A Caçadora - Camren

Capítulo 11

Bora mais um para vocês galera.

Boa Leitura...

_______________________________________

Eu só percebi que estava sugando apenas ar do meu suco de morango aguado quando Dinah perguntou se eu estava fazendo algum tipo de experimento científico.

Meu sanduíche de atum já estava rolando pela mesa há meia hora e a
única parte que foi realmente comida dele foi quando Dinah percebeu que ele ia permanecer intacto e deu uma provadinha. Mas eu realmente não conseguia engolir nada.

– Mas então – disse Mani, que estava provavelmente tentando chamar minha atenção há algum tempo enquanto eu me perdia nos meus pensamentos outra vez – os dois podem estar lutando lá fora enquanto estamos aqui e você não pode fazer nada?

Suspirei.

Era exatamente isso que eu estava pensando.

– Não, não posso. Se eu ajudar Lauren, o caçador vai perceber que temos uma ligação e vai sujar para o meu lado. Se eu fingir ajudar o caçador, ele mesmo vai me dispensar. Não sei o que fazer. Nem Lauren nem Simon querem que eu me envolva.

– Que situação – comentou Dinah, arrancando outro pedaço do sanduíche.

– Verdade – concordou Ally – Estamos sem saída, e se ele pegar Lauren, não vamos poder fazer nada.

– Pessoal, parem com isso – reclamei, começando a me sentir aguniada.

Elas ficaram silenciosas por um tempo e me senti mal. Eu realmente não queria magoá-las.

- Me desculpem, estou um pouco nervosa. - disse tentando me redimir.

- Tá legal tanajura, sabemos que Lauren não pode morrer antes de tirar o seu atraso. - disse Dinah, elas começaram a rir e eu fiquei indignada.

Eu podia ter dormido sem essa.

Lucy e Austin estavam passando pela minha mesa e devem ter escutadoa última frase de Dinah, já que ela disse alto para quem quisesse ouvir embora não tivesse intenção alguma.

– Não está conseguindo atrair a atenção da Lauren, camilinha? – disse ela com uma voz provocadora – Será que é por isso que Lauren largou você hoje com as nerds? Não está interessada no material?

As meninas fuzilaram Lucy com os olhos com tanto afinco que eu podia
jurar que vi veias vermelhas saltando das suas testas.

– Metendo o nariz onde não é chamada de novo, Lucy? – retruquei, com ódio refletido no olhar – Você já esqueceu o que aconteceu com ele da última vez?

Ele pôs a mão no nariz instintivamente e suprimiu um gritinho enquanto corria entre as mesas. Austin olhou-me com reprovação.

– Você não deveria sair por aí ameaçando as pessoas, Camila. Devia ter vergonha de...

– Humm... hoje vou fazer omelete. Acho que vou quebrar alguns ovos por aí.

Ele arregalou os olhos e seguiu apressadamente pelo mesmo caminho de Lucy – mas sem gritinhos, ainda bem. Provavelmente lembrou o que aconteceu da última vez em que o encontrei também.

Espero que ainda possa ter filhos, de verdade, não sou tão rancorosa.

Coloquei a mão na testa e gemi.

Quando foi que eu comecei a ser tão
agressiva assim? E meu Deus... que vocabulário era esse que eu estava lançando a torto e a direito ultimamente?

– Você anda bastante tensa, mila – respondeu Ally, olhando a amargura na minha expressão – É por causa do caçador?

Eu fiquei um tempo olhando para ela.

Na verdade, podia também ser isso,
mas não só. Não contei a elas que tinha sido rejeitada por Lauren, era humilhação demais. O fato é que me sentia a mosca do coco do cavalo do bandido. Amosca mais deprimente dos tempos do faroeste.

– Deve ser isso... – respondi, levantando-me da mesa e pegando minha bandeja.

– Mila, você não vai atrás deles, não é? – perguntou Mani, preocupada - Deixa que Lauren e esse tal caçador se entendam. Pode ser perigoso!

Suspirei. Não queria metê-las em mais encrencas embora soubesse que era
exatamente isso que elas queriam.

– Bom, bem ou mal é meu trabalho. Meus pais esperam isso de mim.

– Mas não existe nenhuma Demi! – contestou Dinah – E quem poderia querer que Lauren e você se encontrassem? Isso não é tudo muito estranho?

– Sinceramente, desde que larguei meu emprego, nada começou a fazer
sentido. Às vezes acho que vou acordar de ressaca e tudo isso não vai passar de um longo sonho. É isso. Eu sofri um acidente e estou em coma. Tenho certeza que logo vou acordar e... AAAII!!

– Viu, não é sonho! – comentou Dinah alegremente, acabando de beliscar meu braço com força – O que quer que aconteça é real. Então cuidado, chancho. Qualquer coisa, mande mensagem.

Murmurei um mal humorado ‘tá’, esfregando meu braço e me dirigindo para a saída. Ao contrário do que elas deviam esperar, eu não fui para o meu quarto.

Na verdade, eu também não sei por quê. Minhas pernas pareciam estar tomando um rumo aleatório e quando menos esperei, estava no jardim.
Olhei ao meu redor e não havia nada ali. Nem som, nem pessoas, nada.

Provavelmente passeios no jardim depois do refeitório estavam fora de
cogitação. Ao menos naquela hora.

O vento estava parado e as estrelas pintavam o céu como furos prateados num bordado negro. Agora uma atmosfera densa me envolvia, a lua no alto estava brilhante e eu senti vontade de uivar.

Desculpe, foi só uma piadinha.

Eu acredito em tudo agora, até se seres do espaço quiserem fazer uma
entrevista comigo.

Os prédios pareciam ainda mais sinistros, como um prelúdio de filme de terror.
E isso sem nem estarem em aula.

Quando já estava me preparando para dar meia volta e sair, ouvi um sussurro de vozes discutindo. Apurei meus ouvidos para ver de onde vinham e constatei que perto dali, ao lado de um pequeno poste brilhando fracamente e entre duas
árvores frondosas, duas figuras gesticulavam levemente uma com a outra como se ao menor movimento um ataque teria início. As vozes soavam calmas, mas ameaçadoras.

Aproximei-me contando cada passo e esgueirei-me perto da parede. Senti a
presença de...

Não pode ser!

Lauren e Simon.

O que raios os dois estavam fazendo? Estudando-se?

_______________________________________

Bom gente por hoje é só.

Fuiii