Capítulo 16

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Os dias seguiam seu ritmo. O ano estava acabando, e todos estavam com os nervos a flor da pele com a aproximação do Enem. Iuri tinha incentivado o seu ritmo de estudo, e isso consumia todo o seu tempo e pensamentos, e assim ele conseguia conviver com falta que Karina lhe fazia. Ele sabia que ela lhe disse que não haveria problema algum se um dia ele a visitasse para terem momentos apenas como bons amigos. No entanto, ela não o chamara. Talvez ainda não tivessem superado os limites de sua amizade violada.

Mas algo estava acontecendo com Cassandra também. Faltavam poucos dias para a prova, e eu coração sentia uma ansiedade incomum.

Dido estava cada vez mais próxima. Mas ela também tinha algo de estranho.

— Você é amiga da Júlia?

— Sim. Nós ficamos próximas faz algum tempo. Acho engraçado que ela não vai com a tua cara.

— É mesmo?

— Sim. Não sei o que você fez, mas ela pediu para eu não me aproximar de você. Rolou algo entre vocês? Um amor proibido?

— Entre nós? — Iuri olhou assustado.

— Estou brincando. Adorei a tua cara. Ela me disse que você não faz o tipo dela.

— Imagino.

— Opa, aí vem uma de suas amigas ciumentas. Estou me retirando. Depois a gente conversa. — Era Cassandra que se aproximava.

— O que foi que aconteceu, mulher? Porque você está tão emburrada?

— Por que a sua amiga foi embora quando eu cheguei?

— Deve ser por causa dessa sua cara de cu.

— Muito engraçadinho. Iuri, ela não gosta da gente.

— De onde você tirou uma ideia dessas, garota? Ela é só um pouco estabanada. É a Dido, esqueceu? Nem parece que a gente estuda junto. Quem foi que botou essa ideia na sua cabeça?

O rosto da Cassandra mudou completamente.

— Realmente. Quem foi que botou essa ideia na minha cabeça? — Ela ficou alguns momentos Karina distraída. O próprio Iuri teve um pressentimento. Mais uma palavra e poderia estar perdido.

No dia seguinte, quando Iuri chegou no colégio, encontrou Dido e Cassandra conversando. Achou estranha a cena, e se aproximou para saber o que estava acontecendo.

— Estou gostando de ver. Voltaram a ser amigas?

— Eu estava esclarecendo um mal-entendido. A nossa amiga realmente é muito estabanada. Desculpe a sua amiga, linda?

— Eu estou acostumada às pessoas a confundirem meu comportamento. Eu sou patetinha mesmo. Eu sei que pode ser estranho, mas eu cheguei a pensar que você, Cassandra, tinha alguma coisa com o Iuri.

— Com este ator pornô?

— Por que ela te chama assim?

— É melhor não saber. Ela adora me matar de vergonha.

— A gente fica curiosa.

— Eu tenho namorado. E eu já falei. Eu sou muito complicada. Nós somos amigos. Se ele namorasse comigo, ele não sobreviveria. Nunca permitiria uma coisa dessas.

— Eu cheguei a pensar — Dido continuava — até que a Karina tinha alguma coisa com ele. — Iuri ficou congelado.

— Acho que você é a primeira pessoa que me diz uma coisa dessas. Que absurdo, não é mesmo, Iuri?

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