Capítulo 6- Jardim glacial

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  O caminho agora ficara enorme, parecia ser interminável, estavam entre as sequoias gigantes.

  Catarina estava feliz, finalmente pela primeira vez via as grandes árvores de perto, podendo tocá-las, sentia-se um grão de areia em meio ao deserto, uma gota d'água no oceano.

  Ali o frio parecia não tocar, um clima agradável, o que a fez pensar que certamente não estariam em território inimigo.

  Porém, teria que se apressar, pois, por algum motivo que não sabia, teria que achar um élfo.

O percurso foi longo, mas valeu cada segundo, não importa o quanto custe o trajeto, se seu sonho está sendo realizado, e seja agradável a seus olhos.

  - Ali está ele... – Aurora gritou, apontando para a última sequoia.

  Catarina ainda não havia o enxergado, mas, correu acompanhando a menina.

  Ele estava sentado no tronco gigante da sequoia.

  - Finalmente te encontramos. – Aurora disse exausta, o assustando.

  - Que susto Aurorinha, achei que era Lilith. – O élfo suspirou aliviado. – Quem é a humana?

  - Me chamo Catarina... Achei que aqui estaríamos seguros da rainha de gelo.

  - Porque não havia gelo? Você estava tão maravilhada com seu momento de êxtase, que não enxergou os perigos, ou simplesmente os ignorou. Ausência de gelo não significa, ausência de perigo, cuidado quando pensar que conhece os caminhos, ou simplesmente julgar por aparência... Estamos sim, em território inimigo. – Disse Auroa.

  - Que flor é essa que está em suas mãos? – Catarina perguntou ao élfo, percebendo a preocupação com ela, pois não parava de olha-la.

  - Ainda tentando o jardim? – Aurora perguntou tristemente, agora percebendo a presença da rosa azul, e reconhecendo a criaturinha.

  Como não recebeu resposta, ela pediu ajuda, sabia que o anãozinho não iria negar, ela se sentia mal por isso, pois sabia que no fundo estava se aproveitando do pequeno.

  Os três seguiram caminho, após a ultima sequoia, misteriosamente o clima caiu novamente, o élfo se desesperou e apressou os passos.

  Ele estava sentado na última árvore, pois sabia que depois dali, o clima mudaria completamente colocando em risco sua rosa, queria salvá-la, mas não saberia se conseguiria dessa vez, ao menos teria passado um tempo com ela.

  - A humana precisa comer isso. – O èlfo disse retirando um pequeno frasco de seu bolso. Era uma espécie de mistura de ervas trituradas. – A rainha sente o cheiro dela de longe, principalmente, o de Amanita muscaria.

  Eles haviam chegado no vilarejo dos élfos, ali existia diversos deles, que pareciam já conhecer a Aurora, pois era por ali, que a menina conseguia sair e entrar no reino de gelo, sem ser notada, eles a davam cobertura.

  De alguma forma, ao ingerir aquela mistura, Catarina não conseguia ser vista por eles, e certamente nem pela rainha.

  - Rápido, tragam uma cúpula, conseguir mais uma rosa. – O élfo ordenou. – E traga a cúpula com a rosa branca, dessa vez ela vai brotar. – Ele disse esperançoso.

  Então rapidamente um élfo se retirou e depois surgiu, trazendo consigo duas cápsulas, uma vazia, e a outra, com uma rosa, e as entregou.

  Ele rapidamente colocou a rosa dentro da cápsula, uma espécie de estufa, que certamente a aqueceria e protegeria do brusco frio.

  Caminhou apressado , e os três o seguiram, ao longe Catarina não acreditava no que seus olhos viam, um jardim glacial, ali parecia ser ainda mais frio.

  Finalmente chegando, o élfo sorriu com esperança, olhou a rosa, jogou um tipo de pozinho, onde todas aquelas flores de gelo, começaram a derreter, dando lugar a uma terra fértil.

  Feliz, ele retirou a rosa da cápsula, cavou o solo e a plantou... Por segundos ela estava linda e intacta, porém, aos poucos, uma pétala começava a congelar, em seguida as outras, e por seguinte toda a rosa virava gelo, igual as inúmeras outras tentativas frustradas. Em questão de minutos, como mágica as rosas de gelo começavam a ressurgir novamente, juntando-se a recém plantada.

  - Não fica assim. – Aurora tentava consolar o amiguinho.

  - Não tem problema! Trouxe outra rosa, e dessa vez ela vai brotar, tenho certeza! Você já sabe por onde ir, agora eu preciso cuidar da minha rosa.

  - Você precisa parar de se arriscar indo até o vilarejo das fadas para pegar rosas, soube que até elas já estão sem proteção contra Lilith, graças a uma humana que interrompeu o ritual sagrado delas... Pobres fadas, são muito intensas, não conseguem controlar sua própria felicidade, seus próprios passos de dança... Assim como você não consegue controlar sua impulsividade e essa necessidade por rosas... – O outro élfo falou.

  - E até parece que você não está ansioso por essa nova rosa em minhas mãos! – O élfo disse.

  - Sim... Sim... Apesar de tudo isso, não vejo a hora de que ela esteja pronta pro plantio... vamos... vamos... – Ele disse ansioso.

  - Precisamos ir agora! Meu amiguinho aqui é extremamente ansioso, até mesmo com coisas que ele sabe que não existe! Mas não o culpo, assim como eu, e as fadas, ele também não consegue controlar.

  Os élfos rapidamente se despediram e correram entusiasmados com a rosa azul.

  Catarina seguiu os passos da menina, que sabia exatamente a aonde iria.

  Uma grande barreira de gelo surgia a frente, parecia mais uma muralha, que a fez lembrar das sequoias gigantes, fazendo-as parar.

  - Está preparada? Após essa fronteira, finalmente entraremos no reino de Cristal!

  - A pergunta é... Como passaremos? Isso aqui é gigantesco!

  - Estamos no limite da fronteira... Acho que esse nome é familiar para você! Se não sabe passar, mas aprendeu a driblar.

  - Socorro! Alguém me ajuda a passar por isso! - Pensava Catarina, que permanecia de pé, olhando a muralha de gelo a sua frente.

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora