Os dias seguiam seu ritmo. O ano estava acabando, e todos estavam com os nervos a flor da pele com a aproximação do Enem. Iuri tinha incentivado o seu ritmo de estudo, e isso consumia todo o seu tempo e pensamentos, e assim ele conseguia conviver com falta que Karina lhe fazia. Ele sabia que ela lhe disse que não haveria problema algum se um dia ele a visitasse para terem momentos apenas como bons amigos. No entanto, ela não o chamara. Talvez ainda não tivessem superado os limites de sua amizade violada.
Mas algo estava acontecendo com Cassandra também. Faltavam poucos dias para a prova, e eu coração sentia uma ansiedade incomum.
Dido estava cada vez mais próxima. Mas ela também tinha algo de estranho.
— Você é amiga da Júlia?
— Sim. Nós ficamos próximas faz algum tempo. Acho engraçado que ela não vai com a tua cara.
— É mesmo?
— Sim. Não sei o que você fez, mas ela pediu para eu não me aproximar de você. Rolou algo entre vocês? Um amor proibido?
— Entre nós? — Iuri olhou assustado.
— Estou brincando. Adorei a tua cara. Ela me disse que você não faz o tipo dela.
— Imagino.
— Opa, aí vem uma de suas amigas ciumentas. Estou me retirando. Depois a gente conversa. — Era Cassandra que se aproximava.
— O que foi que aconteceu, mulher? Porque você está tão emburrada?
— Por que a sua amiga foi embora quando eu cheguei?
— Deve ser por causa dessa sua cara de cu.
— Muito engraçadinho. Iuri, ela não gosta da gente.
— De onde você tirou uma ideia dessas, garota? Ela é só um pouco estabanada. É a Dido, esqueceu? Nem parece que a gente estuda junto. Quem foi que botou essa ideia na sua cabeça?
O rosto da Cassandra mudou completamente.
— Realmente. Quem foi que botou essa ideia na minha cabeça? — Ela ficou alguns momentos Karina distraída. O próprio Iuri teve um pressentimento. Mais uma palavra e poderia estar perdido.
No dia seguinte, quando Iuri chegou no colégio, encontrou Dido e Cassandra conversando. Achou estranha a cena, e se aproximou para saber o que estava acontecendo.
— Estou gostando de ver. Voltaram a ser amigas?
— Eu estava esclarecendo um mal-entendido. A nossa amiga realmente é muito estabanada. Desculpe a sua amiga, linda?
— Eu estou acostumada às pessoas a confundirem meu comportamento. Eu sou patetinha mesmo. Eu sei que pode ser estranho, mas eu cheguei a pensar que você, Cassandra, tinha alguma coisa com o Iuri.
— Com este ator pornô?
— Por que ela te chama assim?
— É melhor não saber. Ela adora me matar de vergonha.
— A gente fica curiosa.
— Eu tenho namorado. E eu já falei. Eu sou muito complicada. Nós somos amigos. Se ele namorasse comigo, ele não sobreviveria. Nunca permitiria uma coisa dessas.
— Eu cheguei a pensar — Dido continuava — até que a Karina tinha alguma coisa com ele. — Iuri ficou congelado.
— Acho que você é a primeira pessoa que me diz uma coisa dessas. Que absurdo, não é mesmo, Iuri?

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O Ameba
Novela JuvenilYuri é um jovem negro que frequenta de favor uma escola de elite na cidade. Este é o ano em que vai enfrentar o Enem. Na sua casa, o pai foi embora, na escola os amigos se afastaram, e o dia raiou debaixo de um vendaval. Falta apenas uma coisa para...