11 • A promessa das cores

22 7 6
                                    

· · • • • ✤ • • • · ·

· · • • • ✤ • • • · ·

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

· · • • • ✤ • • • · ·

Naquele dia Íris me mandou uma mensagem incomum, em um horário aleatório e com seu tom dramático rotineiro. Como sempre. Mas tudo naquela vez estava mais amplificado.

Simplesmente pude obedecer sua ordem e ir até sua casa — onde agradeço todos os dias por não levar mais do que sete minutos de distância — Passo primeiro na floricultura e aceno para sua mãe, que sempre me recebe como se eu já fosse da casa — bom, aquela altura eu já era mesmo —, me disse para subir e que Íris esperava no quarto.

Já conhecia a rota então subi sem problemas. Porém, quando reparei em todos os móveis do seu quarto espalhados pela sala e cozinha um calafrio me subiu a espinha e só consegui pensar que me aproximava de um problema, abri a porta de seu quarto esperando ser recebido com o mesmo aroma de antes, aquele que parecia uma extensão do seu corpo, mas o que me chegou às narinas era um cheiro entorpecente de tinta.

— Boa tarde, Ta-ka-shi! — falou alegremente entre pulinhos até chegar à porta, onde eu permanecia estático, e me entregou um pincel.

Segurei o objeto a mirando dos pés a cabeça, com roupas de algodão largas e nem tão novas, o cabelo preso em um coque que já ameaçava cair e pequenos respingos de tinta por seu braço. Então senti o que estava sob meus pés: Jornal. Por todo o chão.

Seu quarto realmente ficava grande sem os móveis e as extremidades de madeiras estavam envoltas por fita assim como os suportes de estantes em uma das paredes.

Olhei para baixo e contei sete potes de tinta abertos e cheios.

Comecei a ligar os pontos e ficar com medo.

— Vamos pintar o meu quarto!

— Ieee — digo tentando imitar sua animação. — Decidiu assim do nada?

— Você sabe que quero pintar logo isso desde que me mudei, só decidi deixar a preguiça de lado — fala dando de ombros.

— Íris, a última coisa que você sentiria nessa vida é preguiça — ela ri com meu comentário, sabia o quão energética e hiperativa era. — Por acaso isso tem a ver com o que conversamos ontem? Porque não quero que você se obrigue a mudar seu quarto por mim ou fazer qualquer coisa que...

Sinto algo gelado tocar meu rosto e percebo seu dedo passeando da minha bochecha esquerda para a direita, traçando uma linha com a tinta.

— Índio Taka — termina observando sua criação — Eu não estou me obrigando a nada, ok? E você também não precisa se sentir pressionado a conseguir ver alguma coisa hoje. Só... Relaxa, e curte, tá bom? Somos só dois amigos pintando um quarto e — ela aperta o play em uma caixinha de som que estava no canto do quarto, a música alta e alegre chega até nossos ouvidos — se divertindo.

cαвєlσѕ αrcσ-íríѕOnde histórias criam vida. Descubra agora