capítulo 24

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Boa tarde galera, estou animada hj, mas algumas pessoas adicionaram a história 😆, demoro mais finalmente está ganhando views.

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Voltei a correr e pensei subitamente em uma barra enorme de chocolate. Não me culpe, tenho tendência a comer compulsivamente quando sinto uma sensação de medo forte. Como se meu estômago fosse capaz de me proteger se ficar mais cheio e pesado.

Ou como se pensar em ganhar algumas calorias a mais também me
afastasse da ideia de morrer, você sabe. Engordar é muito mais preocupante. Pelo menos é algo que meu cérebro pensa para ter que se desviar da razão.

Diminuí meus passos subitamente até parar. Simon estava muito à frente,
mas eu estava aliviada. Eu já sabia onde Lauren estava e como chegar lá antes daquelas bestas.

Bestas = Simon e a arma. Vou usar esse trocadilho muitas vezes.

Eu pensei naquele momento enquanto corria que Lauren era a minha caça, e não de outra pessoa.

Então pensei sorvete, comida, chilli... refeitório.

Senti um alívio imediato, enquanto corria para lá, saltando por uma janela e chegando rapidamente ao jardim. O vento cortante atingiu-me o rosto molhado e meus membros retesaram, mas segui firme. Lauren é minha caça, eu repetia.

Ninguém põe a mão na minha caça.

Assim como ninguém tem a capacidade de me roubar uma barra de chocolate que seja.

E Lauren é mil vezes melhor que chocolate.

Cruzei o jardim com a maior velocidade que podia e ainda pude ver a capa de Simon sumir enquanto ele entrava pelo corredor central mais à frente.

Ele não teria coragem de atacar Lauren na frente de centenas de estudantes.

Era uma das regras do Conselho; não se expor a ninguém. Se bem que Lauren me contou que Simon não era muito seguidor das regras e isso acabava por deixá-la em apuros.
Também não acho que tentar matar deliberadamente uma companheira de Conselho seja lá muito de acordo com as regras.

Então, além de impedir Simon de machucar Lauren eu ainda tinha que
proteger meus colegas; era só o que me faltava.

Tudo bem, Lucy e austin provavelmente estariam lá, então poderia usá-los como escudo e proteger os outros estudantes.

Entrei na sala ao lado e pulei a janela do laboratório. Isso me pouparia alguns metros a percorrer, mas Simon ainda estava alguns minutos na minha frente.

Quase pulei quando subitamente senti meu celular tremer no bolso da calça.

– Alô? – atendi trêmula e sem fôlego, sem diminuir o passo.

– mila, o que está acontecendo? – gritou mani do outro lado da linha, me fazendo engolir em seco – Lauren surgiu subitamente sentada ao nosso lado no refeitório e ela mesma não sabe explicar o que aconteceu. E está super fraca! estão todos comentando de onde Lauren surgiu do nada, sem que suas fãs se dessem conta disso.

– Eu sei – retruquei rapidamente – já explico. Mas antes me diga se o caçador apareceu por aí!

– Você diz o Simon, aquele de chapéu?

Suspirei.

– Mani, existe mais algum caçador além dele? Usando chapéu ou não?

– Você.

Eu quase joguei o telefone na parede enquanto corria.

– Normani... apenas diga a Lauren que Simon está atrás dela e está indo praí!

– Ele está vindo pra cá?! – repetiu ela histericamente – Isso não significa
problemas?

Suspirei, tentando manter a corrida.

– Desde quando Lauren em si não representa problemas?

– Mas é o tipo de problema que você adora se meter, não é, Camz? – ela riu.

De cabeça, pensei. Sorri, disse “câmbio” e desliguei.

Enquanto corria como se o mundo estivesse prestes a desabar – pelo menos o meu – lembrei-me do meu cardiologista novamente.

Aquele, que através daquelas folhas gigantes de radiografia, me informava que eu deveria ter malhado no parque e não ter me tornado uma sedentária preguiçosa que ia correr um risco enorme de não poder salvar a namorada vampira de um caçador idiota.

Ah, Deus, me perdoe por não ter seguido os conselhos do meu médico. Mas, se me ajudar, prometo tentar seguir os conselhos do meu terapeuta.

Ao máximo.

Rompi por entre as portas, passei pelas salas de reforço com alguns
estudantes ali fazendo hora e me olhando de modo arregalado – não é todo mundo que faz cooper na hora do jantar, você sabe – saltei a janela do laboratório, contornei o saguão e derrubei o diretor no corredor para o refeitório.

Ah, dane-se. Eu me entendo com ele depois, quando tentar explicar a ele
porque meu tio queria matar minha namorada.

É isso aí, pra mim Lauren era minha namorada, querendo ela ou não.

Afinal eu não sou de fazer esse esforço todo por causa de uma garota que não me quer. Se quer mesmo saber eu não sou capaz de fazer esse esforço todo por coisa alguma.

Apareci no refeitório rompendo pelas portas como se estivesse pronta para
gritar “O Titanic está afundando!” e parei quando percebi que todos olhavam pra mim como se eu estivesse louca.

Hum, talvez eu estivesse mesmo.

Quer dizer, Simon não ousaria entrar ali com toda aquela gente, certo? Hoje era a noite do chilli, então estava praticamente lotado. Nada de dieta para ninguém hoje.

Hum, exceto Lauren.

Sorri ao vê-la ao lado de Troy, escorando-se nele, para não cair. Afinal de contas, por que Lauren e eu estávamos com essa troca de poderes? Por que eu a deixava fraca cada vez que usava meus poderes nela e por que isso, de uma hora para outra?

Quer dizer, ela já não havia bebido meu sangue no hospital, quando eu doei? Ficou maior o poder quando ela bebeu, vamos dizer, direto da fonte?

Pior que sei quem explicaria tudo isso pra mim com clareza, mas ele estava meio fora de si.

A mesma pessoa que estava invadindo o refeitório com uma besta em punho.
Ai, ninguém merece.

– Suas peripécias acabam aqui, Lauren! – Simon anunciou, sentindo-se provavelmente Blade, o caçador de vampiros.

Metade do refeitório olhava para o caçador. A outra metade olhava para Lauren e para mim. Qualquer coisa semelhante a uma explicação; era o que queriam.

Ou um motivo para fofoca.

Lauren ergueu-se, afastando-se de Troy e empurrando-o para o lado. Dava para ver que pensava em uma maneira de não ferir ninguém.

Eu não entendo! Lauren tem um coração tão bom, quer dizer, tinha mesmo um motivo o Conselho inteiro estar atrás dela? Acho que devia haver algo atrás de toda aquela história que eu ainda estava por fora.

Ela mal podia pôr-se de pé. Simon estava bem ao meu lado, apontando a arma para ela, a despeito de todos os jovens que estavam lá.

Lauren não podia esconder-se atrás de ninguém e nem poderia correr com toda aquela fraqueza.

Ela estava totalmente entregue de novo.

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É  isso ai gente, até o próximo 😉

A Caçadora - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora