Capítulo 20

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Capítulo 20

A medida em que eu ia me aproximando do portão, um frio percorria a minha espinha. Os seguranças já sabiam da minha chegada, d mesmo assim, quem seria louco o suficiente para entrar ali se passando por mim? Acho que ninguém em seu juízo perfeito, faria tal coisa. Quando finalmente entrei e comecei a andar sobre o caminho de tijolinhos cinza que levava a entrada, observei melhor tudo. A mansão branca era no estilo mais clássico, com portões pretos adoentados de arabescos florais dourados, do lado esquerdo um enorme jardim com algumas esculturas moldadas nos arbustos de tamanho médio e outros um pouco maior. Do lado direito, um vasto campo com árvores de todos os tipos, e era tão lindo, que por um segundo eu me deixei levar pelas maravilhas dali. Alguns carros estavam estacionados na frente da mansão. A segurança parecia bem tranquila, na verdade, se via poucos e muitas câmeras de segurança, o que me fez concluir que o armamento pesado ficava na parte de dentro.

Quando parei em frente a porta majestosa, respirei fundo tentando me acalmar, mas de nada adiantaria. Antes que eu fizesse qualquer outra coisa, a porta foi aberta. Um senhor de meia idade me recebeu. Acho que tinha uns setenta anos e estava usando terno e uma linda gravata com desenhos de coqueiros. Até achei engraçado, mas não podia deixar isso transparecer.

— Você deve ser a senhorita Delmondes — é claro que ele já sabia quem eu era — entre, por favor. O senhor Mazzini a aguarda em seu escritório... — terminou de falar, dando espaço para que eu passasse.

— Claro que está...  — resmunguei baixinho, esperando ele me mostrar o caminho.

Quanto mais eu andava em direção ao escritório, mas eu tinha noção do tamanho da riqueza do Mazzini. Se existia um sinônimo para podre de rico, Mazzini estaria no topo da lista. Acho até que o vaso chinês era caro.

— O vaso pertenceu ao imperador Qianlong e custa milhões. Por favor, não o quebre... — Jesus! O pinguim conseguia ler mentes? Claro que eu não iria chegar perto de nada ou quebrar qualquer coisa, mas eu tinha olhado rapidinho e ele havia notado.

— Eu não... — comecei a me justificar, mas ele cortou a minha fala.

— Não precisa se preocupar, senhorita — ele disse esboçando um sorriso tranquilo — é apenas um vaso.

— Que vale milhões — sorri sem jeito. Andamos mais alguns metros até chegar a porta do escritório do meu pai.

— Se me permite, teria sido muito bom ter tido uma criança correndo pela casa para tentar quebra-lo  —  ele parou e deu duas batidas leves na porta, anunciando a nossa chegada — a propósito, meu nome é Hector.

— Obrigada, Hector — ele assentiu para mim, saindo de cena.

Diferente da casa clara e cheia de móveis rústicos, o escritório era mais escuro, com cadeiras de madeira e várias estantes com livros do teto até o chão. De costas para mim, estava um homem alto, de ombros largos e cabelos grisalhos. Ele usava uma camisa branca com as mangas dobradas até os cotovelos e uma calça social preta, que com certeza, valia um pedaço do meu fígado. Porém eu não estava ali para observar o valor das coisas, mas sim, lutar por liberdade.

— Finalmente veio — a voz imponente e ao mesmo tempo suave, saiu da boca do meu pai — eu deveria ter preparado algo para a minha filha...

— Como não gosto de enrolar muito, não vim aqui para tratar de banalidades — eu disse sendo sincera. Foi aí que ele se virou para olhar para mim. O choque de ver uma parte minha, me deixou desconcertada. Sim, eu tinha traços da minha mãe, no entanto, do meu pai... Eu era a versão feminina dele.

— Eu tinha esquecido de como uma Delmondes é direta — falou sorrindo. Eu ainda estava surpresa com a semelhança — então? — me encorajou a continuar minha fala, se sentando na cadeira dele e indicando que me sentasse também, em uma das cadeiras do lado de sua mesa.

Mafioso Irresistível ( Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora