Capítulo 5

4K 414 18
                                    

Capítulo 5
*Sem revisão!

Toda mulher tem aquele momento em que repensa a vida enquanto está sentada no vaso sanitário fazendo o número um ou o dois, ou até quando está sentada ao lado da janela de um ônibus. O meu momento foi sentada no trono enquanto fazia o número um. Quem ele achava que era? Vincenzo Castello não sabia em que vespeiro estava se metendo. Em parte eu sei que tinha pedido por um pouco de prazer, mas aquilo foi humilhante.
Terminei o que tinha de fazer e tomei meu banho pensando na situação em que me meti. Talvez existisse uma forma dele pagar pelo que havia feito. E o pior jeito seria com que eu fizesse ele se apaixonar perdidamente por mim e o tempo estava a meu favor. Fingir que aquilo não tinha me abalado seria a primeira coisa... Para colocar meu plano em prática eu teria que flertar descaradamente com um dos primos ou os dois, mas de modo sútil. Vince parecia ser o tipo de homem que quando gosta de uma mulher, se torna dependente.
No dia que eu não conseguir o que quero, vai chover canivete. Oras, sou uma Delmondes de sangue quente, e não uma barata tonta. Já era oito horas e apesar de ter acordado mais cedo, não consegui parar de pensar. Todas as minhas coisas já estavam arrumadas em seus devidos lugares. Terminei de ler um romance que eu tinha abandonado há semanas e já estava sentindo muita fome. No instante que tomei consciência de que uma hora eu teria que sair do quarto, o plano de fazer Vince comer na minha mão já não era tão bom assim.
— Você vai lá e mostra que tem dignidade, mesmo que não saiba onde enfiou ela... — disse a mim mesma em voz alta, terminando de me arrumar.
Meu cabelo ficou um pouco volumoso, mas do jeito que eu queria. Será que  tinha alguma política sobre o tamanho do biquíni que se deve usar na piscina da fortaleza dos Castello? Vesti um short confortável que eu tinha, uma blusinha transparente e respirei fundo. Veremos se Vince é tão estupido a ponte de me ignorar.  Eu sabia que a piscina era quase olímpica, então depois do café, aproveitaria a manhã nadando. Não era porque eu estava na merda, que não iria me divertir.
Respirei fundo mais uma vez e tomei um pouco de coragem, precisando de alguns segundos antes de entrar na sala para poder tomar meu café da manhã. Sabia que ficaria desconfortável com a forma com que ele me tratou na noite anterior, mas esse era o preço para uma vingança bem feita. Sentei-me à mesa como se nada tivesse acontecido essa era a única forma de seguir com meu plano. percebi os olhares de Salvatore para o meu corpo na verdade não era bem ele que eu queria olhando daquela forma. Logo tive certeza que Salvatore não poderia fazer parte do meu plano. Só restou coitado do Lucca para poder servir de marionete. Por mais simpático que Salvatore parecesse, para mim, eu não conseguia confiar em um fio de cabelo dele. Ele era um homem bonito, mas, que não inspirava confiança.
— Vejo que alguém acordou bem disposta a tomar um belo banho de piscina... — disse Salvatore abrindo um largo sorriso para mim.
— Não pude deixar de notar a piscina enorme que vocês têm. Não poderia desperdiçar esse momento não é mesmo? — respondi em um tom bem animado.
—  Qual será o nosso castigo de hoje, Ana? — Lucca brincou.
— Ela já está sendo o castigo em pessoa... — Vince resmungou sem olhar diretamente.
— Seja mais educado com a nossa convidada, meu primo — Salvatore sorriu para ele de uma forma estranha. Como se estivesse sabendo de algo. De repente meu coração quase saiu pela boca. E se ele me viu com Vince no vídeo? Eu não queria que isso acontecesse.
— Não preciso ser educado com ninguém na minha casa — rebateu Vince o encarando.
Ele parecia uma criança mimada falando daquela forma. A pior parte era que eu estava com o orgulho ferido.
— Você só precisa me aturar por dois meses... — retruquei olhando sério para ele. — até que chegue o dia que eu vá embora, você vai ter que me engolir...
Não queria fazer uma cena ou coisa do tipo, mas até a vontade de comer passou. Primeiro, ele tinha sido um canalha. Segundo, ele conseguia ser ainda pior do que já era. Eu só precisava passar mais cinquenta e nove dias dentro daquela fortaleza e estaria tudo certo. Arrastando a última gota de dignidade, segui o meu caminho até a piscina para tomar um sol.
Me deitei na espreguiçadeira depois de ter tirado o short e a blusinha, fechando os olhos para aproveitar a sensação do sol esquentando o meu corpo.
— Você não me parece ser o tipo de mulher que se deixa levar por um homem, Ana... — a voz de Lucca chegou até meus ouvidos e eu tive que abrir os olhos para encara-lo.
Ele realmente tirava o fôlego de tão lindo.
— E não me deixo... — respondi a ele com a voz tranquila.
— O Vince não é de se trocar com qualquer pessoa — ele revelou esboçando um sorriso.
— O que você quer dizer com isso? — juro que tentei não demonstrar tanto interesse, mas foi inevitável.
— Só que você não é qualquer pessoa... — deu de ombros, se acomodando na cadeira ao lado da minha.
— E quem disse que eu me importo? — a quem eu queria enganar? Estava na cara que eu tinha gostado de não ser qualquer uma. Até a vontade de ser uma daquelas mulheres que estavam com ele no escritório, passou. Segundo dia, e eu já não sabia bem o que sentia.
— Gosto de pessoas iludidas, assim como você — sorriu novamente ao terminar de falar.
— Não sou iludida... Sou uma mulher prática.
— Vou deixar você curtir o sol e aproveitar o dia — como eu havia pensado, Lucca seria um bom amigo.
Ele com certeza notou que tinha algo rolando entre mim e Vince, caso contrário, não teria falado coisas do tipo. A pergunta que ficou na minha cabeça foi: Por que ele me disso que Vince não se trocava por qualquer pessoa? Sim, eu gostei de ter ouvido isso. Mas tudo isso tão de repente?
Minha cabeça estava funcionando em uma velocidade diferente da normal, e eu não conseguiria ficar ali apenas tomando um banho de sol com tranquilidade. A cada segundo o plano parecia ainda mais estupido.
Talvez fosse apenas coisa da minha imaginação, e Vince não desse tanta importância assim. Lucca me diria isso sem um propósito? Talvez. Não sei. Ah, que confusão!
Os fusíveis do meu cérebro queimaram enquanto eu caminhava de volta para o meu quarto, quem nem me dei conta que entrei do jeito que estava: só de biquíni.
— Você não deveria andar assim dentro da minha casa — aquela voz eu conhecia. Na verdade, o dono dela estava na minha mente desde a noite passada. Encontrar ele parado na porta do meu quarto foi um verdadeiro choque. Lá estava ele, já abrindo a porta mim. — Entre logo na porra desse quarto...
— Não... — quando pensei em rebater com algo desaforado, Vince já estava perto de mim, me pegando pelo braço e puxando para dentro, batendo a porta com força.
— Eu sei muito bem o que você tá fazendo, e não estou gostando muito. Em menos de dois dias, você me fez quebrar duas promessas... Uma, nunca iria lavar a porra de um prato... E a outra era não tocar você nunca mais.
Ele parecia furioso comigo, no entanto, eu não sabia o que tinha feito para merecer isso. Já que quem aceitou a lavagem de pratos como um desafio, tinha sido ele. E eu não tinha culpa do que havia acontecido depois disso, a não ser pelo fato de ter implorado desavergonhada por mais dele.
— O que você estava falando com o Lucca? — questionou se aproximando mais de mim. Neste momento, eu me senti tão exporta... Tão nua... sob controle.
— Nada demais... — por pouco não gaguejei.
— Não me pareceu nada demais... Pareci que tinha muita coisa ali — a sua voz era baixa, mas não menos perigosa.
— Tá achando que é meu dono... — retruquei, tomando coragem — não tenho que dar satisfação do que faço para você. Até onde eu sei, estou aqui por causa do seu pai, que achou que seria mais seguro ficar aqui...
— Eu não estou achando que sou seu dono. E sei muito bem o porquê de você estar aqui. Só estou puto com você, por... — ele respirou fundo fechando os olhos e passando a mão pelo cabelo de forma exasperada. Quando os abriu novamente, tinha um fogo diferente em seus olhos, do tipo combustão espontânea.
— Por?! — provoque, sabendo que poderia não acabar muito bem.
— Por você ser tão gostosa, e não ter consciência disso  — explodiu ao falar. Eu, gostosa? De onde ele tinha tirado essa ideia que eu não sabia disso? Coitado! Porém, foi inesperado ouvir no segundo dia, aquilo da boca dele. O ataque de riso foi a pior parte, e quando dei por mim, já estava chorando de tanto rir. Eu achando que era coisa da minha cabeça, quando na verdade, não era.
— Desculpa... — eu pedia, tentando me controlar.
— Você está rindo de mim? — perguntou confuso e irritado ao mesmo tempo.
— Você foi mais rápido do que imaginei... — respirei fundo para me acalmar — achei que ia fazer você sofrer mais um pouco.
— Ana, você não se lembra? — franziu o semblante.
Do quê ele estava falando?
— Achei que se lembraria de mim, mesmo depois de tantos anos... — Vince parecia até magoado.
— Não estou entendendo... A gente já se conhecia? — de repente, minha cabeça começou a doer com as lembranças vindo.
Eu já conhecia Vince Castello.

Oi gente... quanto tempo, não é? Estou voltando com as postagens do Mafioso. Sábado tem mais um capítulo!

Mafioso Irresistível ( Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora