Ofuscar

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– Pronto. – A jovem avisou, terminando de passar na asa a pasta esverdeada. – Kaminari fez um bom trabalho com a limpeza, mas devia ter passado algo a mais. As ervas ajudarão a cicatrizar mais rápido.

– Obrigado. – Tetsutetsu agradeceu, analisando o curativo.

– Não deve voltar a sua forma dragoniana. – Kendo avisou, fazendo-o estreitar o olhar. – Pelo menos não agora. Não sei como isso funciona, mas mudanças em sua pele provavelmente romperiam os pontos. Além da energia que gastaria.

– Isso faz sentido. – Tetsu concordou, lembrando das mudanças físicas que seu corpo passaria.

– Acho que nunca esteve entre humanos por tanto tempo, não é mesmo? – Perguntou de forma serena, lavando suas mãos na água limpa da pequena bacia.

– Nem tenho planos de permanecer por muito mais. – Falou, roubando uma risada fraca da curandeira. – E você? O que é? Sinto uma áurea primitiva em você, mas não reconheço de que animal.

– Kitsune. – Kendo respondeu com um sorriso. – Sou da família das raposas vermelhas que protegem essa terra.

– Escolheu viver entre os humanos do que na floresta com seus iguais? – Tetsutetsu perguntou confuso.

Julgava tola tal escolha.

– Nem todos os humanos são ruim. – A ruiva informou. – Essa aldeia é o melhor exemplo de todos.

– Eijiro já me disse isso. Mesmo assim não posso mentir que confio.

– É compreensível. – Kendo respondeu sorrindo. – Se não se sentir à vontade entre os humanos pode me procurar ou a Mina. Acredite, ela não hesitaria em lhe contar mais histórias do que imagina. – Informou, vendo o híbrido a também sorrir, mais confortável.

– Obrigado de novo por isso. – Agradeceu, já levantando-se, pronto para ir à procura de Kirishima.

– Espera. – A ruiva pediu confusa, só agora notando o espaço criado entre as escamas que brilhavam próximas as asas. – Perdeu alguma escama?

– Eu mesmo tirei uma. – O híbrido respondeu, lembrando o sinal que deixou para que Eijiro o encontra-se no cemitério dragoniano.

– Lembrou de destrui-la depois?

Tetsutetsu entreabriu os lábios, só agora lembrando de tal detalhe.

– Pegue-a de volta e destrua. – Ordenou séria. – Um artefato desses não devia nem existir. É um perigo, indicando sua presença enquanto estiver vivo.


***


– Como assim você se deixou ser marcado pelo Bakugou? Você é o que? Burro?

Kirishima suspirou cansado. Não aguentava ser julgado por algo que nem fizera, pelo menos não naquela vida.

Sabia que seria uma péssima ideia quando Kaminari e Midoriya o convenceram a contar para Mina suas teorias.

A rosada agora andava de um lado a outro, tentando absorver tudo que ouvira.

– Isso não devia ter acontecido. – A rosada falava inquieta. – Kirishima, a marca de um dragão é uma das magias mais poderosas que haviam. Raramente algum se submetia a marcar ou se deixar ser marcado. Era um voto eterno de fidelidade.

– Parece que alguém se casou, mas esqueceu de avisar o noivo. – Kaminari provocou. – Bakugou vai pirar quando souber que nem teve bolo em seu próprio casamento.

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