Capítulo VI - O ASSASSINO LITERÁRIO

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AURORA





Me soltei dos braços do estranho de maneira desajeitada.

- Desculpe. Não costumo ser tão emotiva.

- Não tem problema nenhum em ser emotiva. - diz com suavidade.

Tem problema, quando você é treinada pra ser um pilar de segurança.

- Obrigado por me ajudar, eu não teria conseguido sair daquela situação sem ajuda.

Ele maneia a cabeça dispensado meus agradecimentos.

- O que uma moça de Summerville fazia no meio da floresta do desespero, sozinha com um bando de mercenários? - indaga curioso.

Eu não devia satisfação à ele. Embora estivesse extremamente agradecida.

Como sabia que sou de Summerville?

- Seu sotaque à denuncia.

- O... O quê?
Ele estava lendo minha mente por acaso?

- O sotaque Summerviliano é tão acentuado que se destaca dos outros sotaques da Theirastra. Os Rs e Ss são mais suaves que dos outros reinos, entende?

Então ele não sabe quem eu sou. Ótimo.

- Você esteve em todos os reinos da Theirastra, a ponto de saber diferenciar a cadência melódica da fala de cada um?

Ele riu baixinho.

- Não. Só sei diferenciar o sotaque de Summerville e Iceland. Os Icelandianos falam com um tom mais duro.

- Nem todos eles. - digo.

Ele me olha com surpresa.

- Uma Summerviliana defendendo os Icelandianos. - ele ri com ironia - Eu realmente nasci pra ver isso.

- Não seja imbecil! Não estou defendendo os Icelandianos. - falo com raiva.

- Eu pensei que estivesse.

- Pensou errado.

- Não foi minha intenção aborrece-la.

- Tudo bem, sou eu que estou estressada com tudo que aconteceu. - passo as mãos no cabelo em um gesto nervoso. - Respondendo à sua pergunta, eu fui sequestrada por aqueles homens enquanto bem... enquanto ia a um passeio.

- Lamento. Eles consiguiram levar você pra bem longe do seu reino.

- Eles não me pegaram em Summerville, eu fui pega em Ahrenan. - miro seus olhos azuis esperando críticas, mas o que vejo é apenas curiosidade.

- Uma Summerviliana morando em Iceland, eu realmente não vou viver por muito tempo. - diz num tom dramático.

Reviro os olhos.

- Engraçadinho.

Ele ri novamente.

- Não acha que isso é um traição com seus compatriotas?

- Eu não tive escolha - grito. - Fui mandada pra... pra fazer um trabalho lá. Acredite se eu tivesse escolha eu estaria em Lumina.

Ele me lança um olhar de pena.

Não preciso da pena de ninguém.

- E você acha que exista algo melhor pra você fazer do que sair por aí matando? - interpelei.

- Eu não ando por aí matando pessoas. - declara com uma calma assustadora. - Eu só matei aqueles homens, porque eles estavam fazendo mal à uma pessoa inocente.

Rainha de Trevas e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora