Capítulo 6

98 22 200
                                    

Capítulo 06

A casa estava silenciosa. Os raios do sol da manhã iluminavam o pátio com algumas folhas secas espalhadas. Naquele dia, ninguém tinha varrido. Yuri bateu e dessa vez quem apareceu foi a nova amiga. Ela abriu com o seu habitual short confortável e sua camisa de algodão. Era uma roupa de ficar em casa. Percebeu pela gola gasta da camisa

— Você poderia se arrumar um pouco para me receber. O que eu vou pensar de você?

— Relaxa. Você é só o Yuri.

— Fico envaidecido.

— Deveria. São poucas as pessoas que eu deixo me verem dessa forma.

— Cadê sua mãe?

— Ela foi no supermercado.

— Ela sabe que eu vim?

— Sabe. Eu avisei para ela. Ela disse que não tinha problema.

— Isso quer dizer que ela não tem medo que a gente tipo assim, se envolva? — Ele ficou corado. Tentou olhar para longe;

— Eu tenho a ligeira impressão de que ela torce para que algo assim aconteça.

Eles entraram no quarto. Ela foi sentar numa na cama e ele sentou na cadeira de uma escrivaninha no canto para estudo.

— Que história é essa?

— Do que você está falando?

— Da Dido.

— Eu pensei que você queria saber da pessoa que tem interesse em você.

— Eu também quero saber. Mas é que da Dido eu quero saber primeiro. — Estava novamente corado. Ele não conseguia fitar a amiga. Ela ria de uma satisfação descarada.

— Me diga uma coisa. O que você vê nela? Eu sinceramente não entendo o seu interesse. Por outro lado, até acho que vocês combinam. São dois desajeitados. Mas acho você mais bonito.

— Eu não sei explicar. Eu considero ela especial. Eu gosto de seus cabelos. Eu gosto de seu sorriso. De sua doçura.

— O sorriso eu até entendo. Mas não sei se posso concordar com a doçura. Você ficou sabendo do namoro dela com aquele rapaz. Eu fiquei sabendo que ela é o demônio.

— Deve ser melhor que um espírito do esgoto.

— Eu te garanto que não. Mas não vamos ficar discutindo a nocividade de cada espírito do mal. Quem mais sabe disso?

— Ninguém mais.

Karina começou a pular de alegria. Dava salto de felicidade e socava o ar com uma única mão.

— Você poderia me explicar sua euforia?

— É que eu sou a primeira a saber. Eu sou simplesmente o máximo.

— Mas você disse que eu dou bandeira. Pensei que outras pessoas soubessem.

— Yuri, você é muito fofo de inocente. Existem desconfianças. As pessoas comentam. Eu confirmei as informações. Extrai uma confissão. Acho que pretendo ser investigadora. Eu seria uma ótima detetive.

— Não acredito que você armou uma cilada pra mim, e que eu caí feito um tonto.

— Só que esse tonto é meu amigo. Você deveria me agradecer por eu ter descoberto. Pode ficar tranquilo. Eu vou guardar o seu segredo. E agora? O que você vai fazer?

— Como assim?

— Como assim, o quê?

— Como assim, o quê, o quê?

O AmebaOnde histórias criam vida. Descubra agora