Kirishima se encontrava sentado a cerca de meia hora. Sua mente se mantinha aérea, enquanto sua respiração vez ou outra se alterava pelas lembranças da noite anterior.
Sua mente mantia-se uma verdadeira bagunça, tanto pelo evento "sonambulismo noturno" como pelo que ocorrera um pouco antes de dormir, quando pela segunda vez beijara o líder da aldeia.
Levou os dedos involuntariamente aos lábios, corando ao lembram-se da textura dos de Bakugo ao beija-los.
Não sabia explicar em qual dado momento sua relação com o loiro havia mudado, mas a verdade é que por mais que negasse notara... de alguma relação líder / subordinado jamais seria a mesma.
Assustara ao notar o quão natural e certo de alguma forma tudo parecia aos seus olhos, mesmo diante ao cenário tenso que a vila se encontrava.
– Kirishima-kun. – Midoriya o chamava, tentando ganhar a atenção do ruivo. – Acho que realmente precisa terminar isso. – Informou gentilmente, indicando o pergaminho aberto na mesa, próximo ao braço de Eijiro.
– Ah... sim. – Respondeu constrangido pelo estado desconcentrado, embora de certa forma achasse tal tarefa desnecessária.
Quando Iida seguiu junto a Todoroki para o reino do fogo, Eijiro realmente acreditou que seu estudo ficaria parado até a volta do outro. Midoriya no entanto, assumira o papel de mentor, não apenas no treino físico como já fazia, mas também no estudo teórico, seguindo a risca o cronograma deixado por Iida.
Por vezes teve vontade de perguntar ao amigo esverdeado se tal estudo era realmente necessário. Havia um provável, porém ainda não sinalizado, risco de guerra.
Era meio ridículo pensar que estava ali sentado com um pedaço de papel entre as mãos ao invés da espada.
Levantou o olhar, notando a expressão aérea que Midoriya também apresentava.
Não podia imaginar o turbilhão de pensamentos que passavam em sua mente, mas jamais gostaria de passar por situação parecida.
Uma guerra por um amor correspondido, porém incompreendido pela família de uma das partes.
Abaixou novamente os olhos para as palavras, embora não as lesse de fato.
Sentiu-se egoísta por pensar em sua indefinida forma de relação com Bakugo, enquanto o amigo estava ali, tentando lhe ensinar mesmo preocupado com o namorado, presente no reino que não sabiam ser seguro.
– Ontem nos beijamos. – Declarou, ganhando atenção de Midoriya. – Eu e Bakugo. – Explicou, ganhando um curto sorriso do outro.
Devolveu o sorriso, feliz por desviar a atenção de Midoriya, mesmo que por um segundo, de tudo que estava acontecendo.
***
Bakugo girava sua espada com menos maestria que o habitual. Mesmo com o braço, não totalmente curado, conseguiu bloquear o ataque que Midoriya usara, revidando em sequência.
– Eles sempre levam o treino tão a sério? – Kirishima perguntou assustado, após acompanhar meia hora de treinamento entre o mentor e o líder do vilarejo.
Só agora, os acompanhando lutar, pode notar porque Midoriya era destaque como guerreiro, não que Bakugo ficasse muito atrás.
Mesmo com recomendação médica para que ficasse por mais algum tempo em repouso, ali estava ele, lutando sério contra Izuku, também decido a vencer o treinamento.
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Plano de voo
Fiksi PenggemarDesde a infância, Kirishima sempre considerou suas asas como uma maldição, por ter nascido em um clã de antigos caçadores de dragões. Sentia-se preso a uma cultura que não concordava, antes conseguir sair de sua vila. Integrante de uma nova aldeia...