Capítulo 7- Rouxinol

118 43 202
                                    

  Aurora percebendo que a jovem não estava se movendo e parecia que não conseguiria ultrapassar a fronteira sozinha, decidiu agir.

  - Eu sei... Às vezes precisamos de ajuda! - Ela disse, enquanto segurava a mão de Catarina. - Vamos por aqui, eu posso te guiar!

  A muralha aparentava não ter fim, parecia cercar todo o reino de tão larga, e alcançar o céu de tão alta... E Catarina não conseguia ver uma saída.

  - Só confia em mim! Você consegue! - A menina disse, levando-a pela mão, em direção a uma pequena passagem que se abria magicamente entre o gelo, e as duas tranquilamente adentraram no Reino de Cristal.

  Ao olharem para trás, a passagem havia se fechado, na verdade, ali não se podia mais ver aquela fronteira.

  - Onde está o enorme muro de gelo? - Catarina perguntou assustada.

  - Não se pode ver daqui! Bem vinda ao Reino de Cristal.

  Finalmente Catarina havia chegado, agora poderia ter a esperança de voltar para casa.

  Aparentemente era um lugar normal, não havia frio ali, lembrava um enorme campo aberto.

  - Vamos caminhando... Flor-de-Lis já deve estar preocupada comigo.

  - Quem é ela?

  - È a nossa rainha... Estamos no território dela, e você estará segura aqui.

  Não havia muitas árvores no caminho, e as poucas que tinham pareciam secas, com poucas folhagens.

  - É impressão minha, ou aqui é muito quente? Estou com muito calor. - Catarina reclamou, tentando se abrigar em vão embaixo de uma árvore.

  - Neste mundo, tudo é muito frio ou muito quente... - Riu Aurora. - Depende de qual lado da fronteira você está.

  - Auroraaaa....eu quero voltar pra casa! - Catarina disse, quase implorando.

  Ela silenciou-se ao ouvir ao longe, vindo de alguma árvore, uma bela melodia de um pássaro.

  - Conheço esse som de longe... É um rouxinol... Você pode ouvi-lo também? - Catarina perguntou. - Eu sinto que ele pode me levar de volta para casa.

  Catarina apressou os passos, seguindo a bela música que o pássaro cantava, finalmente o encontrou, escondido, timidamente entre os galhos.

  - Você pode me ouvir? Você pode ser meu rouxinol? - Catariana disse aproximando-se da árvore.

  O pequeno pássaro não se intimidou com a presença das meninas, continuando seu belo canto, parecia entender o desespero de Catarina em voltar para casa.

  - "Eu nunca vejo uma floresta pelas suas árvores... Eu realmente poderia usar sua melodia... Cante pra mim... Diga que você será meu rouxinol... Eu preciso de uma voz para ecoar, eu preciso de uma luz para me levar para casa". - Catarina dizia ao pássaro, em meio a melodia do próprio.

  - Bonitas palavras...

  - Obrigada! Não são minhas... Mas, deixo aqui a referência!

  De repente, o rouxinol bateu suas asas e voou.

  Agora sabia, a ajuda viria dos céus, Ele nunca falhou!

  Então as duas continuaram a jornada, Aurora estava ansiosa para contar a novidade a rainha, ela finalmente havia encontrado a guerreira que os livrariam do distúrbio  que os cercavam.

  Chegaram a um riacho de águas cristalinas, ali as árvores eram verdinhas, e muitas eram frutíferas, davam frutos que Catarina nem sabia que existiam, e no mundo dela, certamente não havia mesmo.

  Elas resolveram descansar na sombra das árvores, Catarina lembrou-se da cesta com amoras, e as duas deliciaram-se com elas, em seguida foram até a beira do riacho, para tomar água fresquinha.

  De repente, ouviram um enorme barulho, vindo de trás dos arbustos próximos a elas, e algo parecia estar vindo de lá em suas direções, as duas pararam de beber assustadas... E calmamente Aurora perguntou:

  - Então... Te assustaria se te dissesse que tem uma criatura enorme saindo daqueles arbustos,e vindo pra cá?

Conte-me Como É Andar Em Uma Montanha-russaOnde histórias criam vida. Descubra agora