Capítulo 13
Enquanto eu deixava a água do chuveiro banhar meu corpo, várias coisas me vieram na mente. E se tudo não passasse de uma estratégia do meu pai, para me ter ao lado dele mais rápido? E se o acordo, no qual ele aceitou receber o Franz, não passasse de uma armadilha? Eu tinha que ser racional e pensar em todas as possibilidades. Fraqueza seria algo inadmissível. Terminei de lavar meus cabelos e o resto do corpo, desligando o chuveiro logo em seguida. Sai molhada até o quarto, já que tinha esquecido de pegar a toalha no armário.
— Você é tudo o que imaginei... — Salvatore estava sentado em uma cadeira perto da minha cama, e literalmente, me comendo com os olhos. Corri para pegar algo para me cobrir o mais rápido possível, e acabei pegando o vestido que eu já tinha escolhido.
— O que você está fazendo aqui? — olhei para ele sem medo. Não seria ele que me faria sentir isso, não uma Delmondes.
— O que eu estou fazendo aqui?... — ele levou a mão até o queixo e coçou, analisando a pergunta que eu tinha acabado de fazer — vejamos, você veio parar aqui por caridade do meu tio, eu a recebo de coração aberto e você atira na minha perna? Como acha que eu deva estar me sentindo? — ironizou, desdenhando com as mãos.
— Primeiro, não estou aqui por caridade. Segundo, não pedi para você me receber de coração. E terceiro... sorte a sua, que eu ainda não sei mirar.
— Azar que acabei esquecendo a trava de segurança... — sorriu para mim de uma forma, que me deu calafrios — Ana, você acha que é a primeira vadia na vida do meu primo? Acha que depois que passar isso tudo, você vai significar algo para ele?
— Eu sei o que eu sou na vida de Vince, mas parece que você não sabe onde é o seu lugar aqui... — devolvi a ironia, colocando a mão na cintura e estufando mais o peito com coragem.
— Eu sou um cão de caça, Ana...
— Não. Está mais para um cachorro sarnento, Salvatore. Até achei que estava errada sobre você, mas, como sempre, minha intuição nunca falha. Se era só isso que você tinha para falar...
— Você verá que ele vai trata-la com uma va-di-a... — falou ao se levantar, passando por mim, parando apenas para alisar minha bochecha — quando isso acontecer, meu coração ainda estará aberto para você, Ana Delmondes.
— Acho que você está muito engando sobre quem eu sou. E se eu fosse você, ficaria bem longe de mim.
— Mal começou a andar com os maus, e já se acha... — começou a falar com ironia, mas eu não permitiria que ele me diminuísse naquele momento ou em qualquer outro.
— Eu não eu acho que eu seja perigosa. Eu tenho certeza e saia do meu quarto, antes que eu comece a gritar aqui. Sabemos que Vince não vai gostar de saber que o primo favorito dele, está no quarto da mulher dele com ela nua.
— Ana, você será minha. Pode guardar minhas palavras — disse ao se afastar de mim e ir em direção a porta — se não for por bem... — ele apenas me olhou de cima a baixo, com aquele olhar frio e cheio de desejo. Deus, se eu pudesse mesmo estourar a cabeça dele naquele momento, eu teria espalhado os miolos para todos os lados.
Se ele pensou que eu seria uma mulher estilo Barbie domesticada, estava muito engando. Eu tinha pouco tempo e não perderia nem um segundo sequer. Eu, naquele momento, tinha um dilema: contar e causar a terceira guerra mundial, ou, esperar mais um pouco e descobrir o que Salvatore iria aprontar. De todas as formas, ele era perigoso e eu entendia que deveria manter ele por perto. Se eu esconder por muito tempo o que ele tinha feito, Vince poderia achar que eu havia gostado, mas por outro lado, meu sexto sentido mandava eu prestar atenção no que ele fazia, na forma que ele falava e até mesmo na forma do respirar.
Já era madrugada, quando eu acordei com a boca seca. Não gostava muito de ter que me levantar na madrugada e ir até a cozinha. Peguei meu roupão e vesti, seguido até as escadas com toda a preguiça que existia no meu corpo. Levou algum tempo até eu perceber o que estava acontecendo e não assimilei a movimentação muito rápido. Vince, em meio a meia luz, me olhou assustado e pediu para que eu fizesse silêncio com o dedo indicador. Apenas assenti, o informado que tinha entendido. Meus olhos foram se adaptando mais ao ambiente e vi que na outra mão ele segurava sua arma. O que estava acontecendo? Ainda em silêncio e tomado cuidado para permanecer assim, segurei firme a mão dele e me deixei ser guiada até chegar à garagem.
— Eu preciso que você pegue essas chaves, entre no carro e saia da mansão... — ele respirou, antes de recomeçar a falar — é o Mercedes cinza, no canto da garagem...
— O que está acontecendo? — sussurrei assustada olhando para ele.
— Não tenho muito tempo para explicar, mas alguém deixou os portões abertos e agora a casa está cheia de filhos da puta armados até os dentes.
— Salvatore? — pelo visto, eu não tinha muito tempo para esconder as coisas de Vince e não seria certo fazer tal coisa.
— Por que você pensaria que foi ele? — não tinha uma gota sequer de surpresa na voz dele ao me questionar. O que só reforçava a minha teoria da conspiração. Salvatore era o bandido no meio dos bandidos, e poderia até ser irônico se não fosse tão trágico.
— Ele foi ao meu quarto ontem e veio com um papo estranho...
— Aquele filho da puta — resmungou indignado — não temos tempo para conversar, mas eu vou querer saber de cada palavra que ele disse a você. Só preciso que vá para esse endereço e me espere lá. Os portões estão abertos e quero que passe na velocidade da luz por eles... não olhe para traz.
— Você não vem? — o meu desespero só aumentava a cada segundo que se passava.
— Ainda não. Tenho que cuidar do resto das coisas. Furei os pneus dos carros deles e só uma questão de tempo até eles pegarem os carros que estão aqui. Mas não se preocupe... eu vou estar lá pra você e por você. Não importa o que aconteça, Ana.
— Vince... — de repente eu queria chorar, pois o medo começou a brotar no meio do meu peito abrindo um buraco enorme: o medo de perdê-lo.
— Eu vou até você. Prometo. — disse com tanta sinceridade e me beijou com doçura. Tudo isso só fez o medo dobrar de tamanho.
— O que você vai fazer? — perguntei quando ele se afastou de mim, para voltar por onde tínhamos passado.
— Vá. Fique segura... é tudo o que importa agora.
* Explicando as faltas nas postagens:
Gente, eu não estava conseguindo escrever nada. E quando eu digo nada... era nada mesmo. Um bloqueio criativo que eu não desejo para meu inimigo. Não garanto postagens diárias, mas vou tentar escrever e postar mais. Me desculpem por isso.
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Mafioso Irresistível ( Em andamento)
RomanceNÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS! (Contém cenas eróticas, linguagem explícita e violência). Ela já estava destinada. Sua vida era uma completa mentira até que o passado da sua família foi revelado. Ana sempre quis vivenciar algo diferente, al...