10 • Exposto, sem receios

20 6 2
                                    

· · • • • ✤ • • • · ·

· · • • • ✤ • • • · ·

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

· · • • • ✤ • • • · ·

Quando eu comentei que queria falar em um lugar mais reservado ela disse que poderíamos ir "Aonde tudo começou" e eu entendi que se referia ao lugar onde nos vimos pela primeira vez nesse mesmo parque. — Mas, em seguida, precisei escutar seus gritinhos histéricos dizendo "Eu sempre quis falar isso!", e, por estar a sua frente, ela não pode ver meu revirar de olhos e um sorriso não acreditando naquilo.

Terminamos nossos sorvetes no caminho e, felizmente, o banco embaixo da árvore estava desocupado.

— Essa é a hora que você me conta que é um serial killer e que vai me matar?

— Mais ou menos, na verdade eu ia perguntar se você quer me ajudar a esconder um corpo.

Não eram as mesmas crianças brincando, as folhas também já mudaram de estação e definitivamente não tem nenhuma pipa no topo dos galhos.

— Agora é sério, pode contar.

Ok.

O único problema é que eu não sabia nem por onde começar ou ao menos como contar. Fora meus avós que sabiam parcialmente do meu problema eu só havia contado toda a história para a Manu — ou quem sabe parte dela, porque metade a garota viveu comigo.

Era realmente difícil sentar com alguém e contar a história da sua vida assim, do nada.

Mas não é qualquer pessoa, é ela. E, algo nela parecia já saber de alguma coisa, e por isso seus olhos amendoados agora me observavam com vida própria, me dizendo que estava tudo bem, que não precisava ter pressa, e que no momento o único horário que importava era o meu tempo.

Ela sempre sabia o que dizer, mesmo que não dissesse.

— Íris, me desculpe se ficar enrolado ou você não entender de primeira, eu sei que é complicado e eu também nunca contei isso pra alguém além da Manu — dizia tudo rápido demais.

— Takashi, agora você conseguiu me deixar assustada — ela sorria como para descontrair, mas até seu sorriso mostrava uma crescente preocupação.

Ótimo, já comecei errado.

— Tudo bem, vejamos, eu sei que no começo pode parecer algo como "Tá, e o que eu tenho a ver com isso?", mas juro que no final vai fazer sentido e...

— Taka — ela me chama, fazendo com que respire naquele mar de informações bagunçadas na minha mente — Calma, respira. Mesmo que "não tenha nada a ver comigo" — diz fazendo aspas com os dedos — eu me interesso por tudo em você. — aquilo me acalmou e alarmou ao mesmo tempo — Você me escutou e me viu chorando agora a pouco, então quero que, por favor, confie em mim e relaxe, assim como eu me sinto em relação a você.

cαвєlσѕ αrcσ-íríѕOnde histórias criam vida. Descubra agora