12 • O perdão no horizonte

23 6 4
                                    

· · • • • ✤ • • • · ·

· · • • • ✤ • • • · ·

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

· · • • • ✤ • • • · ·

Estávamos nas férias de meio de ano — duas semanas para respirarmos e lembrarmos que não somos máquinas de estudo — E por isso resolvemos aproveitar os quatro para irmos ao cinema, afinal, Íris queria muito assistir o novo filme da Disney — e foi preciso grande esforço para fazer o GameBoy desligar o jogo, mesmo ele saindo demais para ir ao banheiro no meio da seção e sim, nós sabíamos porque.

Mas ele aceitou ir, já é um começo.

No final nós nos separamos já que moramos em direções opostas. Mas, antes de irmos, Íris disse que queria passear mais um pouco — o que na verdade queria dizer "quero olhar uma dúzia de vitrines e entrar em pelo menos metade dessas lojas" — Ela disse varias vezes "Não é a coisa mais incrível do mundo?!" apontando para algo que lhe chamasse atenção, desde um eletrodoméstico até um sapato, e só consegui chegar à conclusão que para ela é realmente difícil decidir qual a coisa mais incrível do mundo. Eu só me divertia em olhá-la tocando os tecidos das roupas e provando colares, ela realmente tinha a necessidade de ver preços e comparar a qualidade de tudo que víamos, mas em uma das prováveis duzentas lojas que entramos naquele shopping, ela se apaixonou por uma seção com conjuntos de toucas e cachecóis.

— Qual sua cor preferida, Takashi?

— Ah, eu me lembro de gostar bastante de amarelo... — digo tentando relembrar onde podia encontrá-la fora as mechas de seu cabelo — E você?

— Isso é realmente difícil de decidir, sinto que as outras cores vão ficar com ciúme. — ela se aproxima mais de mim e sussurra em meu ouvido, como para ninguém escutar — Mas se precisar decidir eu diria rosa. — ela volta a procurar entre os artigos de inverno — Aqui — diz pegando uma touca e a colocando na minha cabeça, depois põe em volta do seu pescoço um cachecol de lã — Você sempre usa roupas escuras, achei que seria legal ter um pouco mais de cor te envolvendo, pode acabar ajudando — termina de ajeitar a touca em mim, cobrindo melhor minhas orelhas, mesmo que precise ficar na ponta dos pés.

Eu ri com aquela visão.

— O que foi?

— Nada, é só que... — dou algumas voltas em seu cachecol, lhe cobrindo até o queixo — Você está mesmo se esforçando.

Vejo suas bochechas atingirem a tonalidade que ela tanto gosta.

— Claro que sim, mas achei que seria legal termos uma coisa combinando — fala simples e me puxa até o caixa. — É amarelo, só pra constar — completa com uma piscadela.

Saímos de lá com uma touca, um cachecol e menos algum dinheiro para gastar no fliperama, mas ainda sim foi bem investido.

Principalmente porque assim que fomos embora Íris insistiu em irmos para a praia — sim, naquele inverno — e quando perguntei se ela não queria ir para um lugar mais quentinho ela simplesmente saiu correndo.

cαвєlσѕ αrcσ-íríѕOnde histórias criam vida. Descubra agora