capítulo 22

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Boa tarde galera, estou postando mais cedo pq estou trabalhando a noite. Vou deixar mais um capítulo aqui para vcs espero que gostem curtam e compartilhem pra dar um up na fic...

Boa Leitura.

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Senti lágrimas virem à minha face, mas as reprimi. Elas não têm permissão de sair, assim como meu coração não tem permissão de sair pela minha boca. Direitos iguais, certo?

Então ela me afastou, horrorizada.

– D-desculpe, eu... – comecei, achando que ela tivesse lido meus pensamentos (embora insistisse que não fizesse isso), e me visto ali com Shawn.

Ela pôs um dedo em meus lábios pedindo silêncio e fitou-me com aqueles lindos olhos verdes olhos arregalados.

– Simon! Ele está vindo!

– O... mas ele não está ferido?

Lauren balançou a cabeça parecendo irritada consigo mesma e abriu a porta do meu quarto, empurrando-me para dentro. Ao contrário de Shawn ela não entrou comigo e fechou a porta atrás de nós; ela simplesmente bateu a porta, comigo dentro do quarto.

Eu fiz que ia girar a maçaneta para sair, mas ela esmurrou a porta do lado de fora.

– Camila, não importa o que aconteça não abra essa maldita porta!

– Mas...!

– Prometa!

Fechei a cara. Não gosto de promessas.

– Por favor... – ela disse com um sussurro atrás da madeira, quase como se estivesse implorando.

– Está bem... – murmurei, sem forças.

– ‘Brigado, Camz! Volto logo!

Então não senti mais a presença dela ali.

Não podia ficar aguentando toda aquela tensão sem poder fazer nada. Fiquei pensando na promessa que eu fiz e como minha mãe sempre fazia quando tentava burlar uma palavra que dava eventualmente.

Algo como “Eu sei que prometi que te levaria no circo se você tomasse
aquela injeção, mas não disse onde nem quando”. Ou então: “Claro que eu disse que você podia ir à festa na casa da Bárbara, mas não disse essa festa do sábado.”

Então minha promessa foi que eu não abriria aquela maldita porta. Mas
aquela não é minha única saída, certo?

Embora eu ainda não soubesse bem como funcionava esse lance de
teletransporte ou se eu era capaz de fazer isso sozinha, melhor tentar meios mais comuns para que meus poderes imbecis não dessem na vista. Vai que eu conseguisse, mas terminasse, sei lá, deitada na mesa do laboratório na hora em que iriam dissecar um sapo ou coisa parecida?

Ou parasse bem na frente do diretor ou de... Shawn?

Dirigi-me para a janela, abri-a e suei frio. Aquela porcaria de árvore logo abaixo estava olhando para mim como se dissesse: “atreva-se e eu arrancarei suas calças”. Apertei minha calça jeans com um cinto de couro. Se essa árvore conseguisse arrancar isso, seus poderes seriam de um vampiro, falemos sério.

Então eu também poderia transformá-la em uma estaca gigante e me vingar.

Estiquei o braço para fora da janela e consegui segurar o galho. Soltei meu outro braço e fiquei pendurada, com as pernas na beirada e os braços segurando o galho como se fosse uma barra de ginástica olímpica. Soltei as pernas e o meu corpo e balancei, arranhando minhas mãos na madeira grossa. Assim que parei de mover-me feito um brinquedo, suspirei.

Ali estava eu, pendurada a uns três metros de altura, pensando em como estaria feliz agora organizando todos os arquivos da contabilidade.

Mentira. Eu preferiria estar até de baby-doll de novo.

Quase.

Olhei em volta, com medo de que alguém estivesse vendo aquela cena
ridícula enquanto tateava com os pés alguma espécie de apoio e senti um
sussurro nas árvores outra vez, que me congelou até os ossos. Parecia vir das sombras, uma espécie de aviso ou um murmúrio de expectativa.

Um vulto de branco estava parado, sentado no banco alguns metros à frente. Tinha cabelos pretos longos até a cintura e parecia irradiar uma aura angelical. Não consegui fitar o rosto dela, estava longe demais, mas algo me dizia que devia ser linda. Não tive coragem de chamá-la;  uma fantasma e com certeza não queria me meter com coisa alguma nessa hora. Simon e Lauren não estavam ali no jardim e um pressentimento horrível tomava conta da minha mente.

Algo bom não ia resultar dali. Eu precisava fazer alguma coisa.

A mulher virou-se para mim, mas ainda assim não pude fitar seu rosto. Sua voz quase me deixou sem fôlego. Era suave, sedutora, e parecia que o vento a carregava como se estivesse embevecido nela.

– Está uma linda noite, não é? - ela disse.

Eu não consegui dizer nada. Estava sem chão – rá rá – ao ouvir aquela voz tão suave e, ao mesmo tempo, tão aterradora.

Ela moveu o olhar para a mão e fitou um relógio de ouro que trazia preso em sua cintura. Sem esperar pela minha resposta, ela acrescentou.

– Decididamente não estou com vontade de trabalhar hoje...

Virou o rosto para mim mais uma vez e sorriu. Senti um estalo.

A droga do galho quebrou e eu sofri uma quedinha nada agradável de três metros. Mas tudo bem, porque minha amiga árvore tentou me segurar e o galho inferior rasgou minha calça nova, mas ao menos amortecendo minha queda na grama logo abaixo.

Praguejei e levantei-me rapidamente, cuspindo duas folhas para não parecer tão ridícula ao mostrar-me para a mulher outra vez, mas ela não estava mais lá. Como podia ter sumido tão depressa?

O sussurro passou pelos meus ouvidos outra vez e saí em disparada pelo
jardim, mais por medo do que outra coisa, em direção ao dormitório de Lauren.

Estava tudo escuro, mas eu sentia a sua presença e tenho certeza que Simon também. Escutei barulho de vidros se quebrando e cacos espalhando-se pelo chão em algum lugar mais para frente, assim que passei pela porta e segui firme – ou o melhor que pude – pelo corredor.

A coisa estava ficando feia lá em cima.

Prendi a respiração quando vi luzes faiscando no andar acima das escadas que eu estava subindo; uma manifestação de poderes fantásticos provavelmente.

Esperava que, assim que surgisse, daria de cara com Lauren e Simon guerreando com sabres de luz a mais fantástica representação de Star Wars.

Simon seria o Darth Vader, embora eu não ache que ele mereça.

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Acabou por hoje galera, até +++

A Caçadora - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora