Capítulo 2

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A sensação que eu sentia naquele momento era a de não saber aonde estava me metendo. Assim que desci do carro, um calafrio percorreu o meu corpo. Algo me dizia que a minha vida estava sendo levada mais uma vez para o abismo. O meu sexto sentido queria me falar algo, mas minha mente não conseguia trabalhar direito. A mansão luxuosa dos Castello era de tirar o fôlego. A arquitetura era moderna, com janelas enormes em vidro. O jardim florido, já mostrava que os jardineiros tinham bastante trabalho para manter tudo organizado. E não poderia deixar de ter observado o nível de segurança do local. De onde eu estava, dava para contar as câmeras de vigilância. Seguranças nas varandas e em várias partes da casa, monitorando atentamente. Franz não estava de brincadeira quando falou que me manteria segura ali. Por um lado, me senti um pouco mais tranquila quando vi que a minha mãe e irmã, teriam o mesmo nível de proteção. O mais difícil estava por vir: ficar longe de dona Inessa. Mas eu estava fazendo isso pelo nosso bem, e, para não ter que seguir um caminho que jamais imaginei para mim. Nunca pensei que seria filha de um mafioso e nem me passou pela mente, seguir os passos de um. Nasci para ser livre e fazer minhas escolhas, e nada me impediria.

— Ana, enquanto resolvo a situação com o seu pai, preciso que fique bem aqui. Sinta-se livre para fazer o que quiser, enquanto estiver aqui dentro. Não saia da fortaleza...

— Fortaleza? — indaguei.

— Nada pode passar por esses portões. Nem mesmo o exército dos Estados Unidos.

— Você tem contatos dentro do exército? — perguntei curiosa.

— A curiosidade, matou o gato — Rebateu ele, com o olhar sombrio. Se ele achou que ia me intimidar, ele conseguiu. Eu era atrevida, mas não burra. — Tenho que ir. Meu sobrinho, Salvatore, cuidará de você...

— Eu não preciso de uma babá aqui — resmunguei frustrada.

— Ótimo! Então não aja como uma criança... Você já tem quase trinta anos — essa tinha sido dolorida. O que há de errado em falar que não precisa de uma babá? Ele tinha sido uma muito boa, até agora. O que tinha de ruim em querer me virar sozinha?

— Não se preocupe. Tenho consciência da minha atual situação. Me chamar atenção dessa forma, só me faz sentir com uma criança — reclamei — e obrigada por me ajudar. Na verdade, por ajudar a minha família, quando você simplesmente poderia ter deixado para lá...

— Ana, tudo que envolve a sua mãe, sempre será problema meu. Não importa quantos anos se passe, eu vivo e respiro por Inessa.

Aquela tinha sido a declaração mais profunda que eu já havia escutado da boca de um homem para minha mãe. Sei que ela sentia o mesmo, senão, teria casado com o pai de Lolla, depois que saiu das garras do meu pai.

— Meu tio... — uma voz rouca e poderosa me chamou atenção.

Assim que virei o rosto para ver quem era, me assustei com a beleza de homem dentro de um terno azul marinho e sapatos pretos de couro. Ele era moreno, cabelos pretos penteados cuidadosamente para que cada fio ficasse no lugar. O sorriso dele parecia que ia me cegar, de tão branco. Ele era elegante e sedutor, mas logo quando ele abraçou Franz, senti que deveria tomar cuidado com Salvatore.

— Querido sobrinho... — por um instante, achei que Franz iria sorrir, mas não. Apenas falou de forma carinhosa com o sobrinho — essa é a Ana, nossa convidada de honra. Ficarei uns dias fora, e preciso que você cuide dela. Se me entendeu...

— Claro, tio. Não se preocupe, vou cuidar muito bem dela... — o olhar de Salvatore para mim, me deixou envergonhada. Parecia que ele tinha acabo de me fazer uma promessa de algo a mais, bem na frente do seu tio

— Fique de olho no meu filho, aquele desmiolado... — Franz pediu seriamente.

— Vincenzo anda bem ocupado, meu tio. Não se preocupe com ele — aquelas palavras não suavizaram o semblante de Franz. Pelo contrário... ficou ainda mais carregado.

— Apenas cuide para que tudo ocorra bem, está certo?

— Já disse para que o senhor não se preocupasse... vou tomar conta de tudo por aqui — afirmou, tentado dar mais segurança ao tio.

Franz não falou mais nada, apenas assentiu e entrou em seu carro partindo para algum lugar. Duvidava muito que ele conseguisse um novo acordo com o meu pai. Durante os anos, vários acordos foram feitos entre eles, mas agora seria diferente para Enzo Mazzini. Agora eu estava em jogo, sem falar no fato dele querer que eu comande sua rede mafiosa. Só de me imaginar comandando algo assim, já me dava calafrios.

— Venha — Salvatore me chamou, pegando as poucas malas que eu tinha — tem um quarto de princesa esperando por você.

— Eu falei para o seu tio que não precisava se incomodar. Eu me poderia ficar em qualquer quarto da casa...

— Ana, você é filha da mulher da vida dele. Acha mesmo que ele a deixaria em qualquer quarto? — questionou enquanto caminhávamos em direção a porta enorme de madeira com detalhes de mosaico em vidro.

Quando finalmente abriu para que eu entrasse, tive uma noção do tamanho da riqueza dos Castello. Na minha vida, eu nunca tinha visto nada igual. O luxo tinha passado e ficado para passar uma longa temporada ali.

— Parece que eu estou entrando em um dos quartos do castelo de Buckingham... — não poderia deixar de ficar maravilhada com tudo. A cama no centro do quarto no estilo dossel, com direito a sofá de canto perto da janela. As cores  eram mais no estilo clean, nada de rosa graças a Deus.

— Essa era a intenção — Salvatore sorriu para mim — bom, sinta-se a vontade para explorar o ambiente... Volto já com o restante das suas malas.

— Obrigada — agradeci mesmo sabendo que eu quase não tinha falado. Eu estava encantada com tudo. Só tinha um probleminha... Eu estava morrendo de fome. Já que Salvatore tinha me dado carta branca para explorar, eu iria fazer exatamente isso.

O corredor era extenso e com várias pinturas decorando as paredes. Esculturas davam o charme e deixavam o ambiente mais elegante. Se é que poderia ficar mais do que já era...
Uma porta do outro lado do corretor me chamou atenção. Eu não deveria ser tão curiosa, mas estava no meu sangue. Aquela tentação de bisbilhotar e ao mesmo tempo deixar para lá, não saia da minha cabeça. “Ana, você é convidada... A que precisa de ajuda contra o pai controlador e mafioso. Dê meia volta e desista...” .
Eu poderia ter escutando meu consciente e ter voltado, seguindo em direção a escada, porém, não fiz. Algo me chamava e eu me deixei levar. Antes de chegar perto da porta, eu escutei os gemidos. Eu deveria ter me ouvido... Me aproximei mais um pouco e pude ver pela fresta o motivo dos grunhidos.
O homem sentado na cadeira de escritório tinha uma mulher entre suas pernas, de joelho chupando o seu pau avidamente. Enquanto isso, ele se manteve concentrado na outra mulher que tinha as pernas abertas apoiadas em seus ombros e as mãos sobre a mesa, e ele chupando sua boceta e acariciando sua bunda para que ela rebolasse mais firme.
A camisa estava aberta, deixando seu peitoral exposto, assim como as inúmeras tatuagens. Por um instante, eu queria ser a única mulher que ele tocasse o corpo. Não era amor instantâneo, era desejo carnal da forma mais visceral que existia. Suas mãos firmes... Eu queria passeando pelo meu corpo.
— Ana... — me assustei quando escutei a voz de Salvatore que estava segurando o resto das minhas malas, perto do meu quarto. Me apressei em sair dali o mais rápido possível e voltei para o meu quarto sentindo fome, mas do outro tipo de comida.

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Mafioso Irresistível ( Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora