui me vigiando como tem feito desde que descobrimos tudo. - não estou reclamando, apenas relatando um fato

— Resmungão. - meu pai diz sem ao menos me olhar e eu rio

— Por que você não aceita logo vir morar com a gente? Isso ia resolver tudo, meu filho. - e lá vem minha mãe me repetir toda a história de sempre

Minha mãe quer que eu more com ela, quer que eu volte a morar lá na casa dela e largue minha profissão, minha vida, tudo que eu construí só porque algumas pessoas agiram de má fé comigo.

— Mãe, eu não vou largar minha casa por causa do que aconteceu. Eu troquei as fechaduras, contratei mais segurança e a segurança da casa foi reforçada também. Não tem nada do que se preocupar.

— Difícil pedir isso pra uma mãe, Thiago, não pode me obrigar a isso. - eu respiro fundo e afirmo

— Eu sei mãe, mas a senhora tem que saber que eu estou bem e que ninguém pode me fazer mal. Não mais. - eu fico mais alguns minutos tentando convencer minha mãe sobre isso e, depois de tanto esforço, eu consigo

— Manda seu pai vir pra casa logo. - ela se despede e logo desligo a ligação

— Sua mãe mandou eu ir pra casa, não foi? - eu afirmo e meu pai ri — É difícil ser tão gatão assim, sua mãe não consegue ficar uns minutinhos sem mim.

— Tá mais pro contrário. - ele ri e afirma — Vocês sabem que eu tô bem, não sabem?

— Filho... - meu pai respira fundo e levanta da cadeira vindo em minha direção — Olha, nossa preocupação é natural, filho. Nós sempre nos preocupamos com você, agora só aumentou isso.

— A Lina não vai me procurar, pai. - eu nego e encaro a tela em que estou trabalhando

— Ela tentou nos primeiros dias. - eu nego

— Ela não vai me procurar, não depois do Arthur ter ameaçado denunciar ela. - eu respiro fundo e coço minha testa — Eu só queria fingir que nada disso está acontecendo, que é um pesadelo filho da puta...

— Olha a boca! - eu reviro meus olhos discretamente

— Desculpa, mas é isso. - eu olho pro meu pai — Eu só quero seguir a minha vida, pintar meus quadros, expor eles na minha galeria. - meu pai abre um sorriso realmente feliz

— Você já deveria ter feito isso, mas a gente nem pensou né? - eu afirmo e ele me abraça de lado — Tô orgulhoso de você, filho, mesmo passando por tudo que você passou você se manteve forte. Na verdade parece ainda bem melhor do que antes.

— Eu apenas decidi que não posso mais me esconder atrás da Marcelina, até porque agora ela não faz mais parte da minha vida. - nossa, como isso dói

Thiago - Série Homens Perfeitos #3Onde histórias criam vida. Descubra agora