Capítulo 7
*Sem Revisão!
Uma semana já havia se passado desde do acontecido. Vince tinha sumido da mansão e eu tentava matar o tempo da melhor forma possível, porém, estava sendo um balde de água fria ficar sem fazer nada. Sair da fortaleza estava fora de questão... Eu até tentei negociar com Lucca, que agora estava cada dia mais próximo. Conversávamos sobre tudo: sobre as viagens que ele já fez, os países que ele mais gostou e das namoradas, ou da namorada secreta dele. Conversamos também sobre a relação dele com o irmão, que ao meu vê, não era das melhores. Lucca fazia de tudo para que não houvesse conflitos entre eles. O pai e a mãe sofreram uma emboscada depois de terem se metido com a Yakuza. O irmão de Franz Castello estava envolvido com o tráfico de mulheres, mas Franz sempre foi contra isso. Armas, drogas e roubos podiam acontecer... Mas escravizar uma mulher sexualmente ou de qualquer outra forma? Jamais. E o acordo entre eles, Os Castellos e a Yakuza foi honrado. Nem um dos lados pode interferir nos negócios do outro, isso inclui negociar debaixo do nariz dos superiores. Laila, mãe de Lucca e Salvatore, foi uma vítima no meio disso tudo. Estava no local e na hora errada. Tudo culpa da ambição do seu marido, Lazari.
Meu novo amigo não sentia raiva ao falar sobre a sua história... No entanto, notava-se a tristeza em seus olhos, assim como a saudade que sentia da sua mãe.
— Já atirou em alguma coisa, alguma vez na sua vida ? — ele perguntou entrando no meu quarto sem ser convidado.
— Você não sabe bater na porta? E se eu tivesse nua?
— Meus olhos já tem dona, e você sabe. Me desculpe, Ana. Você é linda, mas quando um homem ama mesmo a sua metade... — suspirou, debochando de mim.
— Vá tomar banho... — ia sair outra coisa, só que eu estava tentando me policiar mais com os palavrões e ser o mais fina e educada possível.
— Então... Já atirou ou pegou em uma arma? — sentou na cama, me empurrando para ficar quase na beira do colchão.
— Não... Não sei nem o que fazer com uma arma. No máximo, assisto filmes de ação e nem gosto tanto assim... — expliquei tentando tomar mais espaço, mas ele começou a quicar de propósito, me fazendo dar leves saltinhos.
— Eu vou ensinar como se faz.
— Lucca! — gritei quando ele me empurrou da cama e eu cai igual merda na água. — VOCÊ ME PAGA!
— Te espero lá em baixo daqui a dez minutos. Não se atrase... — olhou de forma sínica para mim ao se levantar da cama e andar em direção a porta.
— O que deu nele, senhor? — resmunguei enquanto me levantava do chão. Ainda bem que o tapete era macio e felpudo, caso contrário... Não gostava nem de pensar.
Como eu não podia ir de short e blusinha de alça, vesti minha calça jeans ultra-mega-power colada, do tipo que levanta qualquer defunto e uma blusa de mangas vermelha com mangas comprida. Arrumei meu cabelo preso no topo, em choque quase arrumado e passei um batom rosa apenas para dar uma corzinha nos lábios. Caso eu encontrasse Vince em algum momento, não estaria com a cara de “eu estava esperando por você”, “ não parei de pensar no que aconteceu”... E blá, blá, blá. E perguntar ao Lucca sobre ele, era a mesma coisa de assinar uma sentença de interesse. Seria tão bom se ele falasse sem que eu precisasse me humilhar... Triste fim, pensei terminando de colocar as botas.
Como prometido, lá estava Lucca do lado de fora da casa me esperando. Salvatore, que conversava com um dos seguranças, parou no mesmo instante e veio em nossa direção com uma cara preocupada.
— Lucca, você sabe que a Ana não pode sair... — Salvatore falou irritado com o irmão, que apenas o encarrou esperando ele terminar de falar — Vince não está aqui...
— Relaxa, Salvatore... Não vou levar a Ana a lugar nenhum. Na verdade, vou sim... Vou mostrar como se atira. — até parecia que o tempo havia de fechado naquele exato momento.
Senti um calafrio percorrer a minha espinha e os pelos do meu corpo arrepiarem. Segundos depois os portões da mansão se abriram e três carros entraram em alta velocidade, freando bruscamente.
— Merda! — Esbravejou Salvatore — Chame o Alfredo, agora! — todos da casa estavam agitados e eu parada sem saber o que fazer ou acontecendo. Foi quando olhei atentamente para os carros todos furados de balas. Ambos pareciam peneiras de lata. Dois seguranças se aproximaram do carro do meio junto com Salvatore e de lá tiraram um corpo.
Aquele era Vince?
O coração acelerou, meus olhos se arregalaram e a minha respiração ficou pesada.
Deus, que não seja nada grave... Eu pedia ainda parada como uma estátua.
“Tirem a Ana daqui!” — um gritava.
“Ela está em choque!” — dizia outro, mas eu só conseguia olhar para o corpo do homem sendo segurado por eles.
Era o Vince. Merda... Era ele.
Depois disso, não me lembro como fui parar no meu quarto. Pisquei os olhos algumas vezes, para ter mais foco de onde eu estava e as lembranças voltaram. Eu precisava saber o que tinha acontecido. Ainda me sentindo desorientada, saí em busca de alguém que pudesse me dar qualquer informação, mas as bocas dos seguranças pareciam que estavam coladas com uma super cola. Então resolvi ficar parada na porta do quarto dele, até que alguém saísse de lá para eu conseguir uma resposta.
— O que houve? — perguntei a Salvatore, quando ele saiu do quarto. Nas mãos dele tinha sangue, assim como boa parte da sua camisa.
— Está tudo bem... — ele começou a falar, ainda abalado pelo que tinha acontecido — Vince tinha indo negociar um carregamento, mas acho que não deu muito certo.
— Como assim? Se o negócio não dá certo, vai cada um pro seu lado... — argumentei nervosa.
— As coisas não funcionam assim nos nossos negócios, Ana — ele respirou fundo e continuou — digamos que a outra parte não gosta muito das regras dos Castellos...
— Então, quando não gostam de algo, acontece isso? — eu estava perplexa. Aquele mundo era novo para mim e ver Vince daquela forma, me deixou com medo.
— Isso mesmo. Eu mesmo já tenho tantas marcas, que perdi a conta...
— Eu posso só menos ver ele? — era nítida a angústia em minha voz. Talvez ele percebesse o meu interesse no primo, mas eu não estava ligando para isso. Queria ver Vince e saber se ele estava bem... Fora de perigo.
— Pode. Não foi grave, mas ele tem que ficar de molho por uns dias — de fato, Salvatore parecia intrigado com o meu pedido — Alfredo já costurou aquele bastardo e está tudo limpinho.
— Obrigada... — eu agradeci? Mas pelo o quê? Por ele está vivo ou pelo sangue limpinho?
— Ana, só tome cuidado — o jeito como ele me olhou, me deixou incomodada. Desde o início, não me sinto a vontade com ele, porém, gosto de Salvatore. Aquele aviso me deu calafrios.
A única coisa que fiz foi assentir para ele, fingindo ter entendido o que ele disse. Já que eu não via motivos para ser alertada sobre nada. Se fosse sobre Vince, eu sabia que ele não valia um dólar. E não era como se eu fosse me perder loucamente por ele... Isso nunca.
Girei a maçaneta da porta com cuidado e entrei. O quarto dele era bem mais organizado do que eu tinha imaginado. A mobília era moderna, e por incrível que pareça, ele gostava de ler romance. Me peguei passando o dedo nas molduras, onde a sua infância era evidente. Corri com os olhos sobre tudo, até parar na foto do Vince que eu conheci na adolescência. O seu semblante sério, de nada parecia com o de agora. Não que ele não fosse sério, mas agora ele também era mais sombrio.
— Veio só para ficar bisbilhotando as minhas coisas? — levei um susto ao escutar a voz rouca dele.
— Desculpa, não foi minha intenção perturbar você. Só vim ver se você está bem... — falei um pouco deslocada. Eu não sabia para que lado olhar. Se eu o encarasse, algumas emoções ficaram transparentes.
— Eu estou bem, Ana. Foram só três tiros de raspão. Nada muito sério... — disse tentando se sentar na cama. Eu corri para o ajudar assim que percebi o que ele queria.
— Calma, eu ajudo... — peguei dois travesseiros e arrumei em suas costas, para ficar mais confortável e me afastei da cama, ficando em pé.
— Você seria uma ótima enfermeira — brincou, porém dava para notar que sentia dor.
— Nada de hospital, não é? — suspirei pesadamente e ele me olhou buscando algo.
— Além de linda, esperta.
— Não que eu não seja isso aí que você falou, mas é a lógica. Tiveram que chamar um açougueiro para cuidar de você... — meu tom de voz saiu mais irritado naquele momento. O que não era bom para minha atual situação.
— Dr. Alfredo ficaria muito chateado com esse seu comentário — o filho da puta me deu aquele sorrisinho no estilo Monalisa. Inferno! — Preocupada comigo?
— Só nos seus sonhos. Isso aqui — gesticulei com o dedo na direção dele e na minha — é apenas caridade, por você não ter dado um show maior para o seu pai, por eu estar aqui.
— Caridade? — sorriu. O safado sorriu para mim, como se eu fosse única! E não era bem assim... As duas vadias do escritório que o diga.
— Bom, tudo explicado... Tenho que ir.
— Se você quiser, pode ficar mais. — Vince estava se divertindo as minhas custas. Filho da puta... Droga, lá se foi a regra de diminuir os palavrões. Tudo culpa dele.
— Tenho mais o que fazer... — desdenhei já seguindo em direção a porta.
— Mais tarde, quero jantar você... — eu tinha escutado direito? Congelei na saída.
— O quê? — minha voz saiu esganiçada.
— Quero que você traga a janta para mim? — filho da puta! Respirei bem fundo e soltei o ar devagar para não voltar lá e rasgar os pontos dele — eu sei que você quer.
— Por mim, você morre de fome hoje — sai do quarto batendo a porta com força.
Eu estava muito ferrada, isso sim.
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Mafioso Irresistível ( Em andamento)
RomanceNÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS! (Contém cenas eróticas, linguagem explícita e violência). Ela já estava destinada. Sua vida era uma completa mentira até que o passado da sua família foi revelado. Ana sempre quis vivenciar algo diferente, al...