18 • As cores que eu sinto por ela

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Hoje era um dia especial, e eu me sentia especial por fazer parte dele. 22 de janeiro, aniversário da Íris.

Sua família e metade da sala estava ali na sua casa, com decorações a postos e uma mesa de presentes farta. Era uma festa surpresa, sua mãe a tinha levado para fazer compras e, quando voltasse, "Feliz Aniversário!".

Seu pai nos avisou que avia recebido uma mensagem dizendo que elas já estavam subindo. Tudo aconteceu muito rápido. Apagamos as luzes, ficamos agachados, escutamos passos chegando à sala e, com a claridade, gritamos em uníssono "Surpresa!".

Íris quase caiu pelo susto e também pela forma atrapalhada com que levava as bolsas. Eu já a conhecia a tempo suficiente para saber que ela choraria com uma folha caindo da árvore, então é óbvio que no momento ela estava em prantos, e todos resolvemos lhe pedir desculpas em um grande abraço — porque de algum jeito ela conseguiu nos fazer sentir culpados — Mas no fim ela acabou abrindo os presentes, cortado o bolo e cumprimentando todos ali, principalmente nossos colegas — ela conseguiu ganhar a amizade de todos na sala, e acabou que seu cabelo era a última coisa a ser surpreendente quando se conhecia bem a garota, mas não é como se eu não soubesse que isso iria acontecer.

— Ei — falei em seu ouvido no meio da festa. — Será que agora posso entregar meu presente?

— Claro! — fala limpando o glacê que lhe sujava os cantos da boca, mas acabou fazendo um péssimo e cômico trabalho — Onde está?

— Lá embaixo, na floricultura — digo levando um guardanapo a sua boca e retirando os farelos de bolo que teimaram em ficar — Queria lhe mostrar a sós, pode ser?

— Uhum — murmurou pegando mais um docinho antes de sairmos de fininho.

Acendi as luzes e rapidamente todo o lugar se iluminou. Já fazia certo tempo que não vinha aqui, e era mesmo incrível conseguir ver com muito mais cor toda a beleza daquela pequena flora.

— Primeiro — começo. — Feliz Aniversário, Íris.

Ela revirou os olhos e sorriu.

— Você já disse isso quarenta e oito milhões de infinitos desde de manhã.

— E vou continuar dizendo até o dia acabar! — brinco parando ao lado do tecido volumoso.

— O que é isso? — pergunta sem conseguir esconder sua curiosidade crescente.

— Esse é o meu presente — ela arqueia uma sobrancelha — Ok, não o tecido, mas o que está debaixo dele e... Ah, você sabe disso! — ela ainda rindo puxa um banquinho que estava escondido para se sentar — Só que antes eu quero te entregar isso.

cαвєlσѕ αrcσ-íríѕOnde histórias criam vida. Descubra agora