EPÍLOGO

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Bela Pinheiro Gonçalves (ou Solzinho)

Eu começo a correr pelo jardim totalmente verde como sempre fiz. O cachorro dos meus irmãos mais novos corre atrás de mim como tem feito nos últimos meses. Amo esse lugar com tudo que sou.

— Bela, cuidado aí! - minha vó me grita e eu apenas aceno sorrindo

Não importa quantos anos eu tenha, eu sempre vou continuar a ser a menininha da casa. Tenho dezoito recém completos, mas pra eles ainda vou ter oito como no dia que cheguei aqui.

Não me lembro de muita coisa além da minha família. Lembro apenas de ficar um tempo no orfanato da cidade ou alguns flashes de uma casa modesta e sorrisos escassos.

Minha mente agora está repleta de sorrisos, abraços, memórias felizes, pais incríveis, avós maravilhosos, tios doidos e primos que são os melhores pestinhas do mundo. E meus irmãos então, nem se fala!

Tenho três irmãos, amo todos eles mais do que a mim e sei que o amor é recíproco. Papai e mamãe boa criaram sabendo que somos amigos mais do que tudo. E eu amos os três pestinhas.

Aurora tem dez. A mais velha depois de mim. Igualzinha a mamãe em tudo, parece uma cópia dela.

Felipe e Adam são os gêmeos de oito anos. Duas pestes que são a cara do papai. Levei mais tempo pra distinguir os dois do que qualquer outra coisa, mas hoje em dia sem quem é quem. Principalmente qual é o mais atentado de todos. Lipe, claro.

Jasmine é a filha do tio Arthur e da tia Millie, linda, ruivinha igual tia Millie mas de olhos azuis igual tio Arthur. Outra peste, mas que eu amo muito.

Eles tiveram o Lance a cinco anos atrás e ela é o bebê mais fofo do mundo. Não que ele aceite que o chamem de bebê, mas quem pode me negar esse direito?

— Bela, sua mãe está chamando. - tio André me fala quando estou dando água pro Fera, o cachorro dos meninos

— Tô indo! - eu grito como sempre

Estou sempre gritando, minha mãe briga mas sou igualzinha a ela. Meu pai detesta mas ri sempre que me vê agindo igual minha mãe. Ele continua amando ela como no primeiro dia.

— Filha, vem aqui! - não disse? Taí dona Júlia Vitória gritando pela casa

Eu chego na sala íntima da casa. Conheço esse lugar como a palma da minha mão e todos os atalhos que tem aqui então chego em menos de dois minutos na sala.

Todos estão sentados ali a minha espera, sei que não aprontei nada, mas encontrar roda minha família sentados no sofá a minha espera gela minha coluna.

— Filha, vem, a gente quer conversar com você. - minha mãe diz e eu me sento entre ela e meu pai

O senhor Thiago Gonçalves está mais quieto que o normal e tem os olhos molhados como o dia em que descobriu que passei para a Universidade de São Paulo.

— Você está prestes a sair de casa e ir para a faculdade, mas antes queremos te mostrar uma pessoa. - eu franzo a testa mas minha mãe continua — Não queríamos te falar antes de ser uma certeza porque sabemos como você é, e, bom... - ela ri — Esse dia chegou. - meu pai se levanta e sai da sala voltando poucos minutos depois trazendo um lindo menino de pele morena que parece tão tímido que só quero apertar ele e nunca mais soltar — Esse é o Júnior, seu irmão. - eu sorrio e vou até seu encontro me ajoelhando em sua frente

— Oi Júnior, você já pensou em se chamar Eric? - ele me olha estranho e ouço a risada da minha família

O que é? Eu tenho uma queda por personagens da Disney, o que tem?

Eu beijo seu rosto e logo meus irmãos estão brincando com o Eric - eu sei que ele é Júnior, mas convenço o papai a se chamar Eric em dois tempo - e o meu irmão logo se sente a vontade.

Amo minha família e o dom que eles tem de amar. Foi esse dom que me trouxe aqui, que me fez ser quem sou hoje. E é esse dom que me transformou de nada a tudo.

Thiago - Série Homens Perfeitos #3Onde histórias criam vida. Descubra agora