Capítulo II - O ENCONTRO

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AURORA






Tentei controlar o nervosismo, minhas pernas tremiam e minhas mãos estavam suadas. Eu queria entrelaçar meus dedos com os de Aramina, ela era o único pedaço da minha terra que estava comigo ali, se eu segurasse à mão dela eu seria vista como fraca. E a última coisa que eu queria era que os Icelandianos vissem minhas fraquezas.

Ali eu faria jus ao título, que eu receberia após me casar.

Eu seria a rainha de Trevas e Gelo.

Eu não permitiria que meu povo fosse massacrado novamente. Eu tinha planos. Muitos planos. Passei a minha vida toda estudando e sendo treinada, para que eu não fosse pega despreparada em nenhuma situação.

Mas isso não impedia que eu temesse aquele reino.

Meus saltos batiam no chão, enquanto eu era conduzida para a sala do trono onde a rainha de Iceland me aguardava.

Eu nunca tinha visto a rainha, aliás nunca tinha visto ninguém daquela família real.
Eu estava extremamente curiosa. Fomos andando guiados por Axel Blackwell, o jovem chefe da guarda real. Eu já havia ouvido muitas proezas sobre aquele jovem guerreiro, ele não devia ser mais velho do eu.

Possuía um olhar aguçado, crítico como o de uma víbora prestes à dar o bote. Desde que fomos apresentados na entrada do castelo ele não parava de me encarar, foi educado e distante ao me cumprimentar. Eu fui fria, como minha mãe disse que eu deveria ser.

Me perguntei se seu primo Harvey, tinha
alguma semelhança com ele.

Axel era alto, possuía cachos escuros e olhos castanhos impossíveis de ler. Era simplesmente lindo. Andava com arrogância, de quem sabia que possuía graça e beleza. Fiquei feliz por não ser mais o alvo de suas encaradas, mas bastante irritada quando sua atenção passou a ser da minha melhor amiga beldade ruiva. Não gostei da forma que ele a olhava descaradamente, como se quisesse devorá-la.

Pela maneira que Aramina começou a andar, com as costas enrijecidas, os lábios cerrados e os olhos estreitados, ela também havia percebido os olhares dele.

Se havia algo que Mina detestava, era ser tratada como objeto de prazer de um homem. Aramina me olhou e nos seus olhos vi nojo e raiva.

Se havia alguém que odiava os Icelandianos, mais do que eu, era Aramina Lindenbrook. Ela diminuiu os passos até ficar ao meu lado e entrelaçar seus dedos nos meus.

Como se tivesse lido a minha mente.

Eu queria chorar de gratidão por tê-la ali comigo.

Capitão Axel não perdeu o nosso movimento.
O bastardo parecia se divertir. O encarei até que ele desviasse o olhar. O que demorou bastante.

Ele era mesmo muito arrogante.

Paramos diante da imensa porta de ferro que dava entrada à sala trono.
Ele a abriu e adentramos a esplendorosa sala. Fingi que não estava encantada com aquele local magnífico, e caminhei com a confiança que não tinha, até o local onde o trono ficava posicionado.

Assim como minha mãe, a rainha Mirabelle era viúva. E assim como minha mãe os anos foram generosos com sua aparência.
Ela era deslumbrante.
A mulher que me encarava possuía uma beleza única.
A rainha de Iceland sorriu para mim, enquanto eu fazia uma mesura à perfeição.

- Seja bem vinda a Iceland minha querida.

A rainha caminhou até mim e segurou as minhas mãos. As dela eram quentes e macias. Enquanto as minhas estavam úmidas e geladas. - Eu sabia que você deveria ser bonita por causa de seus pais, mas nunca imaginei que você fosse tão linda.

Rainha de Trevas e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora