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Existem aqueles dias em que você não quer sair da cama, e outros que você mal pode esperar para abrir as cortinas e ir viver.
Hoje era a segunda opção — mas eu nunca esperei senti-la justo em uma volta as aulas.
Eu estava literalmente feliz em ter minha rotina de volta, mesmo sabendo que ela vinha acompanhada de provas e um uniforme bem desconfortável.
É, quando pisei na sala ainda não sabia dizer por que senti falta daquele cheiro de madeira e giz de cera. Mas, quando olhei melhor, descobri que era porque queria mostrar para mim mesmo como era pintar aquele lugar diário com as novas tintas que avia ganhado.
Escutei pessoas reclamando o tempo todo sobre a volta e só consegui me perguntar como elas podiam estar infelizes vendo a luz do sol brilhar no orvalho da grama e deixar seu verde mais vivo, ou como podiam reclamar estando debaixo de um céu tão azul limpo mesmo no inverno. Isso fora todas as cores que ainda não consigo ver e eles as veem distribuídas por toda a parte — talvez as pessoas sejam ingratas ou, no mínimo, indiferentes. E é triste pensar que eu também era, sou ainda, mesmo que a minha maneira.
Era bom rever todos aqueles rostos conhecidos, principalmente aqueles que gostava em especial.
Quando olhei para a pessoa que sentava atrás de mim só consegui me surpreender com a visão.
— Tem um vídeo game escondido nesse livro, Will?
Ele nunca lia, nunca.
Pelo menos não fora o necessário para sobreviver.
— Infelizmente não — ele diz sem desviar a atenção do objeto em mãos — Meus pais disseram que eu preciso ler no mínimo um livro por mês e fazer um resumo detalhado sobre ele, se não vão sumir com toda a minha coleção de jogos. — entendi, ele estava sob ameaça. É, realmente não tinha como ser de outro jeito — Mas eu estou mesmo gostando desse livro, não consigo parar de ler!
Oras, isso sim é interessante.
— E que livro é esse?
— A evolução dos games! — disse animado me mostrando a capa.
Bom... É um começo.
Nesse momento Manu entrou na sala, mas aparentemente não nos viu já que simplesmente entrou e foi para sua carteira, o que me fez ir até lá.
— Bom dia pra você também, Manuela — digo fingindo estar bravo sentando na cadeira vaga a sua frente.
— Ah, bom dia, Takashi — respondeu sem emoção.
Muito estranho.
— Aconteceu alguma coisa?
— Nada demais, só estou cansada ainda da fazenda, algo como um efeito colateral — Manu diz esfregando o rosto com as mãos — Como foram às férias?
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cαвєlσѕ αrcσ-íríѕ
Подростковая литератураᏗᏰᏒᎧ os olhos e mais uma vez o céu está cinza, mas não é que esteja chovendo. Já faz alguns anos que todo o meu mundo é pintado apenas por cores neutras. Preto, branco e cinza. O círculo monocromático mais depressivo que você poderia enxergar. Tento...