03 • A presença dela no mundo

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Eu nem sei como chegamos a isso, mas em algum momento daquela manhã eu me tornei o segundo maior alvo de olhares da sala — porque ela era a primeira.

Bom, talvez eu saiba sim como isso aconteceu. Ela sorriu e acenou para mim enquanto se direcionava para a carteira vaga no meio da sala — aquela a qual a professora lhe designou — E eles devem estar se perguntando se nos conhecemos, mas se me perguntassem eu diria que éramos do tipo aquelas pessoas que se esbarram por uma eventualidade.

Quando o primeiro sinal para troca de aulas tocou pude ver um aglomerado de colegas ir até lá, e eu tinha certeza que isso faria parte da minha rotina pelos próximos dias, pelo menos até a sala não se espantar mais com uma torrente de cores flamejantes andando por aí — embora para mim provavelmente será impossível tirar os olhos dela e de tudo que ela representa.

Era tão bom observá-la, uma visão tão graciosa — quase como uma divindade — Eu sentia o brilho que emanava dela, e algo me dizia que todos na sala também percebiam isso. Íris era como uma pintura feita de pele, ossos e muita cor.

E, em meio a tantos olhares curiosos que a cercavam, naquela maré os olhos dela encontraram os meus. E ela sorriu com os lábios, com os olhos. Com a alma.

Acho que ela percebeu antes de mim que minhas bochechas começaram a queimar de vergonha, porque ela riu fraco, e tocando o local eu também sorri.

— Acho que eu não devia ter duvidado de você, né? — a dona da voz conhecida se senta ao meu lado já que a cadeira estava vaga — Quem diria que você encontraria alguém assim, e ainda mais que ela seria nossa nova colega.

Eu não respondi, ainda estava em meio ao transe que era toda a garota.

— Você consegue ver? — a escuto perguntar.

E, ainda mirando a garota mais a frente, respondo:

— Sim, completamente.

Os murmúrios de alívio e passos apressados me avisaram que era hora do intervalo já que não consegui escutar o sinal.

Geralmente ficamos juntos eu, Manu e Will — mas ele não veio hoje, mandou uma mensagem que estava doente. Mas porque eu tinha tanta certeza que ele estava fingindo para poder ficar em casa jogando vídeo game?

Eu vejo Manuela já na porta, fazendo sinal para que eu ande rápido, e eu tento, mas as pernas dormentes e formigando não colaboravam muito.

Porém, depois de dois passos bem sucedidos, sou barrado por braços abertos e uma altura mínima

Não havia percebido que ela era assim baixinha.

— Parado aí! — exclama ainda "prendendo-me" — Olá, Sr. Pintor!

cαвєlσѕ αrcσ-íríѕOnde histórias criam vida. Descubra agora