DEZESSEIS

1.2K 133 1
                                    

Júlia Pinheiro

Minha mão está suada e eu me recrimino por parecer uma menininha inocente. Ele me chamou para passar a noite com ele e isso é um puta passo mas eu não sou nenhuma virgenzinha que não sabe o que fazer.

Eu já fui pra cama com caras no primeiro encontro e eu estou nervosa depois de quase um mês de encontros e flertes? Como isso?

Mas o fato é que com esse homem nada me parece igual. Eu já sou uma mulher diferente desde que o encontrei pela primeira vez, sou melhor do que eu era, me encontrei e agora sou uma Júlia diferente.

Passar a noite com ele significa que nosso relacionamento não é platônico, que não tem mais nada haver com a matéria que produzi, mas tem haver com nós dois, com o que sentimos, com o que queremos. E eu o quero. Muito.

— Vem, eu preciso falar com minha amiga. - ele me olha com a testa franzida — A noiva, Best. - ele afirma com um sorriso meio sem graça mais eu assumo que isso é o nervosismo de conversar com outras pessoas

Desse tempo em que nos encontramos aqui na sua casa, eu percebi que ele não gosta de encontrar outras pessoas além daquelas que ele tem que conviver. Nem mesmo com as pessoas que trabalhavam com ele.

Eu o puxo até onde está os noivos dançando não muito longe da gente. Minha amiga abre um olhão quando nos vê mas depois me sorri. Eu amo ver o amor em seus olhos nos últimos dias. Principalmente hoje. Quero ser capaz de amar desse jeito algum dia.

— Oi casal. - minha amiga sorri e olha rapidamente pro Best antes de voltar a me olhar — Eu sei que vocês já se conhecem, mas quero apresentar mesmo assim. Best, essa é minha melhor amiga Jamille e o seu noivo Arthur, casal esse é o Best, meu... - eu fico em silêncio sem saber como o apresentar

Amigo? A gente pode ser classificado assim?  Ficante? A gente só se beijou algumas vezes. Namorado? Bem que eu queria, mas nunca falamos nada a respeito disso. Entrevistado? Isso já não ficou pra trás agora?

— Oi Best. - minha amiga vem em meu socorro e abre um sorriso enorme ao falar com o homem imitando uma estátua atrás de mim

— Best? - eu o chamo quando vejo a mão da minha amiga estendida por mais de cinco segundos e nenhuma ação da parte dele

— Oi, desculpa. - ele pega a mão da minha amiga e a cumprimenta de um jeito fofo, com um beijo em sua mão seguida de uma careta — Como vai? - minha amiga dá de ombros mas sorri — Imagino que feliz, certo?

— Hoje é o dia mais feliz da minha vida. - ela diz olhando pro noivo — Mas, se me perguntar amanhã eu terei outra resposta, garanto. - ela me olha sorrindo — Mas conte-me sobre vocês, por que seus olhos estão desse jeito, Vitória? - a desgraçada me deixa sem graça e eu olho para os   meus pés sem saber ao certo o que fazer

— Nada. - eu dou de ombros mas a risada dela me deixa saber que ela não acredita no que eu disse — Amanhã você vai precisar de mim logo cedo ou só na hora do casamento? - ela franze a testa mas dá de ombros

— Amanhã eu vou ter o dia da noiva, sabe, eu achei que você queria ir comigo.

— E que horas você vai pro salão? - ela tem a testa franzida ainda

— Umas onze da manhã mais ou menos. Mas por que desse questionamento? Você tem outros planos? - ela olha pro Best ao meu lado e, como se seu olhar fosse um desafio, ele desliza sua mão sobre minha coluna até chegar minha cintura em uma tortura leve e eu mordo meu lábio pra segurar o suspiro que quer sair pela minha boca — Ah, entendi. - minha bochecha parece uma chama de fogo de tão quente que está

Thiago - Série Homens Perfeitos #3Onde histórias criam vida. Descubra agora