Júlia Pinheiro
Eu não sabia que a vida poderia ser assim. Não fazia ideia de que o mundo poderia sorrir para mim como tem sorrindo no último mês.
Sim, o tempo passa rápido, mas rápido do que um piscar de olhos. Num dia estou prestes a morrer de amor e uma semana depois estou casando com o homem da minha vida.
Não sou e nunca fui do tipo de pessoa que sonhava com meu casamento. Tipo, aquelas crianças que brincavam de casinha, que brincavam de estarem se casando ou tendo filhos, essa nunca foi eu. Eu sempre me imaginei num emprego incrível, com minha profissão dos sonhos e uma casa maravilhosa. Por que aonde está escrito que todas as meninas devem sonhar em casar e ter filhos? Eu não sonhava com isso.
Mas aí eu percebi que nem tudo que a gente sonha acontece. Meu emprego incrível era, na verdade, apenas um jeito de ter dinheiro muito suado. Minha profissão dos sonhos se tornou meu pior pesado e, bom, a casa maravilhosa? Nem isso eu tinha.
Me frustrei, essa é a verdade. Sempre acontece isso quando o que planejamos não sai como o esperado. Toda frustração nos leva ao desânimo. Eu já não queria trabalhar, não tinha prazer em sair pra nada e dormia em um lugar que nem meu era.
Aguentei muito por causa de tudo isso. Um chefe idiota, um namorado traidor. Eu larguei o certo pelo duvidoso e quebrei minha cara. Bem que tinha Nenê dizia para não fazer isso.
Foi por causa dela e de sua família que percebi que precisava mudar. Foi por causa dela que não quis tentar ter uma família pra mima, porque a dela já era minha e nenhuma outra família conseguiria ser melhor do que a dela.
Eu me deixei enganar pensando ser por causa de uma entrevista que eu voltei para Madalena. Não foi por causa dela, eu a usei apenas como uma boa e grande desculpa. Eu voltei porque estava sem rumo e dizem que, quando isso acontece, devemos sempre voltar pra casa. A minha casa é aquela família.
Foram dias perfeitos, ou quase, aquele que eu passei por aqui. Ter elas de volta a minha vida me fez mais completa do que jamais poderia conseguir longe deles. Os dias que eu passei conhecendo o TheBest também.
Ah, o TheBest... Eu ainda lembro da sensação que era me encontrar com ele, de como sentia minhas mãos tremerem e meu coração acelerar. Eu nunca tinha experimentado algo assim antes. Eu já tinha amado, claro, mas não desse jeito.
Eu achava que conhecia o amor de verdade antes, mas foi só quando ele apareceu na minha vida que fui capaz de perceber que todos os outros não são nada comparados a ele.
Eu me apaixonei pelo TheBest amando o Thiago. Parece impossível e até eu mesma achei isso, mas foi o que aconteceu.
TheBest me trazia todo o fogo que gostava, a paixão, o tremor, as pernas bambas, o peito acelerado. Thiago me trazia, desde sempre, a calmaria, a leveza, a pureza.
Por causa desses sentimentos que jurei ser impossível amar o Thiago. Eu nunca fui calma, leve ou pura. Eu sou feita de exageros. Ou transbordo ou nem encho. Thiago não. Nunca foi assim. Ele sempre me amou e eu, por mais que amava me sentir amada, nunca me permitir corresponder os sentimentos dele.
Por causa do destino, de Deus, ou de qualquer providência divina, tive a sorte dos dois serem a mesma pessoa. Hoje eu vejo que foi sorte, mas na hora doeu. Como doeu descobrir tudo, mas hoje sei que não poderia ser mais feliz do que amando e sendo amada por eles. Ele.
Eu aprendi nesse tempo a respeitar seu espaço. Mesmo ele me amando e eu vendo isso a cada gesto e palavra, mesmo ele se esforçando a mudar, eu vejo que o Thiago que conheci nunca sumiu, ele ainda está camuflado sobre a pele da minha fera.
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Thiago - Série Homens Perfeitos #3
General FictionThiago Gonçalves sempre foi o mais tímido entre todos a sua volta. Quieto e observador, Thiago sempre se expressou através de seus desenhos. Ninguém dava nada por ele mas ele se tornou o maior nome da pintura do Brasil. Mas aí está a questão: ningué...