Capítulo 15- Borboletas no estômago

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  A borboleta voou em direção ao santuário, e as meninas a seguiram, não havia nenhuma muralha ou qualquer coisa que separasse ele do restante da floresta, então, segundos depois ela sumiu entre as árvores.

  As garotas continuaram a caminhar, até ouvirem um barulho de água corrente, elas seguiram o som, então a frente delas havia uma linda cachoeira, que seguia por uma corrente de águas límpidas, cercada por pedras de vários tamanhos e formatos.

  Havia muitas árvores frutíferas, de diversas qualidades, ao redor de todo o lugar.

   Catarina correu e se pôs a tomar água, pois estava com muita sede, em seguida Aurora fez o mesmo.

   Após se saciarem, direcionaram-se as árvores, para deliciarem com as apetitosas frutas.

  Uma borboleta azul surgiu entre as árvores, em seguida outra voava sob a correnteza da água, perto da queda d'agua três delas brincavam uma com as outras.

  Alguns segundos depois, incontáveis borboletas voavam sob o local, encantando os olhos de quem via.

  A beleza era tamanha que durante minutos, as meninas conseguiam apenas admira-las, hipnotizadas.

  O festival azul continuava ao longo da floresta, as garotas seguiam pelo caminho fascinadas, até as borboletas irem diminuindo de número, até ficarem para trás, e as últimas árvores proporcionarem uma brisa fria, que aos poucos foi se transformando em gélidas.

  Todo o encanto também ficou para trás, doando espaço para o medo.

  - Então é aqui que você volta para casa Aurora? – Catarina indagou, suspirando, querendo disfarçar o medo e fingindo confiança.

  - Não! Irei continuar com você!

  Quando Catarina abriu a boca para argumentar para com a desobediência da pequena, com a rainha de Cristal, avistaram ao longe cerca de uma dúzia de homenzinhos de gelo, que pareciam estar inspecionando o local, naquele momento ela teve certeza, estava na propriedade de sua inimiga, e quem sabe, o ser que daria fim a sua vida.

  A medida que davam passos para frente, a temperatura caia cada vez mais, seus pés agora afundavam em meio a geada, dificultando o caminho, as poucas coníferas que ali haviam, estavam cobertas por grossas camadas de gelo.

  Catarina já buscava em todas as direções, o luxuoso e sombrio castelo, digno da rainha de gelo, mas, ainda não havia nem sinal dele.

  A lua estava enorme e brilhante, iluminado todo o ambiente.

  A poucos metros de distância Catarina avistou um pequeno chalé de madeira, quase encoberto pelo gelo, mas, apesar disso aparentava ser muito lindo, havia algumas coníferas ao redor dele, e os galhos de algumas deixavam cair gelo sob o telhado, juntando-se ao resto da geada.

  As meninas se aproximaram mais um pouco, e puderam perceber que lá também havia um poste com um lampião aceso, e outros pequenos lampiões, cada um com uma cor diferente, pendurados nos galhos de algumas árvores.

  - Que lindo lugar! – Exclamou Catarina encantada. – Quem será que mora lá?

  - É apenas a rainha Lílih.

  - O que? Mas e o castelo que eu tanto imaginei em encontrar? Onde fica?

  - Não existe! È lá que a rainha de gelo reside... Ela nunca quis um castelo, creio que ela é o próprio.

  Catarina ainda olhava incrédula, nunca imaginaria isso.

  - Onde estão os exércitos de pequenos seres que também imaginei em encontrar fazendo a guarda da rainha?

  - Estão espalhados por ai... Aparecem ao menor sinal de Lílih! Eles ficam em seus vilarejos, enquanto ela prefere a solidão.

  - Essa tal Lilith está sempre me surpreendendo!

  - Então o fato que ela já sabe da nossa presença aqui não irá te surpreender correto?

  - Ela já sabe? Como você tem essa certeza? – Catarina perguntou assustada.

  - Vossa Majestade?... Mil perdões pela nossa invasão. – Aurora disse, sem graça, fazendo reverência, para a mulher que se encontrava um pouco atrás da jovem.

  Catarina então, sentiu de certa forma, borboletas no estômago...

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora