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Já fazia alguns dias que eu tinha adicionado algo a minha rotina: Admirar o pôr-do-sol.
Não importava onde estivesse, sempre parava o que estava fazendo para me encantar por aquele fenômeno natural, e ele era sempre diferente, sempre único.
Desde aquele dia gostava de pensar que avia ganho dois lápis de cor, um laranja e um azul, e que aos poucos eu ia pintando o mundo, talvez eu agora desse muito mais valor a tudo a minha volta — as vezes me pegava olhando algum objeto e me perguntando qual seria sua cor, ansioso para descobrir.
Há alguns dias mandei uma mensagem para Manu contando das boas novidades, mas ela não me respondeu — bom, ela já estava a dias se divertindo colhendo cenouras e ordenhando vacas na fazenda de seus tios, não me impressiona que ela mal tenha sinal no celular.
Mas, no momento, recebi uma ligação urgente de Íris me pedindo para ir ao hospital, e é claro que eu fui, me vestindo com uma velocidade que nem sabia que possuía — claro, sem esquecer a touca amarela — Com pressa e irritando o motorista do táxi perguntando se ele não podia ir mais rápido a cada dois minutos, cheguei ao hospital em pouquíssimo tempo.
Olhava em volta procurando qualquer sinal colorido destoando do cinza fúnebre daquele lugar, mas nada avistei. Tentei ligar para ela, mas todas as três ligações caíram na caixa postal. Ela realmente parecia apressada na ligação, porém não falou nada além do endereço e um pedido para que eu viesse depressa.
O que poderia ter acontecido?
Então tenho a ideia de perguntar por seu nome na recepção, tentando esconder meu tom de preocupação, mas a recepcionista não procurou por nenhum prontuário ou checou a lista de pacientes, só me pediu para segui-la.
A cada corredor que entrávamos me sentia mais ansioso, até que paramos em uma porta e, vendo a mulher bater a porta e lá de dentro escutar um "Pode entrar" a moça me disse que poderia abrir a porta e se foi pelos mesmos corredores.
Abri a porta receoso, não queria vê-la em uma cama de hospital ou sentada ao lado de um ente querido, mas a visão foi bem inesperada.
— Uau, você é o Flash, Takashi! Levou só vinte minutos da sua casa até aqui? — Íris se levanta da cadeira que estava sentada e vem até mim, pude jurar que ela sorri ao ver a touca que usava.
A encarei da cabeça aos pés, ela usava um vestido longo e azul, com os cabelos presos em um coque e uma tiara no topo da cabeça, parecia uma verdadeira princesa. E, naquele quarto, estavam outras duas figuras, um homem de aparentes trinta anos e uma mulher de talvez vinte.
— Então esse é o seu convidado especial, Íris? — a mulher pergunta se aproximando. Ela vestia uma fantasia de bruxa, com direito a nariz falso e um caldeirão no canto do quarto.
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cαвєlσѕ αrcσ-íríѕ
Teen FictionᏗᏰᏒᎧ os olhos e mais uma vez o céu está cinza, mas não é que esteja chovendo. Já faz alguns anos que todo o meu mundo é pintado apenas por cores neutras. Preto, branco e cinza. O círculo monocromático mais depressivo que você poderia enxergar. Tento...