A batalha de cada um

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"Merda... merda... merda." A mente de Bakugou proclamava, enquanto sua visão vez ou outra embaçava.

Continuava seguindo em direção aos amigos, tentando ao máximo disfarçar seu patético estado.

Sim. Patético era como Bakugou se definia, prevendo que logo mais, pelo seu estado não muito tardio, seria carregado pelos amigos como um peso morto em uma missão fracassada.

— Você está pálido. — Iida informou, baixo o bastante para que apenas o loiro escutasse.

Momo já estava aflita o bastante. Deixá-la mais preocupada não adiantaria de nada.

— Eu tô bem, quatro olhos. — Bakugou mentiu ajeitando sua postura de maneira invejável. — Assim que chegamos a Vila procuro o curandeiro. Tudo resolvido.

— Bakugou. — Iida lhe chamou sério, enquanto Bakugou fechava ainda mais a expressão. — Será que dá pra parar de ser orgulhoso uma vez na vida? Você está fraco e ainda estamos longe da Vila. Se eu te carregasse...

— Já chega Iida. — O loiro impôs sua voz de líder, enquanto o outro piscava os olhos incrédulo, quando o loiro chamava alguém pelo nome correto era um sinal de que tal assunto era sério. — Ficar discutindo. Isso sim será tempo perdido.

O loiro tinha completa noção de que o que Iida falara era verdade. O outro por si só já era conhecido por ser rápido. Carregar seu corpo debilitado certamente iria adiantar o trajeto.

Entretanto a chance de encontrarem novos inimigos durante o caminho era um fator a ser considerado.

Carrega-lo pelo trajeto deixaria Iida vulnerável, caso fosse necessário uma fuga rápida.

Jamais se perdoaria se um dos seus subordinados fossem atacados por um descuido de responsabilidade sua.

— Como está a ferida? — Momo perguntou preocupada, notando o atraso de ambos. — Você parece pálido.

— Estou ótimo. — Bakugou mentiu, olhando de canto de olho para o amigo. Quase o desafiando a falar. — A ferida não foi muito profunda. Dá pra levar.

Momo assediu um pouco mais calma. A ferida realmente não fora tão profunda. Talvez estivessem fazendo tempestade por um simples copo d'água.

— Vamos continuar a leste. — Informou, mostrando o caminho.

Bakugou passou a mão frente aos olhos, tentando retomar sua visão novamente desfocada.

Seja qual fora a substância usada na lâmina que o esfaqueara, realmente funcionava.

Só torcia para que não encontrassem mais surpresas indesejadas.

***

— Ah... ah... — O ar saia em alto e bom som de sua boca, enquanto corria num ritmo desenfreado.

Kirishima não entendia de onde tal sensação havia surgido, mas a seguia sem questionar.

Podia sentir claramente a presença de Bakugou o chamando, como um imã a lhe arrastar até onde sua metade oposta estava.

Enxergava claramente cada ponto da floresta, embora corresse em um ritmo sem igual.

Seus instintos nunca estiveram aguçados de tal maneira.

"Alguém o havia ferido". A mente de Eijiro citava, mandando mais estímulo ainda ao corpo. "Alguém ainda queria feri-lo".

Rosnou irritado, afastando pelo som alguns animais que por ali passavam.

Seja quem fosse, Kirishima esperava encontra-los antes que ousassem tocar novamente em Katsuki.

Seja quem fosse iriam pagar e não seriam com moedas que o híbrido Dragão iria cobrar.

***

Plano de vooOnde histórias criam vida. Descubra agora