Capítulo 11

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Prezados lindos e lindas, aqui ainda tem algumas cenas hot. Peço que me desculpem. Não pude evitar.  Ficam somente os avisos. Evito ser muito desbocado. Abraços.

***

Ela o convenceu a não perguntar mais nada. Assim que terminaram, Karina tomou um banho. Perguntou se o amigo queria se lavar. Pensou que era algo que deveria.

Lavou as partes de baixo e se vestiu.

Ela sorria.

— O que foi que aconteceu?

— Acho que está na hora de você ir embora.

— Verdade. E sua mãe?

— Ela está quase chegando. Vá embora antes. Será melhor.

— Está bem.

Nos dias seguintes, não houve qualquer explosão romântica. Ele sabia que não eram namorados. Poderia imaginar que nada mudara. Em certa medida, isso era verdade. Por outro lado, houve grandes mudanças sim. Os dois se tornaram mais amigos, mais próximos.

As outras alunas achavam estranho a intimidade que os dois possuíam. Karina se sentava no colo do amigo, o abraçava, acariciava seus cabelos. E Iuri, ainda que não demonstrasse qualquer afeto com gestos, era sempre gentil, pegava as coisas para a amiga, um caderno que esquecia na sala, pegava o dinheiro e comprava pra ela o lanche, enquanto ela resolvia qualquer coisa. E os dois estudavam, comparavam notas, acompanhavam o desempenho.

As vezes Cassandra se incomodava com essas gentilezas do amigo.

— Iuri, você não é escravo da Kaká. Ela está abusando de você. Já ultrapassou todos os limites.

— Não tem problema. — Ele dizia.

— Você não percebe que ele me ama?

— Também não exagera, não é mesmo. Está viajando já. Deve estar chapada.

Simone, que antes nutria tanto ódio pelo Iuri, agora parecia se divertir com aquela conversa. Fosse qual sentimento forte que nutria, foi substituído por uma amizade sincera. Isso ninguém duvidava. Se ela odiasse ainda o Iuri, seria incapaz de esconder.

— Já que você decidiu ser o servo de uma de nós, eu também quero. Pega uma água pra mim.

— Então eu também quero. — Apressou-se em falar Cassandra, com medo de ficar no final da fila. — Eu quero uma água também.

— Esperem a vez de vocês, meninas. Pra quem queria lutar pela liberdade do Iuri, vocês se corromperam rápido demais.

— Agora eu me dei mal. Quem manda eu ser besta?

De longe, Júlia observava aquele estranho grupo de longe. Parecia se remoer por dentro. Karine percebia. Ela chegou perto do ouvido de Iuri e sussurrou.

— Não quero você conversando com aquela vadia.

— Você esqueceu que ela me chamou de moleque? — Sussurrou de volta.

— Ela vai te procurar novamente. Manda ela catar coquinho.

Seu círculo de amizade achava estranho. Todos acreditam que Iuri na verdade estava apaixonado, e que a menina se aproveitava de seu sentimento puro, de seu amor platônico. Karina sabia disso e se divertia.

Independente do que o povo falava, pelo menos uma vez por mês, eles brincavam com o corpo um do outro.

Não tocavam no assunto, nem nas ligações, nem conversas ou nas trocas de mensagem. Iuri também não pedia. Quando Karina o queira, ela o chamava.

A jovem esperava para aproveitar uma combinação improvável de circunstâncias. Somente ela seria capaz de realizar os cálculos perfeitos, e determinar o momento certo, que sempre chegava. Com o tempo, passou a ter o hábito que ele a acariciasse seu clitóris, o estimulasse com a língua, até que gozasse em sua boca delicada. Ela gostava de dizer isso a ele, vou gozar na sua boca. Não raras vezes, ela pedia. Goza na minha.

Ela o ensinou a maneira correta de a fazer chegar ao clímax. Naquela época, ele pensava que aprendia os caminhos gerais que levavam toda a mulher ao prazer na terra. Não desconfiava que ela ensinava apenas seus próprios caminhos.

Assim se passaram alguns meses.

Quando ele chegava em casa, depois desses encontros, seu coração estava sempre acelerado. Era sempre uma aventura. Ela lhe mandava apenas um oi. E ele respondia. Era um código secreto entre eles.

O ano já se aproximava do final. Era um dia comum, como todos os outros. As provas estavam mais próximas, e a tensão do Enem estava no máximo. Ainda assim, os dias pareciam perfeitos. Iuri servindo de escravo para as amigas, parecia o disfarce perfeito para sua amizade colorida.

Como Karina estudava próxima ao colégio, ela ia andando pra casa. Iuri pegava o ônibus, mas podia acompanhar a amiga sem prejuízos. Naquele dia, no entanto, ela saiu na frente dele, que achou estranho.

Ele correu e a pegou na saída do colégio, antes do portão.

— Ei, mocinha, por que a pressa?

— Depois a gente conversa. Faz o seguinte pra mim. Leva minhas coisas pra casa?

— Claro.

— A gente se fala à noite.

Ela correu e entrou em uma pick-up grande. Até aquele momento ele não o tinha visto. Mas aquele era o namorado dela. um homem branco com os olhos claros, entradas acentuadas no cabelo liso e curto, uma barba por fazer. Ele olhou o Iuri com os olhos arregalados. Ele ficou sem jeito. Ele imaginou quem tenha perguntado para Karina quem era aquele rapaz. Ela deve ter respondido que era apenas um colega. Ele parecia desconfiado, mas como Iuri era apenas um menino, igual a sua namorada, não deu importância. Iuri sentiu uma pontada no peito quando ela beijou o namorado. Foi nesse momento que ouviu a voz de uma pessoa atrás dele.

— Aquele é o namorado dela.

Ele se virou para trás e percebeu que era a Júlia quem falava. Não sabia se ela percebeu o sofrimento nos seus olhos. Teve a impressão que sim. Ela transpareceu desconfortável. Desviou o olhar, e falou sem ter coragem de fitar Iuri.

— Acho que você não tem muitas chances com ela.

— Não sei do que você está falando.

— Todos já perceberam que você está apaixonado por ela.

— Mas isso não interessa a você. Você não se interessa por moleques.

Ela olhou ao seu redor. As pessoas estavam passando, mas não prestavam a atenção neles. Ela tinha medo que ouvissem sua conversa.

— Eu errei. Eu não devia ter dito aquilo. Mas tem outa coisa.

— Ainda não entendi. 

— Você não é mais a mesma pessoa. Você está diferente. Eu gostaria de ser essa pessoa que transformou seu coração. Talvez ainda tenha alguma chance de você permitir que alguém goste de você de verdade, alguém que não seja comprometida com outra pessoa.

E dito isso, ela se afastou. Iuri ficou próximo a entrada com a mochila rosa no braço. Todos sabiam quem era a dona daquele objeto, mas ninguém queria brincar com ele. Talvez pressentissem que seu ânimo não era dos mais felizes.

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